sábado, 31 de dezembro de 2011

Ano Novo Vida Nova



Está a acabar o 2011.
Por todos os lados se vêem "balanços", avaliações, análises.
E vemos também votos, como de costume.
Infelizmente não me consigo recordar de nenhum onde se comece logo com a perspectiva de que o Ano Novo será pior do que o Velho... que já foi mau! Os votos que tenho ouvido e de que também participo, são sistematicamente de «BOM ANO NOVO», coff...coff...queremos nós dizer: «UM-ANO-O-MELHOR-POSSÍVEL»
Cada um de nós faz a sua avaliação deste que está a acabar e imagina como irá passar o que chega.
Afinal mais um ritual entre muitos. Desde que se nasce (enfim, quero eu dizer desde que se faz um ano de vida :D ) que todos os dias 'acaba-um-ano-e-começa-outro' não é? Está sempre a ser fim-de-ano... Digo isto para recordar o conselho de se viver um dia de cada vez, que me parece ser a melhor maneira de encarar este ano ameaçador que aí vem.


Aliás, só é fim-de-ano aqui no ocidente, lá para leste ainda esperam o novo ano lunar. Vem a 22 de Janeiro e é o Ano do Dragão - o meu ano, porque sou Dragão!!!
Prefiro esperar por 22 de Janeiro.
O Dragão, apesar de mitológico é um bicho de força e potente. Vai poder exorcizar estas sombras com que nos debatemos por agora.
Tem de ser, temos de acreditar que vão soprar bons ventos de mudança.
É por isso que deixo aqui os meus votos de:



BOM ANO NOVO

(BOA) VIDA NOVA PARA TODOS

Pé-de-Cereja

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sou antipática ... A doença infantil da net



Há uma fase por que todos muita gente passa [refiro-me a gente lá não muito nova, claro!] quando começa a entender o que é esta coisa de emails, links, youtube, facebook, etc e tal: o belo e inocente desejo de partilhar tão formidável descoberta! Basta um clic do rato para o fazer!
Falando por mim, recordo um período onde também quando recebia em fw fosse o que fosse de imediato o reenviava para a minha ainda pequena lista de mailling, toda contente.
Acho que caí em mim certa vez em que o meu filhote, seguidor do modelo, recebeu de volta um mail de alguém, irritado, a dizer que parasse com aquilo porque os ficheiros que enviava eram enormes e bloqueavam-lhe o correio - a caixa dessa pessoa era das pequenas claro.... Ups! Enfiei também a carapuça e passei a ver quantas imagens tinha cada mensagem, e até se eram assim tão interessantes como isso. E, a verdade é que 80% passaram a ir logo para o lixo. Actualmente reenvio uma ou outra que me pareça particularmente interessante e nunca o faço para toda a gente, é para aquele ou aquela que eu pense poder gostar dessa mensagem em concreto.
Mesmo assim ainda tenho duas amigas que continuam a enviar-me toneladas de fw, muitas vezes velhos e ressequidos, que já conheço há 10 anos, tão pesados que muitas vezes ao ver que têm cento e tal imagens os apago sem ver mais nada! Não me atrevo a dizer que não os mandem (a não ser que passem por aqui e enfiem a carapuça...) por alguma cortesia mas o certo é que muitas vezes nem os abro. E, claro, são pessoas muito verdes nestas áreas.
Agora, desde há uns tempos tenho observado que algo semelhante se passa no «google +». Aderi a esse esquema que me põe em contacto com muita gente, e não tenho grandes queixas. Mas...
Também encontro por lá pessoas que adicionei «porque sim», convidaram-me e aceitei, e agora tenho de vez em quando uma chuva de mensagens mais ou menos absurdas. Ontem reparei que alguém me  deixou lá no google + 33 (trinta e três!) entradas com temas tão interessantes como "Propriedades da Carqueja", ou "Biopesticidas na sua horta" ou "Eglise des Thessaloniciens" de que parece ser devota. Bem, como também não sabia bem como é que eu a tinha deixado entrar, (era uma senhora) decidi bloqueá-la. Se ela me levar a mal não me ralo nada que nem sei quem é....
O engraçado é que me parece que o modelo é o mesmo. Ingenuidade e alguma ignorância de como funciona esta coisa das relações virtuais.
A doença infantil, sim.
Cura-se com o tempo.




Pé-de-Cereja

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Casa onde não há pão

Ontem, ainda quase não me tinha levantado, recebo um telefonema de uma amiga muitos assustada. «-Como estás? - perguntou cortesmente; e de imediato: - Já ouviste a Lei das Rendas?»
Eu tinha ouvido qualquer coisa na véspera e nesse dia de manhã, mas ainda não estava bem informada. Ela que, como eu, tem uma renda 'antiga', estava em pânico. Uma actualização pura e dura, de repente, era o caos! Vou-me informar melhor e vejo que nem inquilinos nem senhorios estão felizes.



