Todos somos diferentes, já se sabe. Muito diferentes. Ou seja, a 'escala de prioridades' varia tanto como as impressões digitais, o que dá origem a constantes incompreensões na nossa relação com os outros. "Esqueceste-te disto?! mas não vês como é importante??» enquanto o outro responde um sim meio indiferente, porque esteve preocupado com outra coisa importante para ele e secundária para nós. E actualmente nos consumos isso é gritante: é ver no tapete das caixas dos supermercados os produtos que estão a ser comprados que seriam supérfluos, no nosso ponto de vista. Para mim, um consumo que sempre achei estranho desnecessário é o da água de beber engarrafada.
Fui criada numa época em que a água vinha para a mesa num jarro. Não me recordo de "marcas" de água a não ser umas especiais como a "das Pedras" e talvez "do Vimeiro" que só se compravam quando se estava mal disposto. Portanto para mim, a água normal é a que sai da torneira. É certo que me lembro de ser criança e ferver-se a água, essa que depois ia para o jarro, e quando vivi em África havia um filtro e a água que bebíamos era filtrada. Cautela perante o que não se conhecia. Mas hoje a água das cidades é muito analisada, e podemos ver que a nossa conhecida "água da torneira" tem a garantia de bons especialistas em quem devemos confiar. Há casos onde ela não vem em condições? Pode ser, mas nesse caso aparecem logo avisos. E aquela que vem em garrafas de plástico, muitas vezes apanhando sol, estará sempre nas melhores condições?
E voltamos ao princípio: será mesmo necessário comprar um produto igual centenas de vezes mais caro? Entre um papo-seco de 0,20 € e outro papo-seco de 40€....[ ups! quarenta euros um pãozinho?!] afinal o que se faz com a água. Porque é relativamente barato, não se vê o conjunto mas o preço é esse. Para além dos milhões de garrafas e garrafões de plástico que se tem de reciclar!!!
Parece-me que esta era uma poupança que todos agradeciam (excepto as empresas das águas, claro está!)
Pé-de-Cereja