segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Independente? Dissidente?




Parece fácil. Um candidato independente é o que não está filiado em nenhum partido e portanto não está sujeito a disciplina partidária.  In – dependente, não depende de ninguém, e isso pode ser atraente numa certa medida. É simpático desde que não esteja sozinho, claro, seria absurdo pretender gerir fosse o que fosse sem uma forte rede de apoios, mas a ideia de independência é cativante sobretudo numa época onde os partidos andam pelas ruas da amargura.
Muita gente pensa que o independente está superior aos partidos e pode mostrar maior isenção. Assim como um presidente da república em ponto pequenino. E consegue-se uma auréola de "inocência" dado o descrédito actual das forças partidárias na sua generalidade.
As eleições de ontem mostraram a força que essas candidaturas podem ter.
Vitórias importantes. A mais estrondosa no Porto, é claro, mas também em Matosinhos, Sintra esteve quase, - creio que há mais, mas não me lembro de todos os resultados - e, é claro, Oeiras.
O interessante é que em vários casos são 'independentes' apenas porque não precisaram das máquinas partidárias e conseguiram financiamentos suficientes. Mas conhecem bem os partidos. Muito bem mesmo, porque já lá estiveram e saíram por motivos vários. A pureza e inocência de alguns candidatos não é a que um eleitor que seja ele próprio puro e inocente, possa imaginar. Não precisou do financiamento partidário, ok, mas quem o financiou, afinal?
Acredito firmemente que a acção política pode ser levada a cabo e muito bem, por movimentos de cidadãos. Que podem chefiar muita coisa e candidatar-se. Apoio isso. Mas desconfio de independentes que são dissidentes de partidos tradicionais. Ou que são, posteriormente, apoiados por partidos bem conhecidos. Hummm....
Mas a cereja no bolo, o que faz a nossa vida política tão original, é o "Estranho Caso de Oeiras" onde nem sequer se pretende enganar ninguém e a vitória eleitoral vai para alguém que cumpre pena por fraude! Essa independência (?) é impressionante. E os eleitores devem-se achar muito espertos, conseguiram fintar a lei e os tribunais afinal. Para além da lei dos mandatos, porque afinal quantos é que o Isaltino já tem...?
Sinto-me a viver num país de banda desenhada, com situações nunca vistas.
Onde afinal, como bem escreveu o Daniel, a estrondosa derrota do PSD deu uma vitória pífia ao PS.


Nem mais.
E os "independentes"....? Cof, cof...




Cereja






sábado, 28 de setembro de 2013

O ruim pano

Uma história acabadinha de acontecer, e que parece uma parábola  metáfora:
Eu tinha, pendurada numa janela onde bate bastante sol, uma cortina. Cortina branca e grossa. Ontem, numa onda de arrumações e mudanças decidi que estava ali a mais. Era uma janela de marquise, devia era colar um papel aos vidros para manter a intimidade e acabar com aquela fonte de pó. Se bem o pensei melhor o fiz - fui-me a ela e zás, máquina de lavar porque estava um nojo.
Claro que não ia usar a máquina só para aquilo de modo que juntei muitas outras peças que também precisavam se ser lavadas. OK, programa escolhido e máquina a rodar.
Antes de me deitar fui inspeccionar o estado da roupa lavada e pendurá-la no estendal. Ai, ai. Assim que abro a porta da máquina parecia que tinha nevado lá dentro, só via floquinhos brancos!
Kéisto??!!! Lógico. A cortina devia estar já podre, e desfez-se literalmente e milhares de floquinhos!!!!
E cá vem o resto. Da cortina desfiz-me sem grande pena, não esperava grande coisa dela. O chato é que o resto da roupa estava toda salpicada de pontinhos brancos, foi preciso sacudir peça a peça e não ficou bem. Hummm... Zanguei-me comigo própria, pela falta de visão - que parvoíce não ter previsto que aquilo podia acontecer.
Mas o mais interessante, é que esta manhã parecia que tinha nevado na casa toda. Como tínhamos ido à cozinha por diversas vezes e depois regressado à sala, quarto, corredor, etc, agarrado às nossas solas vinham os malfadados flocos do pano desfeito, além de que o vento que soprou durante a noite ajudou a espalhar a coisa...!
É uma metáfora, não é? Em "dia de reflexão" podemos pensar que quando o pano está estragado, um bom programa de lavagem só vai mostrar a sua fragilidade e acabar por o desfazer. E o mais grave não é isso, é que pode sujar o que está perto de si.
Dá que pensar. Há panos que são de boa qualidade, lavam-se e ficam como novos. Outros, como o da minha cortina, tentar recuperá-los é tempo perdido.
Ou não?