Senhorios: Sabemos ser verdade - existem senhorios que, apesar de possuidores de prédios, vivem muito pior do que os seus inquilinos. Prédios que foram herdados já habitados por inquilinos que pagam rendas de 20 ou 30 euros (ou até menos ainda....) não são nenhuma fonte de rendimento, pelo contrário. Tenho amigos e amigas nessas condições, onde é impossível fazer as obras necessárias e para pagar os impostos é uma dificuldade. E, ainda por cima, como é evidente, são prédios velhos que precisam de facto de ser conservados... Mas a proposta de lei é que os inquilinos façam uma proposta de renda e se os senhorios não concordarem com ela podem despejar os inquilinos desde que lhe paguem 60 meses da renda (+ ou - uns 5 anos) o que os senhorios acham uma exorbitância. Mas, a verdade é que se as rendas forem minúsculas, um ano corresponde aí a um mês da renda nova. Vale a pena para os senhorios.
Inquilinos: Mesmo os que são da classe média (cada vez menos «média») têm o seu orçamento organizado para a renda que estão a pagar. Um aumento relativo, uns-tantos-por-cento, será possível mesmo que calhe muito mal, mas uma «renda actual» é IMPOSSÍVEL! Corresponde a perder de um mês para o outro metade do ordenado ou quase!!!
Mas, como sabemos, nos últimos anos foi muito incentivada a compra de casa para habitação. Isto é uma bola de neve.... As rendas antigas estavam congeladas de forma que os senhorios pediam rendas bem altas para não ficarem «presos» a uma renda pequena em que não podiam mexer. Ora assim as rendas novas eram tão altas que mais valia pagar pela mesma quantia um empréstimo bancário. Quem queria uma casa nos últimos 10 ou 20 anos, quase sempre procurava comprar, portanto esta nova lei talvez não apanhe tanta gente como seria o caso em que o arrendamento fosse normal. Mesmo assim, as pessoas que arrendaram a casa «no antigamente» ainda são imensas e pelo que entendi estão em pânico.
Enfim, vamos ver o que vai de facto ser aprovado e como se pode regular esta coisa.
Mas já dá para entender que ninguém está satisfeito.




Pé-de-Cereja

sábado, 24 de dezembro de 2011

Véspera de Natal

(se clicarem em cima da árvore as luzinhas brilham)

BOM NATAL!!!!
Tempos bons, tempos maus, tempos assim-assim, seja como for é Natal e ninguém fica indiferente.
O certo é que o Natal é antes de mais um estado de espírito, um modo de sentir. E, sentindo-me integrada no sentimento da maioria de nós (em Portugal e não só) de preocupação e tristeza pelas restrições que andamos a sofrer, acho que apesar disso o espírito do Natal não é afectado porque é mais um Estar do que um Ter.
Haverá menos presentes comprados em lojas este ano, mas talvez isso tenha a vantagem de nos fazer reflectir sobre o consumismo que nos atacou com tanta força quando as vacas eram gordas.
Vamos estar juntos na mesma.
Vamos ajudar na cozinha, pôr a mesa, decorar a casa, decorar as travessas.
Vamos sentar-nos à mesa à frente dos pratos tradicionais, com um vestido bonito seja novo ou não que isso não é o importante, e brincar, rir, acarinhar as crianças, sentirmo-nos em paz.
Eu tenho como feitio ser previdente, portanto há semanas que os embrulhos de Natal esperam debaixo do Pinheiro. Também em cima da bancada da cozinha se perfila tudo o que é necessário para o jantar. Ups! falta o limão para tirar a casca para o leite-creme... Vou num minuto à mercearia em frente e já está!
Tudo em ordem.

