segunda-feira, 30 de maio de 2011

Historiazinha

Há um blog que há muito tempo eu visito e admiro. Começou há anos. Desde 2008, fui agora confirmar, e eu tenho sido uma leitora fiel. Chama-se Histórias de Embrulhar Castanhas e logo na sua fundação explicou bem qual a sua filosofia:
«Aqui se hão-de contar histórias, para quem quiser lê-las. Histórias da vida, do trabalho, da ida ao super-mercado, das pessoas com quem me cruzo e nem conheço mas adivinho... Não serão mentiras nem verdades, serão o filtro dos meus olhos. A rotina pode ser uma coisa fabulosa.
Depois de contadas, são para deitar fora.»
E eu pensava um pouco que "quando fosse crescida queria ser como aquela menina"com aquele jeito de contar histórias simples...
Aqui há cerca de um ano ou ela desapareceu da circulação, ou fui eu que andei também um tanto desanimada e ‘fechei’ aqui o Cerejas assim como as minhas visitas à net, portanto imaginei que já não havia Histórias para ninguém. Enganei-me felizmente, e no outro dia num zapping de blog em blog, reencontrei a nossa Castanha!!! Excelente surpresa.
Ora este relambório todo, é para dizer que hoje também me apeteceu contar uma historiazinha, daquelas-passadas-no-supermercado.


Estava eu na bicha do supermercado empurrando um cesto de rodas com meio dúzia de coisas quando reparo que junto da outra caixa uma senhora chamava por uma criança. Um menino que aos meus olhos parecia ter pouco mais de um ano. Muito pequenino mesmo. Aliás toda a postura, o modo como estava vestido, não teria mais de um ano e meio. E a mãe estava impaciente porque ele não queria estar ao pé dela, queria brincar com uma bola.

E agora vem a parte assombrosa. Aquela amostra de gente, que se podia imaginar que ainda andaria mal, estava a dar pontapés na bola. Pontapés com imensa pontaria. Mas imensa, mesmo. Por diversas vezes confirmei que ele conseguiu acertar na bola com ela ainda no ar (coisa que confesso eu nunca seria capaz de fazer!!!)
Vim-me embora com a firma convicção de ter assistido aos primeiros pontapés do futuro Pelé, Eusébio, Maradona, Cristiano Ronaldo.
Enfim daqui a uma dúzia de anos vou ver se acertei.

Pé-de-Cereja

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Reflexões sobre a Lei de Godwin, ou quando se perde a razão

No que toca a «leis» de conceitos sociais sou muito ignorante. Claro que conheço a Lei de Murphy porque infelizmente anda sempre presente nas nossas vidas, mas poucas mais.
E descobri recentemente (há mesmo muito pouco tempo, que ignorante sou!) uma destas leis que já tem mais de 20 anos – a Lei de Godwin. Não a conhecia mas fiquei seduzida porque é muito verdadeira. Diz assim: "À medida que uma discussão na Usenet cresce, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo Hitler ou o nazismo aproxima-se dos 100%."*
Eu acho que, se essa percentagem é assim tão elevada quando usamos a net, até em discussões mais directas e pessoais, tal acontece com demasiada frequência. É uma pena.
Há poucos dias, numa conversa no facebook, um participante meu amigo-fb, pessoa que apesar de não conhecer tenho em conta de inteligente, educado e sabendo comunicar, referia-se, em relação a uma nota minha, sobre o momento que se vive como «fascismo». E ficou um tanto irritado, quando eu e outra ‘amiga’ acudimos estranhando o termo. É que – valha-nos Deus! – fascismo é outra coisa….
E isto acontece muito.
os idiotas que negam quem negue o holocausto com o argumento (?) de que noutros sítios também se mata muita gente. Há quem, no calor da discussão, considere que toda e qualquer ditadura é igual porque não apenas os fins não justificam os meios (certo, na minha opinião) mas os meios são mais importantes do que os fins! Nivela-se a torto e a direito pela mesma medida.
Neste triste espectáculo que tem sido a actual campanha eleitoral, os representantes de um dos partidos tem chamado ao líder do outro, Hitler, Saddam, Drácula. O que raio resulta desse circo? Esse disparate serve para quê?
Às tantas começo a suspeitar que por detrás dessa violência verbal descabida existe uma completa ausência de ideias e de propostas. Vai-se dizendo que «o outro» é o Diabo, e entretanto não há nenhuma sugestão de como sair do inferno.