Cereja

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Rabugices

Vou criar aqui uma etiqueta para "civismo". Já são tantas as entradas que podem caber nesta categoria que o melhor será arrumá-las todas juntas. A falta de civismo é das coisas que mais me desperta a rabugice. E não gosto nadinha de me sentir rabugenta!!!
Ora bem na berlinda estão hoje "regras de condução" (e regras de estacionamento no caso em questão ) pois é muito curioso que - salvo importantes e honrosas excepções que as há! - o facto de ter um volante nas mãos, ou a responsabilidade de um carro, faz vir à tona o que cada um de nós tem de menos bom. Quando escrevi agora 'excepções' estava já a aninhar-me nesse grupo, mas até eu quando estou a conduzir e me irrito uso termos que nunca utilizo no meu dia-a-dia. Não exactamente palavrões de fazer corar um carroceiro, mas são palavras que nunca digo - a não ser quando conduzo!
O estacionamento é frequentemente visto como um direito absoluto, cada um acha que deve poder parar onde lhe der mais jeito e tanto pior para os outros. A Emel que é tão pressurosa a verificar se ultrapassámos uns minutos o que está no talão de estacionamento, bem podia gastar uns euros nuns litros de tinta e avivar as marcas que definem o espaço destinado a cada carro. Quando isso não está claro é frequente vermos automobilistas que, pelo modo como estacionaram, ocupam o lugar de 2 ou até 3 carros. Ou, a inversa, entalam os outros de tal maneira que não se consegue sair...
E há a questão da "segunda fila".
Agora isso está a ser levado mais a sério nas zonas de estacionamento pago. OK. E no resto da cidade?
O estacionamento a impedir uma saída tem de ser sempre uma situação de grande urgência. Já nos tem acontecido a todos, mas eu quando precisei de o fazer -  raríssimo! - saí a correr, nem fechei o carro e voltei a correr. Ora esta manhã, seriam aí umas 8 e meia oiço uma buzina a apitar vezes seguidas. Vou espreitar à janela. Era o carro de um meu vizinho que queria sair e estava completamente bloqueado. O homem esperou e voltou a buzinar. Esperou e voltou a buzinar. Esperou e voltou a buzinar. Com muuuuita calma, mas mesmo uma calma inacreditável, saiu uma senhora da pastelaria em frente da minha casa. Foi com todo o vagar até ao carro, olhou lá para dentro e tirou qualquer coisa do banco de trás. Com a mesma lentidão voltou à pastelaria onde desapareceu. Uns minutos depois saiu e, com o mesmo passo sereno, voltou ao seu carro pô-lo em andamento, e foi-se embora.
Não era nada comigo mas fiquei a ferver! Esta pastelaria é conhecida por aqui e muita gente vai lá tomar o pequeno-almoço. Muito bem. E também é vulgar quem lá vai deixar o carro mal estacionado o que já não é nada "muito bem", tomar um café não é uma urgência! E quem vive no meu prédio é uma vítima desta proximidade da tal pastelaria, eu também já me tenho aborrecido com isso. Mas a falta de educação desta criatura que nem se deu ao cuidado de se apressar quando viu que estava a prejudicar alguém, é de bradar aos céus.
Como é que se ensina o civismo???


