domingo, 23 de agosto de 2015

Ainda a conversa sobre a comida

É tema recorrente aqui no Cerejas, esta coisa da alimentação. A penúltima coisa que por aqui escrevi (tenho andado muito preguiçosa aqui no blog, as férias e a concorrência do facebook não ajudam...) era exactamente a dizer que estava já fartinha deste tema. Bem, não resisto a voltar a ele, por ter encontrado um boneco que toca um ponto a que também me costumo referir muitas vezes - é que, infelizmente, a comida mais saudável é mais cara!!!



A legenda está em francês portanto admite-se que os valores referidos são de um país de língua francesa (França, Bélgica, Suiça?) que têm um nível de vida superior ao nosso, coisa nada difícil... E se fizermos as contas para cá a coisa mantém-se ou amplifica-se.
De resto não é só no tal «pronto a comer» ou na famosa «comida de plástico» que se vê que é mais barato muito mais barato o que não faz bem na alimentação e, a solução não me parece ser, como já vi quem o defendesse, aumentar o preço (ou até proibir) os alimentos com açúcar ou com gordura, mas sim, pelo contrário, baixar o custo dos «alimentos bons»
Assim à primeira vista, a única coisa que ainda é barata hoje é a água da torneira. 

Até o pão 'completo' é mais caro do que do que os papo-secos ou o pão branco... Actualmente o peixe é bem mais caro do que a carne. Os legumes (o exemplo na imagem é de feijão-verde mas isso passa-se com a maioria dos legumes) quando não estão 'em promoção' são bem caros! Quanto a fruta só é barato a banana. 

Ou seja para se manter a linha e comer saudável, ou temos a nossa própria quinta pescamos o peixe no ribeiro e temos uma capoeira, ou temos muito mais do que o salário mínimo.
Várias vezes o salário mínimo.

Cereja



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Os engraçadinhos...

Há uma coisa que me irrita de um modo desproporcional em relação à causa da irritação: as gracinhas dos empregados de café.
Sempre assim foi, ou pelo menos há muitos anos que o é. Chego a um balcão e peço educadamente «Bom Dia, queria um café, se faz favor!» e oiço como resposta «Queria?! Ah, já não quer?» e ficam-se a rir. Como não lhe vou explicar o que é a forma verbal conhecida como condicional, faço um sorriso amarelo e espero pacientemente, a não ser que ele continue a rir o que me apetece dar como resposta «Traga-me o raio do café, caraças!» mas não digo... Sou educadinha.
E isto passa-se noutras situações. A grosseria de corrigiram o meu português para fazer humor. Aliás tem-se espalhado. Há para aí muitas variantes, a sintaxe é uma lástima e com a desculpa do acordo ortográfico que tem umas costas larguíssimas diz-se os maiores disparates, piscando depois o olho «com o acordo já nem sei como se diz» explicação cretina porque o dito acordo é sobre a escrita.

Mas encontrei este sketch já antigo mas excelente.

Está cá tudo. Grandes gatos!!!!


Cereja

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Chover no molhado

Li há dias uma interessante entrevista que proponho que leiam de uma ponta à outra! Possivelmente, considero interessante por o autor repetir aquilo que penso e digo há imenso tempo: o excesso de cautela e protecção que grande parte (a maioria?) dos pais de hoje mostram na educação dos filhos tem o efeito oposto àquilo que se pretende, torna-os mais vulneráveis! Há um mês e tal voltei a falar no assunto aqui no Cerejas, a propósito de uma cena real a que tinha assistido. O entrevistado, que trabalha quase há meio século com crianças diz, com graça, que «aumentou de facto esta taxa de sedentarismo, eu diria mesmo de analfabetismo motor, estamos a falar de iliteracia motora» e continua dizendo que se quer controlar a energia das crianças mas «numa grande parte dos casos essa energia é natural, mas é considerada hoje como doença ou inapropriada. É inaceitável que 220 mil crianças estejam medicadas em Portugal.»  Apoiadíssimo!
Por outro lado vemos que os mesmos meninos «que com 3 anos ao fim de dez minutos de brincadeira livre dizem que estão cansadas, [...] de 5 e 6 anos que não sabem saltar ao pé-coxinho [...] com 7 anos que não sabem saltar à corda, ou [...] 8 anos que não sabem atar os sapatos» como ele refere, são também os que estão sempre ligados a um ecrã ! Mesmo nas férias, preferem a ligação virtual ao mundo real que os rodeia.
Isto alarma-me.
Eu sei que isto é o século vinte e um. Quando era pequenina falar-se na vida depois de 2.000 era ir para o mundo da ficção científica. Li muitos romances nessa área com transmissão de pensamento, viagens instantâneas, comida em pílulas, passeios a outros sistemas solares... Crianças de músculos atrofiados ligadas a máquinas de comunicação também devia haver. Mas é triste. 
E estamos a tempo de inverter a marcha.