* para quem seja como eu e não conheça algumas destas nomenclaturas, a usenet é a net dos fóruns, de grupos de discussão, das opiniões 'retransmitidas através de uma extensa rede de servidores interligados'.




Pé-de-Cereja


Para sorrir:
encontrei este Bartoon no Público:

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Malhar em ferro frio II

Queria continuar na linha do post que escrevi ontem, que até pode ser mal entendido. É claro que é justíssimo desejar coisas bonitas, desejar mais conforto, desejar uma vida mais simplificada. O perigo é quando esses desejos conduzem ao inverso do que se quer - dívidas e angústia.
Não gosto muito nada de apontar o dedo a 'culpados' (já bem chega o que se vê nos debates), mas o certo é que pode haver uma responsabilidade acrescida das entidades que estimulam o consumo.
Porque as há!
Há alguns anos, lembro-me de ter visto numa campanha publicitária qualquer, uma frase do tipo «Querer é Poder». Comecei por gostar. É bom pensar-se que Querer é Poder, estimula a nossa vontade, a nossa energia, é um bom lema. Depois percebi que aquilo era parte de uma campanha de um Banco da nossa praça, incentivando o apelo ao crédito. Nós podemos ter tudo o que quisermos agora, depois mais tarde logo se vê como se paga… Uma magia qualquer vai resolver isso. Aproveitemos o presente.
Esta facilidade, cruzada com o sentimento que muitos de nós temos se-o-meu-amigo-tem-eu-também-quero, resulta mal. Há um desejo permanente de Ter, tão generalizado que se olha de lado como anormal quem não entra nesse jogo. E, para agravar ainda mais, os jogos do mercado trazem uma situação impensável no tempo dos meus pais ou avós: quando algo se avaria, é mais difícil e caro arranjar do que comprar novo!
Tudo isto faz com que as lixeiras estejam cheias de produtos aparentemente em bom estado e o consumidor seja incentivado constantemente a novas compras.
E para além disso a publicidade é uma máquina feroz. A minha avó limpava o pó com… um pano do pó. Hoje em dia qualquer mulher a dias exige um líquido ou spay para limpar os móveis encerados, outro para os móveis envernizados, outro para móveis em bambu, ou de metal, outro para as superfícies em acrílico, outro para as louças, outro para …. E panos e paninhos para isto e para aquilo. Lembro-me bem de ver dar brilho aos vidros com jornais velhos. Hoje há panos especiais.
Evidentemente que isto é apenas um exemplo, mas verdadeiro como sabem.
Será que precisamos mesmo de tanta coisa? Ou estamos a ser vítimas da dominadora e eficiente publicidade?...




Pé-de-Cereja

terça-feira, 24 de maio de 2011

Malhar em ferro frio

Comecei por dar a este post o título «Bater no ceguinho», expressão particularmente sádica da nossa linguagem corrente, mas achei que não era exactamente isso que queria dizer. Depois ainda escrevi «Voltando à vaca fria....» o que era mais aproximado, mas preferi falar em 'ferro' e a expressão que se usa é 'malhar '. O ferro é muuuito duro e difícil de alterar, sobretudo quando não está quente. :)
Porque, mais uma vez, e pensando no que escrevi aqui num post que ficou já um pouco lá para trás sobre o modo de brincar em meados do século passado [custa-me dizê-lo, mas afinal é o que é: meados-do-século-passado] queria partilhar convosco o meu modo de pensar sobre como podemos viver o difícil momento que estamos a viver.
Aí há uns 30 anos, estava Soares no governo e a moeda era o escudo, o FMI também cá veio 'ajudar'. Numa campanha para nos sensibilizar, usou-se a expressão «temos de viver com o que temos» ou algo de parecido. Ora essa é uma "receita" que era muito usada pelo cidadão comum no pós guerra, mas que desapareceu completamente. Voltar atrás é difícil impossível, e não terá vantagens. Contudo, havia dantes algumas regras de não esbanjamento, digamos assim, que fazem todo o sentido.
'Viver-com-o-que-temos' é ter a noção realista do que é indispensável e o que não o é. É verdade que em dois mil e tal sentimos como indispensável, e é de facto indispensável, confortos que não eram sonhados pelos nossos avós. Para além de um tecto para nos abrigar, uma cama para descansar e comida saudável na mesa, é importante abrir uma torneira e sair água, carregar num interruptor e acender-se a luz, mandar um recado urgente pelo telefone. Mas aprendia-se, quando eu era criança, a fechar a luz quando saíamos de um quarto, não usar mais água do que a necessária, comer a comida que estava no prato. Isto em classe média ou até alta.
Hoje, vejo muitas vezes, caídos na rua bolos com uma ou duas dentadas, deita-se fóra roupa por estar rota, as crianças recebem logo quase logo* os brinquedos que vêem e desejam. Como se vivêssemos numa sociedade de grande abundância (é certo que estimulados por uma implacável publicidade) e sofrendo quando não a conseguimos acompanhar.
A verdade é que andamos a «viver com o que não temos» e a factura irá ser muito pesada se não se mudar urgentemente de mentalidade.