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O dia seguinte

É fascinante olharmos para o tempo, como ele é relativo!  Como tem um peso e um valor tão diferente conforme nos estamos a sentir, segundo as nossas emoções, as nossas expectativas. Como passa depressa ou devagar, completamente desacertado do que marca o relógio e o calendário.
A gracinha muito antiga do diálogo imaginado "para onde vais? vou p´rá festa!!!!!!!, de onde vens? venho da feeeeeeestaaaa" é muito verdadeira mas até nos dois sentidos, também podia ser "para onde vais? para o castiiiigoooo.... de onde vens? venho do castigo!!!!"
É que o dia seguinte, a "volta da festa", como nos sentimos depois de u acontecimento importante, é sempre impressionante.
....................
O meu retorno às lides da vida normal pós-férias, foi acidentado. Tive de enfrentar duas situações que embora distintas se entrelaçavam fortemente, sendo as duas desagradáveis mas uma delas podia ser afectada pela outra. Reconheço que me senti a certa altura a 'perder-os-pedais', assustada com o que ali podia vir. Ou seja, estes últimos 15 dias foram mauzotes (e é dizer pouco...)
Pronto, este crescendo de preocupação atingiu o seu climax ontem, quinta-feira. Na véspera andei o dia todo com o coração acelerado, doía-me a barriga, adormeci muito tarde e acordei cedíssimo, nem cheguei a dormir 3 horas...! Enfim, ia começar a batalha, partia para a guerra sem conseguir imaginar como seria a conclusão. paz.
Já passou!
Nem sei dizer a diferença, mas se na véspera tinha dormido 3 horas desta vez foram quase 10 horas de sono seguido. Nem dei fé dos ruídos normais cá de casa ! Que bem me sabe o "day after"! 
Uffff....
Sinto-me de novo com energia, hoje terminei várias coisas que tinha deixado de lado, e até deitei mãos a outras que achava não ser capaz de fazer.
Hoje é tudo diferente, para melhor. O tempo está bom, é quase fim-de-semana, estou a planear uma bela viagem, a minha roupa serve-me toda, o almoço foi óptimo, numa loja onde fui encontrei exactamente aquilo que queria e pensava não haver, enfim hoje é mesmo outro dia!!!!


Cereja

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Publicidade que engana

Eu tenho a convicção que as grandes empresas de comunicação, PT/MEO ou Zon são farinha do mesmo saco. Uma é melhor numa coisa, outra melhor noutra e quando uma aparece com uma novidade é esperar um pouco porque na outra também vai aparecer. Vira o disco e toca o mesmo. O que quer dizer que quem está na berlinda para a história que vou contar é uma deles mas poderia bem ser a outra...
Eu sei que para chamar uma publicidade de "enganosa" tem de pretender enganar, ou seja tem de ocultar dados que influenciariam negativamente o consumidor. Tem de se ler as letras pequeninas.
Mas se esse conselho de ler-sempre-as-letras-pequeninas deve ser seguido ao assinar um contracto, é normal que ao ler um cartaz, aquilo que nos fique é a mensagem das "letras grandes". E sobretudo quando o anúncio é na rádio ou tv, aí as famosas letras pequeninas não se ouvem!
Tenho uma amiga que foi bombardeada (como todos nós) com a publicidade que a Zon tem produzido sobre a oferta por 25€ menos um cêntimo de TV+Net+Telefone. É menos do que ela paga e se há pessoa que tem apertado o cinto até quase não poder respirar, é ela coitadinha.
Portanto, animada, falou para lá para saber as condições necessárias para aderir àquela bela oferta.
E então percebeu (aquilo que aqui no cartaz se consegue ler lá em baixo, mas não se percebia no anúncio tv)

  • ela já era assinante da zon, portanto não podia aderir - é só para novos assinantes.
  • mesmo para os tais novos assinantes é só para quem faça o pedido até ao fim deste mês.
  • este pacote funciona só até Dezembro
  • depois disso passa a um pacote normal que é até mais caro do que o que ela agora tem
  • e fica obrigada a uma fidelização de 2 anos

A publicidade pode não ser enganosa, mas lá que engana, engana muito.
Acho que o japonês quando caísse em si diria "vigalice"!