Afinal é sobretudo ter consciência de que o que se pensa estar a fazer para bem dos nossos filhos, é muito pelo contrário, prejudicá-los gravemente.
Stop!




Cereja




segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Enjoada com o tema 'comida' e a caça à caloria

A sério.
Ando farta, farta, farta. É um tema "da moda", aparece por todo o lado, em reportagens, em colunas de opinião, nas conversas dos amigos, em mesas redondas ou de vários formatos, na tv, no youtube, em palestras... Neste momento todos sabem tudo sobre alimentação!
E todos têm a mais fundamentada das opiniões sobre cada aspecto alimentar... e o seu contrário!

É uma verdade. O ser vivo tem de se alimentar para sobreviver. Ponto. Aliás tem de dormir também. E concordo que não é má ideia pensar um pouco no assunto. Um pouco, excepto os profissionais é claro - aqueles cuja profissão está ligada à indústria alimentar - mas não é o que se vê actualmente na nossa sociedade. Muita gente anda de facto verdadeiramente obcecada  com aquilo que ela (e os outros!) come. Possivelmente por, no ocidente, se verem tantos casos de obesidade o que é mau, a caça à caloria tornou-se o desporto favorito de muita gente.
No outro dia assisti a uma palestra - conversa, chamavam despretenciosamente no cartaz - sobre alimentação que até se chamava "O meu valor servido à mesa" parece-me que a 'provocar'... No final, quando imaginei que se fizesse a meia dúzia de perguntas de circunstância à palestrante, afinal quase toda a gente teve de dizer da sua justiça, e com intervenções onde se espraiavam os mais doutos conhecimentos.
Dava para ver logo que quem pedia a palavra sabia muito mais do que a pobre convidada, reduzida à insignificância. E depois zangavam-se entre si, cada um sabia mais e com maior profundidade sobre o que era indispensável comer-se e aquilo que eram «venenos».
Acontece que sou particularmente sensível ao uso da expressão «veneno» para classificar um alimento, seja ele qual for, até porque essa expressão é utilizada com um tom de terror/repulsa assustador. É ridículo. Um veneno, mesmo aqueles que de facto matam em pouco tempo, se for usado correctamente pode ser até um medicamento... (recordo a frase  Toma arsénico, João! nas Pupilas do Sr. Reitor) e muito daquilo que se diz que «faz bem» ou que «faz mal» é verdade mas quase sempre é necessário comê-lo em doses enormes para fazer bem ou fazer mal!
A alimentação actual é errada? Pois será. Mas a minha convicção é que se varia muito pouco e é apenas esse o erro. A gordura, o açúcar, o sal, fazem mal? Porque se come pouco dos outros alimentos os que não levam gordura, ou açúcar, ou sal. Resisto bem a uma refeição de fast-food e não fico envenenada, se o fizer de 2 em 2 meses e entretanto fizer uma alimentação muito variada. E olho com a maior desconfiança aquelas dietas muito saudáveis onde só se come espinafres com rabanetes temperados com gengibre (estou a inventar) mas cada um é livre de a comer e que lhe faça bom proveito.

Mas pronto! Odeio a ideia de olhar para um belo prato com comida apetitosa e não a ver, só ver calorias. A verdade é que precisamos de calorias, não é? Os nossos bisavós comiam produtos mais saudáveis. É possível, mas morriam muito mais novos do que nós!


Cereja