* quando os pais não o podem fazer sentem-se cheios de culpa...


 
Imagem daqui


Pé-de-Cereja

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Os «Pepe Rápido» da administração de empresas.


É verdade que sabemos, através de diversas fontes de informação, que os senhores muito, muito importantes, trabalham imenso, coitaditos, esfalfam-se o ano todo (até nem tiram férias, talvez) tendo que para ganhar a sua vida, aceitar segundos empregos. Segundos, ou terceiros, ou quartos, ou quintos...
E isso vê-se à luz do dia, quando se analisa as suas reformas. Os tais senhores importantes, que se reformam de alguns desses tachos, perdão, trabalho duro bastante antes da tal idade da reforma que tanto preocupa a Sra. Merkel, tal como acumularam o trabalho em diversos locais, também acumulam a famosa reforma.
Isso era conhecido de todos.


Mas que um deles chegasse à conta de 60 empresas  para uma pessoa só, ainda me consegue espantar.
O pobre andava num virote, só pode.
Pela minha matemática caseira, 60 a distribuir por 20 dias úteis, dá 3 empresas por dia. E isto sem repetir nenhuma durante o mês!!!
Claro, esta caso é extremo, mas segundo a notícia que está no link, a verdade é que «Vinte administradores ocupam mil lugares», portanto esta canseira não é só deste senhor. Assim por alto, os seus amigos também devem administrar cada um umas 50 empresas.
Deve ser um trabalho asseado.

Pé-de-Cereja

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma adivinha

Ora muito bem, uma vez que estou no «período de aquecimento» - estou a tenta recomeçar a escrever no blog depois de 8 dias de sorna - lembrei-me de deixar aqui um fw que recebi há já muito tempo, mas que nos lembra uma outra realidade (para não pensarmos só no mal que as coisas andam por cá)






Pé-de-Cereja

Blog com a bateria em baixo…

Não faço ideia se os meus colegas aqui da blogosfera, que mantêm um blog também há muitos anos, padecem do mesmo mal que eu. Comigo ou 8 ou 80. Se me dá para escrever aqui todos os dias (como fiz nos «Pópulos») encontro sempre assunto e até me parece que quanto mais escrevo mais temas me aparecem.
Mas se por qualquer motivo faço uma pausa, fica difícil arrancar.
Quando era adolescente, existia um fenómeno parecido. Estava com as minhas amigas mais queridas e não parava de dar à língua. Tudo era motivo de conversa. Bláblábláblá…Muitas e muitas vezes, vinha para casa do liceu na companhia dela e na conversa, e assim que a minha amiga chegava a casa telefonavamo-nos porque entretanto nos tínhamos lembrado de qualquer coisa que queríamos contar. (hoje o modelo está aperfeiçoado por causa dos telemóveis, é mesmo conversa non-stop!)
Mas…
…podia acontecer estarmos um tempo sem nos encontrarmos. Depois das férias de verão, por exemplo.(eram enormes, não eram?) A bateria tinha ido abaixo e já só de empurrão. A conversa custava mesmo a começar, porque quer a uma quer a outra parecia que que só valia a pena falar-se de coisas com alguma importância.
Assim se passa aqui no Cerejas.
Para uma escrever uma nota muito rápida, de passagem, existe o Facebook. É claro que é diferente, mas como é muito rápido e exige pouco esforço, também tenho usado e não é mau. E aqui o blogzinho tem ficado de pousio.
Vamos ver se desta vez mantenho o carro blog a andar, que a vida anda má para comprar baterias novas.