Cereja

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Entoações

Quando se ensina uma criança a falar ela aprende uma determinada entoação. Tem de ser. É o que dá o colorido a uma língua e explica os sotaques regionais. Coisa subtil, um estrangeiro leva tempo ou nem consegue perceber essa diferença regional que para um nacional é evidente.
E, na mesma linha de reflexão, a criança por imitação fala com os outros tal como vai ouvindo falar à sua volta. É o normal, e ainda bem, porque tem de haver um modelo.
Por isso mesmo me impressiona e choca ouvir numa voz infantil uma resposta dita num tom de irritação e enfado tipo com-sete-pedras-na-mão
Não vou evocar a minha infância onde nunca me passaria pela cabeça usar aquele tom porque se podia pensar que isso era no tempo da rainha Vitória (passe o exagero...) mas declaro que nunca o meu filho falou assim, nem recordo filhos de amigos meus a usar tal tom. Ou seja quando se ensina a falar, ensina-se também o tom correcto a usar-se e em que circunstâncias. Claro que eu já respondi torto imensas vezes, não sou perfeita felizmente! Mas que eu tenha consciência evito dar respostas agressivas e, de um modo geral, elas só aparecem em resposta a frases que eu sinto como também agressivas. E transmiti esse modelo ao meu filho.
Mas há realmente pessoas que vivem em permanente agressividade verbal. Quando falam é aos gritos e em tom agressivo. Mesmo que as palavras que digam sejam perfeitamente inocentes se ditas noutro tom.
..............
Estava na bicha do supermercado quando vejo uma senhora de alguma idade que avançava para uma outra bicha com uma embalagem de qualquer produto. Sai-lhe ao caminho uma pirralha de seus 8/9 anos que lhe atira esta frase perfeitamente normal: "a mãe disse VERDE" ao que a senhora (avó?) respondeu calmamente "não há verde" tendo como resposta "há, há!" Este diálogo não tem absolutamente nada de especial, não é?  É perfeitamente normal porque eu não consigo aqui, graficamente, transmitir o tom em que a menina falava. As palavras eram balas que lhe saiam pela boca. A agressividade com que falava, até na segunda resposta (há, há!) é intransmissível por escrito - dizia a todos que a avó era uma pateta e ela não tinha paciência para patetices.
Só posso imaginar que aquele fosse o tom usado pelos pais da criança entre si. Ou não?
Fosse como fosse eu senti-me constrangida ao ouvir aquilo e, pelos olhares que vi à minha volta, não fui a única. E afinal custa tanto falar com um tom correcto como falar desta forma, é uma escolha e isso... ensina-se!



