Tentamos encontrar explicações para o que não se entende. Mas as explicações que eu vou encontrando para esta situação nem sempre colam bem à realidade.
Vamos sabendo histórias de agressão violentíssima entre casais ou, falando com mais rigor, de marido para mulher porque a inversa é raríssima.
É fácil pensar que pode haver dois factores, um pessoal, a personalidade e carácter de quem agride com facilidade, e outro social ou seja a complacência com que até há uns tempos se olhava para estas situações (entre marido e mulher não metas a colher) juntamente com o modelo de comportamento a que se assistia em casa quando se era criança. Mas não só. Cada um deles só por si não explica isto tudo, nem sequer a conjugação dos dois.
Devo já dizer que o que mais me choca, nos casos de agressão num casal, é o que significa de falta de respeito. Tudo o resto são agravantes, mas impressiona-me imaginar como é possível viver diariamente com alguém que não se respeita!
O primeiro factor, a personalidade de quem agride um companheiro, é evidente quando de repara no leque social onde isto acontece - desde o mais simples e pobre trabalhador rural à alta sociedade. Se este flagelo percorre toda a escala social, mesmo que mais escondido em certos casos, é porque está relacionado com impulsos descontrolados da personalidade. Mas não só, embora eu tenha tendência a pensar que esse é o factor mais forte.
O que viu e ouviu o agressor na sua infância? Como era a relação entre os seus pais, avós, tios? Com que naturalidade era encarada a agressão numa família? O modelo educativo onde se foi criado e a simplicidade com que ouvia referir cenas de violência quando era criança, moldam o carácter de uma pessoa já propensa ao descontrolo. Se via o avô agredir a avó e ela sujeitar-se, se assistia ao pai maltratar a mãe, se ouvia barulhos de pancadas em casa dos vizinhos, tem a tendência a considerar essa situação como natural. A mulher e os filhos são dele. São os seus bens pessoais.
O primeiro factor, a personalidade de quem agride um companheiro, é evidente quando de repara no leque social onde isto acontece - desde o mais simples e pobre trabalhador rural à alta sociedade. Se este flagelo percorre toda a escala social, mesmo que mais escondido em certos casos, é porque está relacionado com impulsos descontrolados da personalidade. Mas não só, embora eu tenha tendência a pensar que esse é o factor mais forte.
O que viu e ouviu o agressor na sua infância? Como era a relação entre os seus pais, avós, tios? Com que naturalidade era encarada a agressão numa família? O modelo educativo onde se foi criado e a simplicidade com que ouvia referir cenas de violência quando era criança, moldam o carácter de uma pessoa já propensa ao descontrolo. Se via o avô agredir a avó e ela sujeitar-se, se assistia ao pai maltratar a mãe, se ouvia barulhos de pancadas em casa dos vizinhos, tem a tendência a considerar essa situação como natural. A mulher e os filhos são dele. São os seus bens pessoais.
Portanto cá chego à questão do respeito. Quando se considera seja quem for como nossa propriedade, não sentimos respeito é claro. Não "respeito" a minha mala de mão por mais que goste dela. Não "respeito" o quadro que tenho na parede mesmo que seja de um autor consagrado. Eu gosto dos meus bens, quero conservá-los, protejo-os e faço seguros para evitar a sua perda, defendo-os, mas... não tenho respeito.
É certo que o elemento sociedade tem muita força. Claro que um indivíduo violento pode andar ao murro ao vizinho do lado, insultar quem o empurre num transporte público, já para não falar no futebol. Mas não chega do almoço e ferra dois estaladões ao seu colega de trabalho, não encontra um amigo e o insulta só porque vem mal disposto acabando por lhe dar um par de pontapés, não sai do dentista e empurra a recepcionista que lhe pergunta se quer marcar... São comportamentos que usa em casa.
E porquê?
Cereja