Pé-de-Cereja

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mudar, mudar, mudar

É a palavra que mais se ouve.
MUDAR.

Ligamos a tv ou abrimos um jornal e lá está a palavra. E o certo é que concordamos. Creio que todos, mesmo os que lá por dentro desejam  sabem que «é preciso mudar para que tudo fique na mesma». E os mais desbocados que pensam que «o que muda são apenas as moscas».
Mudar. *
A verdade é que olho para os partidos do centro e tenho a noção que até ao nível dos dirigentes (as bases já se sabe que assim é) há muito maior diferença no leque de posições no interior do partido do que entre os dois partidos. Daí a sensação de infelicidade do cidadão comum. Mudar para quê e o quê?
As opções que vê são estas.
E uma mudança verdadeiramente profunda...? Ah,  isso  :) !!!!!!
Mas como?! Anda tudo muito cansado. Contudo se a tal mudança não vier de raiz, não vale a pena "madar" seja lá isso o que for.

* (é evidente que há um partido que não o diz, o que está no governo; pensará em 'aperfeiçoar')





Pé-de-Cereja

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Calma!

Tem corrido aí pela net, e sobretudo no Facebook, uma notícia trazida pelos meios de comunicação: o tecto das reformas na Suíça. Muitos batem apressadamente palmas.
Ora esta notícia tem que se lhe diga e deve ser “desmontada”. Por um lado fala-se em euros quando a Suíça não aderiu ao euro, portanto imagino que se fez uma conversão, devem ser os francos correspondentes, ou... nem pensaram nisso e ao referir euros estão a falar na moeda suíça.

A notícia é esta:








Ora bem. Parece que na Suíça não há salário mínimo nacional. Mas numa rápida pesquisa feita na net, pude concluir que menos de 2.000 € já é raríssimo receber-se e é até considerado insuficiente para se viver com condições.
O que nos dá este facto estranhíssimo: o tecto máximo de reforma será inferior ao correspondente SMN!?....
Nem 8 nem 80. É claro que é completamente idiota a declaração do Leite Campos, 







sobre os 5.000 € e os 1.000 €, que tanto nos fez falar e indignar.
Mas aqui caímos do 80 para o 8.
Acontece que sei que há países com excelente nível de vida (estou a pensar na Dinamarca) onde ou se vai juntando para a reforma durante a vida activa, ou quando lá se chega o reformado tem um grande queda no seu estilo de vida. Não podem manter a casa onde viviam, por exemplo. É claro que os apoios à 3ª idade são magníficos, as residências para idosos excelentes, mas... Não estou a pensar num idoso de 80 anos, mas num reformado de 65, que se sinta bem. Se pudesse escolher, creio que preferia ficar na casa onde há tantos anos vive.
Voltando ao início, a notícia deve ser bem analisada antes de ser dada como modelo.
Podemos andar indignados com as nossas (deles!) reformas de luxo - eu sou das primeiras a sentir-me escandalizada - mas a solução não pode ser nivelar deste modo. Não se pode dar a um reformado uma reforma de valor abaixo do mínimo nacional desse país.
Aqui há qualquer engano, só pode ser.


Pé-de-Cereja

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Do erro de generalizar….

Conscientemente evito fazê-lo, mas a verdade é que a nódoa cai em qualquer pano e muitas vezes com base em dois ou três exemplos caio também no erro de medir tudo pela mesma medida. E ontem tive uma experiência que parecia uma parábola com moral a tudo.