Cereja

sábado, 14 de setembro de 2013

Uma historieta sobre o civismo

Uma espécie de desabafo. Uma historiazinha de férias que então pensei deixar no facebook e desisti, recupero aqui para o Cerejas. Foi assim:
Já há anos que não ia a um Centro Comercial com tempo, quando vou a uma coisa dessas é numa 'urgência' o que se pode dizer entrada-por-saída. E portanto escuso de dizer que também há muuuito tempo que não tenho almoçado num sítio desses. Essa experiência só me acontece nas férias porque o cinema mais próximo do sítio onde estou fica num desses Centros, e não dá para comer em casa portanto come-se lá qualquer coisa. Pronto, está a explicação prévia já dada, antes de contar a história.
Tinha-me esquecido que como a maioria dos locais de fast-food são apenas balcões onde se recebe um tabuleiro o cliente de bandeja na mão tem de descobrir depois uma mesa e cadeira para a sua refeição. Isso implica diversas habilidades para equilibrar o tabuleiro e bom golpe de vista para descortinar um local vazio  que possamos ocupar. Mas, está certo, é a regra. O Centro fornece mesas e cadeiras para quem as conseguir apanhar, quem não gostar do sistema pode optar por alguns restaurantes que também existem onde se paga o dobro do preço.
Tinha-me também esquecido que é costume, que quem vá à frente "marque lugar". É natural e aceito isso. Se vou com um tabuleiro, posso escolher um lugar com outro vago ao lado, para que o meu amigo que se atrasou um pouco e vem lá atrás possa ficar ao pé de mim. E às vezes em vez de um lugar, reservam 2, enquanto os amigos não chegam. Aceita-se... 
Mas já acho um abuso e falta de civismo, uma pessoa sem tabuleiro, que nem sequer foi ao balcão, nada prova ser um cliente, se sente à mesa e impeça outros de tabuleiro na mão de se sentarem com a desculpa de que os lugares estão ocupados. Ah estão? Por quem?! Onde está a comida?
E desta última vez a coisa atingiu foros de surrealismo, aos meus olhos. Metade das mesas, não as contei mas eram cerca de metade, não tinham sequer cadeiras. As respectivas cadeiras tinham sido rapinadas para outras mesas que tinham em seu redor o dobro das que lhes competiam. Explico: havia ainda uma mesa com uma única cadeira, onde me sentei com o meu tabuleiro. A pessoa que me acompanhava pousou também lá o tabuleiro e começou a perguntar nas mesas em redor, cada uma delas ocupada por uma pessoa ou duas mas cheiínhas de cadeiras vazias, se podia retirar uma delas e recebendo sempre respostas mal-humoradas, e até um pouco desabridas, que não, que "estavam ocupadas" . Depois de umas 6 negas, respirámos fundo, pegámos nos tabuleiros e procurámos um outro local bem mais longe...
Se tivesse um pouco mais de lata, o que me tinha apetecido fazer, era pegar no meu tabuleiro e sentar-me numa dessas mesas cheia de cadeiras vazias. Se não podia tirar a cadeira, então ocupava a mesa a ver se gostavam.
Uma questão de civismo, tão simples! Quando alguém pede por favor para tirar uma cadeira que não pertence àquela mesa e sim à sua, fá-lo por boa educação. Mas a verdade é que a cadeira de facto não pertence àquela mesa, faz-se o pedido por simples cortesia, não é o mesmo de quando se pede "emprestada" uma cadeira a uma mesa. Aí sim, é um verdadeiro pedido de empréstimo - uma mesa deve ter 4 ou 6 cadeiras, mas se precisa de sentar 5 ou 7 pessoas pode pedir emprestada uma se a mesa do lado não precisar. Agora arrebanhar todas as cadeiras das mesas vizinhas como se fosse um direito, é completa falta de civismo. 
E a quem nos queixamos....?!

