terça-feira, 3 de maio de 2011

Teoria da Conspiração

Não é muito o meu estilo, essa coisa da 'teoria-da-conspiração'.
Não sou nada do género de encontrar segundas e terceiras intenções em coisas que (talvez com alguma ingenuidade) eu considero simples factos.
Mas o assassinato do Bin Laden, deixa-me a pensar.
Porque raio não quiseram julgar o homem?!
Era um grande criminoso, sem qualquer dúvida nem perdão. Ele próprio se gabava dos seus feitos. As acções terroristas foram de facto... de terror! Não apenas as Torres Gémeas, mas o metro em Espanha e em Londres, também, para falar em mortes por atacado. Se queriam horrorizar conseguiram plenamente. A morte indiscriminada de gente inocente, sem aviso, sem justificação (??? nunca pode haver 'justificação' para matar!) sem a desculpa (?) de haver uma guerra declarada - como Hiroshima onde também morreram 300 mil inocentes - arrepia qualquer um.

E aquele homem era um símbolo.
Quando percebi que o tinham apanhado fiquei contente. Bem-feita!!!, pensei.
Depois entendi que o apanharam e ... mataram. Deliberadamente.
E isso é que me faz espécie. Qual era o mal de o levarem a julgamento? Seria o julgamento do século. O terrorismo no banco dos réus. Isso sim, teria impacto, seria o exemplo da justiça de 'gente civilizada' contra a tal barbárie. Mas afinal o que vimos foi o «olho por olho e dente por dente».
Vingança? Sim.
Justiça? Não.
Porquê aquela opção? Quem é que tinha tem medo de quê?

Pé-de-Cereja

10 comentários:

Zorro disse...

Pois muito bem.
A bem dizer estou como tu. Isto é um ciclo vicioso que se alimenta de si mesmo. Choca-me ver as posições de «esquerda« ou «direita» tão pré-assumidas!
Dizes que não é uma guerra, mas o pior é que é uma guerra!!!! Afinal a Jihad é guerra, creio eu. E a tal jihad foi criada para 'responder' ao que consideravam agressões dos ocidentais. Quando o Bin Laden desencadeou aqueles ataques terríveis era para se vingar de outros ataques. Eu sei que fiquei chocado, muito chocado, quando ouvi que a ataque às Torres tinha sido festejado por eles. Afinal, a terra gira, e agora são os americanos a festejar a morte do Bin Laden. Claro que é uma vingança. Digamos que pode ser justo mas não foi Justiça. A Justiça faz-se nos Tribunais.

sem-nick disse...

(olá! tenho escrito aqui como anónimo porque o 'sem-nick' que usava dantes me parecia palerma, mas não me ocorre mais nada e voltei à antiga lol)
Eu estou um tanto como o Zorro e como tu.
Que o gajo era um criminoso, nem pode haver dúvidas. Assim como os nazis o foram. E por isso se criou o tribunal de Nuremberga. Era algo assim que eu desejava. Pompa e circunstância para não deixar dúvidas. Um tiro na cabeça?!
E o Obama concordou?
???????????????????????????????
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

cereja disse...

Bem me parecia que o tal 'anónimo' era um velho conhecido. Beeeeem, conhecido é modo de falar :)
Por enquanto ainda só tenho comentários concordantes, mas acredito que cheguem aqui os outros. Tenho visto por aí muita conversa...
Contudo, li um post no Voz em Fuga da Hipatia que vai no mesmo sentido.
O que quer dizer que estamos bem acompanhados, aqui na blogosfera!

Mary disse...

Tudo isto é sinistro e horroroso. Com franqueza não gostei da euforia americana. Chocou-me o Obama. Ele desceu uns furos na minha consideração, se de facto foi quem ordenou a execução. Uma morte é uma morte.
E muito indirectamente (és muito sabida, mulher!) quando falas aqui de Hiroshima focas essa questão. Em 11 de Setembro morreram 3 mil pessoas, um horror. Mas lembraste agora que os mesmos americanos mataram de uma só vez 300 mil. Pois é. Há duas medidas para tudo...

cereja disse...

Obrigada pelo comentário, Mary.
Bom, para ser franca não ponderei que a bomba atómica tinha morto um número exactamente cem vezes maior. mas lá que me apeteceu compara, isso é verdade :D

saltapocinhas disse...

este homem vivo era um perigo, iriam talvez fazer chantagem ou reféns para que o soltassem...
eu acho que fizeram bem: acabou o bicho acabou a peçonha.(espero eu)

(e pôr uma mulher a servir de escudo, é de homem!)

cereja disse...

Querida Saltapocinhas, parece-me que ainda és mais ingénua do que eu. Não acredito nada nisso do «acabou o bicho acabou a peçonha». O ter acabado assim, para os partidários pode torná-lo num mártir o que também é um grande risco. Aliás há muito quem esteja assustado com as represálias possíveis. Mas isso, para mim, (as represálias) é um risco que se tem de correr, ou então fica-se vítima de chantagem.
De resto, mulheres, crianças, parece bem que o valor era pequeno... Digamos que a vida humana tem pouco valor para aqueles extremistas. Choca-me muito.

sem-nick disse...

Percebo o que diz a Saltapocinhas. Aliás é uma corrente de opinião (digamos assim) talvez maioritária. Mas se o gajo era um perigo vivo, não creio que a coisa melhore com ele morto desta maneira. Era um tipo que aparentemente só sabia odiar, e acho que ele teria gostado deste fim,o que me chateia. Um julgamento é que seria achincalhante para o gajo.

fj disse...

Este post trás o maior problema humano que para mim existe: o "direito" de tirar a vida humana. O que Obama e milhões de seguidores fizeram foi um hino à alegria da morte, do assassinato de um homem desarmado... Frei Boaventura do Público, este ateu esperava uma palavra sua, fosse qual fosse a culpa do assassinado, que impediu o julgamento dele, da organização (?) e das suas origens e primitivos objectivos e fundadores.
Alguns anos de política na ilegalidade e na legalidade mostraram-me (e a mais pessoas com certeza) que morar num fortim isolado, pelo menos de um lado sem janelas, e sem antenas de rádio, tv, satélite, não chama a atenção a qualquer um?
«Dêem-me» «clandestinos» desses e eu prendo 5 por semana, descansando à sexta e domingo interculturalmente. Concordo com a ampla maioria dos comentadores...

sem-nick disse...

Olá fj!
Também tens aparecido pouco por aqui, e tens sempre um ponto de vista... provocador, pelo menos.
E é muito provocador dizeres assassinato de um homem desarmado porque se naquele momento exacto estava desarmado (dentro da sua casa, era normal que o estivesse) não se pode pensar naquele tipo como sendo um 'homem desarmado' como qualquer outro. Eu penso que ele próprio era uma arma gigante.
Mas concordo contigo quando falas no «hino à alegria da morte» o que também me chocou. Uma coisa é a população sentir alívio e sentimento de vingança realizada, outra é gente com muitas responsabilidades mostrar o mesmo júbilo.
E, sempre,a questão: PARA QUE SERVE O TPI?!?!?!