Precisava dos serviços de uma repartição de finanças. Desde que, felizmente,  fechou aquela onde sempre fui mas não era acessível e as instalações péssimas que costumo ir a uma um pouco mais longe da minha casa mas que foi remodelada e onde o ambiente é tão agradável quanto pode ser um local desses… Fui lá logo pelas 9 horas para ver se me despachava, tirei a senha respectiva e, tal como avisava no placard, esperei só uns 15 minutos. Tocou o meu número, sentei-me à mesinha de atendimento (desde que deixou de haver guichets a coisa fica mais simpática) e expliquei o que pretendia mostrando os documentos.
- Ah, mas não é para si…?
- Não - expliquei eu - é para o meu filho, mas se fosse possível ser tratado por mim para ele não faltar ao trabalho…
- Também isto não demora nada, são 2 minutos, - e eu apenas sorri porque onde já lá iam os 2 minutos! Depois, perante os dados que eu forneci, declarou que teria de pagar uma coima por uma questão de pormenor que eu desconhecia. E finalmente o nib que eu tinha apontado não batia certo! Ela escreveu-o por 2 vezes no computador, abanando a cabeça. Ná. Havia um erro. Tinha portanto de voltar a casa para confirmar aquele dado.
Uma nota importante, é que esta senhora não foi antipática. Não o posso dizer porque seria injusta para com ela. Foi friamente eficiente. Eu saí da repartição suspirando de mim para mim «que chatice!» mas sem qualquer motivo de queixa.
Voltei a casa buscar um cartão com esse número que estava errado e voltei lá tirando outra senha. Até estava a desejar que fosse a mesma pessoa a atender-me uma vez que estava já dentro do assunto, mas fui chamada a uma outra mesinha, mesmo ao lado. Expliquei sucintamente o caso, justificando de novo o motivo porque estava ali eu em vez do meu filho. Recebi um sorriso caloroso.
Pois com certeza! É a mesma coisa, e não é preciso ele faltar.
Depois, como eu dissesse qualquer coisa quanto à 'temporalidade' do trabalho, ela pegou no tema com uma olhada cúmplice
Eu sei bem! O meu arranjou agora uma bolsa e foi para a Alemanha. Mas quando acabar nem sei como vai ser.
E uns minutos mais tarde estávamos a sorrir por cima dos papeis. Lá lhe expliquei que a sua colega me tinha dito que, se calhar, ia ter de pagar uma coima mas ela encolheu os ombros
Ora! Eu escrevo que começou a 15 em vez de ser a 10. Não prejudica ninguém. 
E pronto. Assinei os papeis como ‘representante legal’ e vim-me embora com tudo regularizado.
O que vinha a pensar é que se tudo tivesse ficado tratado da primeira vez, eu viria a pensar «os funcionários das finanças não deixam passar nada, bem sei que ela tem razão mas sinto-me uma naba».
Se só tivesse encontrado a segunda senhora pensaria «e ainda há quem diga que não somos bem atendidos! Os funcionários são uma simpatia! Que agradável foi esta senhora…»

E afinal quer a funcionária A, quer a funcionária B, estavam na mesma repartição, no mesmo dia, tinham o mesmo cargo, atendiam o mesmo tipo de pessoas, só mudava a personalidade de cada uma.
E essa é a pedra de toque. Ninguém é obrigado a ser simpático mas ajuda muito.

Pé-de-Cereja

terça-feira, 3 de maio de 2011

Teoria da Conspiração

Não é muito o meu estilo, essa coisa da 'teoria-da-conspiração'.
Não sou nada do género de encontrar segundas e terceiras intenções em coisas que (talvez com alguma ingenuidade) eu considero simples factos.
Mas o assassinato do Bin Laden, deixa-me a pensar.
Porque raio não quiseram julgar o homem?!
Era um grande criminoso, sem qualquer dúvida nem perdão. Ele próprio se gabava dos seus feitos. As acções terroristas foram de facto... de terror! Não apenas as Torres Gémeas, mas o metro em Espanha e em Londres, também, para falar em mortes por atacado. Se queriam horrorizar conseguiram plenamente. A morte indiscriminada de gente inocente, sem aviso, sem justificação (??? nunca pode haver 'justificação' para matar!) sem a desculpa (?) de haver uma guerra declarada - como Hiroshima onde também morreram 300 mil inocentes - arrepia qualquer um.

E aquele homem era um símbolo.
Quando percebi que o tinham apanhado fiquei contente. Bem-feita!!!, pensei.
Depois entendi que o apanharam e ... mataram. Deliberadamente.
E isso é que me faz espécie. Qual era o mal de o levarem a julgamento? Seria o julgamento do século. O terrorismo no banco dos réus. Isso sim, teria impacto, seria o exemplo da justiça de 'gente civilizada' contra a tal barbárie. Mas afinal o que vimos foi o «olho por olho e dente por dente».
Vingança? Sim.
Justiça? Não.
Porquê aquela opção? Quem é que tinha tem medo de quê?

Pé-de-Cereja

domingo, 1 de maio de 2011