sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Indignação

Ontem, naquela confrangedora entrevista que o nosso Primeiro Ministro deu, quando lhe pediram para exemplificar uma situação onde o aumento da TSU - aumento da contribuição dos trabalhadores como se sabe - beneficiasse mais alguém além dos patrões, ele parou, reflectiu e sentindo-se inspirado declarou: os transportes!
Os transportes???!
Isso quer dizer que, se os trabalhadores dos transportes passarem a descontar 18% do seu ordenado, os bilhetes vão descer? Ou é a qualidade vai melhorar?
Esta é uma área que me interessa especialmente. Desde que, já lá vão uns aninhos, andando eu a invejar a «carte orange» dos parisienses, Leonor Coutinho lançou o passe social fiquei contentíssima  e uso o transporte público sempre que posso. E dou-me bem com isso. Conheço bem as linhas de autocarro e melhor ainda as de metro, que utilizo diariamente.
Ora desde há uns tempos para cá que ocorreram simultâneamente duas coisas: os transportes ficaram mais caros, muito mais caros, muitíssimo mais caros, e muito, muitíssimo piores! O bilhete simples é escandalosamente caro. Es-can-da-lo-sa-men-te!  E os famosos pré-comprados pouco mais baratos são, portanto o passe social é a melhor solução. Passe que todos os anos tem subido - na última subida, o passe de 3ª idade passou quase para o dobro!
E, como se estivessem a brincar com os utentes, os serviços pioram de dia para dia. A olhos vistos! O metro diminuiu de tamanho, para metade, e não apenas nas horas mortas. Os intervalos de cada comboio chegam a ser de 20 minutos e isto às duas da tarde! Nos autocarros foram extintas imensas carreiras (para a minha zona  havia umas 6 carreiras e hoje em dia há 2) e pior ainda com intervalos de 30 ou 40 minutos. Uma completa e total falta de respeito pelos direitos de quem paga adiantado por um bem que não está a receber.
E o senhor Primeiro Ministro, diz inocentemente, que estes 18% que os trabalhadores vão descontar vai servir para melhorar os transportes... Ai o que eu gostava que este senhor quando voltasse à vida civil não pudesse voltar a usar o carro e fosse todos os dias de Massamá até ao Rossio de comboio e daí para o local de trabalho de metro ou autocarro. Um estágio como uma pessoa comum.
Depois falava.



Pé-de-Cereja

2 comentários:

saltapocinhas disse...

da minha casa para a cidade o bilhete de autocarro fica mais caro do que ir de carro: se forem 2 pessoas, então nem se fala!
uma vergonha.

cereja disse...

Bom dia saltapocinhas!!!
É isso, isso que revolta tanto. Eu, como se entende pelo que escrevi, tenho passe social (o que quer dizer que paguei à cabeça... mesmo que não andasse por qualquer motivo) mas seguindo o link que deixei da tabela que a própria carris exibe paga-se:
«Tarifa de Bordo Autocarros - 1,75€
Tarifa de Bordo Elétricos - 2,85€
Tarifa de Bordo Ascensores 3,50€ (2 viagens)»
...................
Mesmo o mais barato, o autocarro, 2 pais e um filho que vão a qualquer sítio gastam mais de 10 €!!! (vão e voltem, claro)Mais que a gasolina mesmo estando da mais cara da Europa!!