A tal dança-das-cadeiras
  Cereja

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O grande e o pequeno

Claro que deve ter uma explicação.
Mas, à primeira vista, parece contraditório: Reparem que nas eleições "grandes", quando se pretende escolher quais as políticas melhores para os países é sempre visível o desgaste da política que foi escolhida pela última vez. Recentemente vimos o resultado de eleições na Noruega onde ganhou a Direita. Aliás o que já tinha acontecido na Suécia e na Dinamarca. Ou seja os países onde era mais forte o estado de bem-estar social, acharam que já chegava. (nem devem saber como é viver na insegurança...) e dias depois foi a Austrália que votou à Direita.  Que me lembre  assim de repente, porque há mais de certeza.
Ena, ena. Como isto não pode ser uma onda maléfica por causa de o ano terminar em 13 ou coisa assim, o provável, e que dizem os entendidos, é que este fenómeno seja causado pelo desgaste que anos de governo de terminado tipo causa nos eleitores. É um pêndulo, parece.
Mas isso não se passa com o Poder Local. Nã, nã, aí parece tudo reger-se pela regra do vinho do Porto, quanto mais antigo melhor. Os eleitores nas autárquicas usam a norma "este-já-eu-conheço-sei-lá-se-um-outro-não-é-ainda-pior". Porque a verdade é que se tem de acreditar que os eleitores sabbem em quem votam, não vão ao engano. O caso, que não sendo autarquia também não é governo central, mais extraordinário é o do Jardim na Madeira! Há 35 anos, parece-me... e dura, dura, dura mais do que as pilhas duracell. E o levantamento dos diversos dinossauros do Poder Local diz-nos coisas interessantes sobre a sua força, como este cheque-mate fantástico do T.C que fintou o espírito da lei por uma questão gramatical Uau!
Mas isto deve ter uma explicação sócio-psicológica. Os governos, parlamentos, essas coisas, como estão muito longe, ressalta só a teoria, vê-se tudo com mais frieza. Será? As Câmaras, Juntas de Freguesia, etc, pelo contrário estão perto demais. Alguns dos candidatos até pagam a conta da luz aos moradores mais aflitos... E vai-se pensando "este aqui já o conheço", não me vou aventurar que ainda dá para o torto.
Ups! Mas e então os Presidentes da República? Esses dobram sempre o mandato!!! Também se pensa "já te conheço" se calhar.
Complicado, não?


Cereja

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Algumas coisas indecentes

 Há casos que ainda me conseguem surpreender quando, um tanto cinicamente, imaginava que tal já não podia acontecer.
A situação desesperada que se vive em Portugal, o que mais nos interessa, mas que também se começa a sentir noutros países da Europa é tanto mais chocante para mim, pela abertura cada vez maior do leque social. É verdade que nunca pertenci ao grupo dos que bramam contra quem tem um salário alto. O que me revolta é quem tem um salário baixo. Que haja pessoas que ganhem bem, ou muito bem, se forem bons profissionais nem penso nisso duas vezes, mas indigna-me muito que se ofereça a jovens licenciados ordenados iguais ou inferiores ao nosso ridículo smn. Essa brutal desigualdade não a aceito. E li agora: «Portugal arrisca-se a ser um dos países mais desiguais do mundo se a política de austeridade prosseguir».  Uma vergonha.
Mas, como escrevi, não me costuma impressionar quem ganhe relativamente mais, embora me pareça sensato a tal baliza que se costuma usar do ordenado do Presidente da República - acima disso teria de ser caso de um trabalho muuuito relevante...
Ora, mudando de assunto, sei muito bem que o mundo do futebol é hoje em dia um mundo de negócios. Por outro lado, ouvimos há anos comentários sobre os ordenados elevadíssimos dos jogadores e seus treinadores. É o escândalo de muita gente, e confesso que também a minha admiração quando oiço alguns desses valores. OK. Sou das que criticam, mas nunca usei de grande violência verbal porque os classifico como artistas de um espectáculo que agrada a multidões.E acaba cedo.
Mas... Mas já não gosto e me irrita os que gravitam na mesma área, e vivem à custa do trabalho dos futebolistas (que vendem e compram termo que sempre me arrepia mesmo sabendo que se referem ao passe e não à pessoa!) como por exemplo os managers dos jogadores. Pelo que percebo o que fazem é negociar os contractos e vivem à custa disso, não produzem nadinha de útil.
Agora deixou-me de boca aberta ter ouvido um senhor, que fazia parte dos corpos directivos do Sporting (e para o caso deve ser semelhante nos outros grandes clubes) que saiu agora zangado porque lá não lhe iam continuar a pagar a módica quantia de 20 mil euros  !!!!!!
Vinte mil euros. Vinte mil euros por mês, (bastante mais do que o PR) ganhava aquela criatura que ainda aceitaria condescender passar para metade (10 mil!!!) por consideração para com o clube!

