(Não sei explicar porque o venho contar aqui. Talvez porque preciso de o registar e como não escrevo actualmente um diário achei que o anonimato de um blog permite uma certa segurança de confidencialidade)
Um sonho que era um pesadelo, mas não de um modo absoluto: era um ‘recado’ de mim para mim, mas de certa forma positivo. Um aviso. Creio que o estou a valorizar mais por andar a ler um livro, Elegia para um Americano, onde se discutem e analisam sonhos.
Como todos os sonhos, esta história não tem princípio. Eu ia fazer uma viagem e sabia que tinha de ir a casa fazer a mala, mas estava na Baixa onde ia encontrando sucessivas pessoas. Neste momento já não sei quem eram, se amigos se desconhecidos, mas foram vários encontros que me empataram e, a dada altura, reconheço que já não me resta tempo para ir à minha casa.
Tomo a decisão de seguir directamente para o cais de embarque. Era no Cais do Sodré. Quando lá chego, muito ofegante, dizem-me que estou enganada, o navio em questão parte do Terreiro do Paço. Começo então a correr por entre ruas velhinhas, um caminho que, como sonho que se presa, é várias vezes mais longo do que o verdadeiro. Sinto-me desesperada por não chegar a tempo, esse desespero dá-me um nó no estômago que se torna numa enorme dor de barriga. A dor de barriga aumenta a aflição porque não há nenhuma casa de banho no caminho nem eu podia perder tempo a procurar.
Finalmente chego ao cais de embarque, um cais muito diferente do Terreiro do Paço, enorme e quase vazio, e lá me dizem que o barco onde eu quero embarcar – disse Madeira, mas o marinheiro corrigiu-me para Açores – ainda ia levar muito tempo a sair.
Eu tinha chegado afinal... excessivamente adiantada.
E pronto. Quanto à análise desta mensagem já a tenho de fazer em privado.
Pé-de-Cereja
2 comentários:
Muito interessante e sugestivo!
Assim para uma completa leiga realmente sobressai a força do tema TEMPO.Foi mesmo um sonho a sério ou um "exercício literário"?
:)
sonhar é agradavel desde que não se converta num pesadelo daqueles em que queremos acordar e...nada. portas que se fecham quando vamos a sair do labirinto, janela que rangem qual filme de terror, e de repente o filme aqui ao lado, bem perto de nós. tão perto que as tantas já nem sabemos se é real, se continuamos no sonho, a dormir como dormem os "anjinhos". pelo sonho é o vamos...dizem? vamos? partimos.
a analise fica para o psicanalista, ou para aqueles que decifram os sonhos. eu contento-me em decifrar o dia a dia , que no meu caso é bastante confuso e complicado. bons sonhos...
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