Desigualdades? Para mim isto roça o indecente. Parece que troçam de nós!







Cereja

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Técnicas para chamar a atenção

Li ontem, e hoje tive dificuldade em encontrar a notícia para deixar o link. Mas cá está a história é esta:
Uma actriz deixou umas imagens sugestivas no twitter, aparecendo na companhia do namorado sentados numa cama de pétalas de rosa com a queixa de que se tinha distraído e tornado público um vídeo privado. Isso deixou logo a salivar quem imaginou ir poder ver um vídeo pornográfico de uma pessoa conhecida. Mas depois "de fixar a câmara em frente a uma cama com pétalas de rosas, a actriz dá um pontapé "acidental" na mesma e esta fica voltada para um ecrã de televisão, onde um jornalista dá conta da violência na Síria e da possível intervenção das forças militares dos EUA no país"
Muito interessante e sugestivo.
É claro que para muita gente, e quero acreditar que seja mesmo muita gente, chama mais a atenção a referência à situação na Síria do que a vida amorosa daquela actriz. Mas para essas pessoas já o trabalho está feito, estão focalizadas no que é importante e pronto. Mas para todos os outros (e são muitos) que abrem mais facilmente uma história pessoal, sobretudo se tem uma faceta escandalosa, do que o que consideram enfastiadamente ser "política" é muito bem pensado.
............
A situação naquele território é muito preocupante. A violência parece estar quase descontrolada o que é assustador, com o maior desrespeito pela vida humana. Mas tomar partido por um dos lados do conflito, quando as acções de rebeldes e governo parecem o espelho uns dos outros deixa meio mundo atónito. Como se pode pensar em intervir militarmente - e sobretudo a que título o querem fazer um ou dois países sem qualquer mandato?!!! - quando as informações não são claras? Afinal os EUA não aprenderam nada com a guerra do Iraque e o facto de as tais armas nunca terem existido lá? Um erro daquela gravidade foi imperdoável, mas será possível repetir-se esse erro?!
Numa terra onde o potencial bélico parece muito parecido entre os dois elementos em conflito, a comunidade internacional quer desarmar unilateralmente um dos lados? O governo sírio deve entregar as armas e os rebeldes não precisam de o fazer?
Desculpem, mas alguma coisa neste raciocínio está errado.
E, por aquilo que vejo das sondagens na opinião pública de muitos países incluindo os próprios EUA, estou muito bem acompanhada nesta minha opinião.



Cereja

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Bom Ano Novo

Aqui há uns 8 dias, a minha amiga de há longos anos da blogosfera Saltapocinhas deixou um post no seu blog: Feliz Ano Novo
À primeira vista, ligamos logo ao facto de ela ser professora. Os anos lectivos são diferentes dos anos civis, é sabido. As agendas dos professores que qualquer pessoa pode comprar, são de Setembro a Setembro, e dão muito jeito... Mas a verdade é que para além do ano escolar, ou do ano judicial, os nossos anos, os da maioria de nós também são mais ou menos de Setembro a Setembro. É o ano-de-trabalho, aquele que vai de umas férias a outras, ou seja de um Verão ao outro.
O meu ano também começou agora.
Tive umas férias enoooormes, a fazer lembrar as do tempo de estudante quando a escola - nessa altura em início de Outubro - já nos apetecia. Foram férias de um sossego quase total, a cheguei a Lisboa apetecer-me um pouco de rebuliço, imagine-se!!! (bem, num aparte, nessa semana tive logo um problema que de deu "reboliço" suficiente, obrigada, já não preciso de mais)
.............
Mas cá estou.
Desejando realmente um Bom Ano, mesmo que não acredite nisso, que os ares andam muito turvos.
E reinicio as minhas escritas aqui no Cerejas.
Até já!


Cereja