BOM NATAL A TODOS!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

trabalhadores contra trabalhadores

Eu já nem esperava solidariedade.
É uma palavra comprida, difícil de soletrar. O tipo de palavra que é complicado encaixar-se como 'palavra de ordem' numa manifestação, tem sílabas a mais, não é incisiva. Contudo o conceito em si é bom e generoso. Ser solidário é partilhar com os outros as suas dificuldades quando precisam.
Pronto, mas em períodos maus já sabemos que é cada um por si. Tirando a solidariedade quando há recolhas do Banco Alimentar que é uma generosidade surpreendente mas agradável de confirmar sempre que há uma recolha dessas, o certo é que as pessoas muitas vezes olham para o lado quando se lhes pede ajuda. * São uns instintos... menos bons, digamos assim.
Mas choca-me, choca-me imenso, ver a velocidade com que a desinformação circula. Sobretudo quando se trata de bater na função pública se um diz mata o outro diz logo esfola, esta é uma moda antiga e que cada vez está mais viva. Vemos que é já, infelizmente, muito frequente cada profissão considerar que ela é que trabalha e os outros andam para aí a vadiar, sem fazer nenhum e a ganhar balúrdios. Os outros. (?) Mas quando se fala em Função Pública investem como um touro perante um capote vermelho.
Ontem foi notícia a proposta de se diminuir 3 dias de férias. As cabeças iluminadas que nos governam consideram que assim se vai aumentar imenso a produtividade do país sem mais investimentos, uma receita miraculosa. Ainda não vi uma só proposta de se aumentar a produção sem ser à custa dos trabalhadores. [Aliás estou à espera que o passo a seguir seja tirar a manhã de sábado - e hão-de vir logo dizer que «dantes não havia descanso ao sábado de manhã», já se sabe...]  Ora, nas caixas de comentários dos jornais (que estou sempre a decidir deixar de ler e depois esqueço-me desta sábia decisão...) encontrei diversos Bravos!!! com considerações curiosas: parece que esses sornas da função pública têm 42 ou 45 (li as duas versões) dias de férias.
Ena!
E eu que andei enganada tantos anos. Quarenta e cinco dias...? Que colega é que terá gozado as minhas férias em vez de mim...?
Mesmo com a bonificação por ter completado 60 anos, o trabalhador terá de facto mais 3 dias - mas tem de ter 60 anos, não se esqueçam! - e parece-me que ainda bem longe desses 45. Deve ter sido um acordo colectivo de trabalho que eu não tive conhecimento.
Pois, mas a verdade é que isso é citado como um facto.

E mais nada!
.................
É complicado, não é? Casa onde não há pão...

* (generalizei, tá visto que é um exagero),,



Pé-de-Cereja

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Umas estranhas Boas Festas

A gente sabe que os tempos andam maus.
Muito maus.
Assustadores e não me refiro a quem se assusta facilmente, assustam mesmo os mais resistentes a alarmismos.
Por outro lado há um tipo de Boas Festas adocicadas, com muitas florinhas, anjinhos, cenas românticas, cores suaves, que são muito enjoativas, reconheço.
Mas....
Já repararam no anúncio da programação actual do AXN? Não sei se chama «separador», creio que sim. Reparem nele. Enfim, a música pode ser é um tanto natalícia, embora o refrão do «tum, tuum, tuuuuum» tenha uma pancada forte demais para a suavidade do Natal.
Mas as imagens...?!!
Bombas?
Granadas?
Tiros?
Ao som de cada «tuum» da música vê-se uma imagem a explodir.
Impressiona-me, reconheço.
Não sou particularmente dolicodoce em relação às imagens natalícias, mas aquelas chocam-me.

Porque não simplesmente estas mais antigas, que deixo aqui em baixo:
(não encontrei o tal separador a que me refiro; deve ser ainda muito recente e não descobri o vídeo correspondente)
Mas este é simples, sem explosões.
Sem nada a rebentar.
Não tem o Pai Natal nem o Menino Jesus, mas não há nada a explodir, é simples.
Mais natalício pacífico...
É que bem precisamos de um pouco de paz.




Pé-de-Cereja

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Taxas "moderadoras"

Quando se fala em «taxas moderadoras» está implícito que é na saúde. 
(antes de vir escrever este post fui googlar a expressão obtive 1.300.000 resultados e, apesar de não os ver todos, pesquisei muitas páginas sem ver qualquer referência a uma 'taxa moderadora' aplicada a outra coisa - a saúde é que convém moderar)
Um dos malefícios do excesso de séries norte-americanas que a nossa tv transmite é o começarmos a aceitar com naturalidade o modelo de saúde existente por lá. Saem frequentemente do nosso pequeno ecrã situações de famílias desesperadas porque o seguro que tinham não cobria aquela doença da mãe, ou do filho, ou do irmão... Vemos médicos consternados a explicar às família que não podem salvar doentes porque o seguro não cobre aquela doença. Ou então porque são pobres e nem seguro têm. Uma série chamada em português Jogo de Audazes é baseada exactamente nesta ideia: «um homem trabalhava para uma companhia de seguros que recusou pagar um tratamento para o seu filho que por isso morreu» . Ele então decidiu então «roubar os ladrões».
E assim vamos, paulatinamente, aceitando que é normal não se ser tratado quando não se tem dinheiro.
Nós por cá nunca tivemos essa experiência, de um modo tão radical. E com a criação do SNS qualquer cidadão tinha acesso à saúde, e até saúde de qualidade - quem desejasse um atendimento mais rápido ou mais atencioso tinha o privado que sempre existiu. Há 20 anos Cavaco Silva lembrou-se de criar as «taxas moderadoras». O termo sempre me incomodou. Se procurarmos a definição de moderar, lemos que é «conter-se, não se deixar levar pelas próprias paixões ou apetites» Ah, sim? Então convém não nos deixarmos levar pela paixão e apetite de ter saúde?... De facto, olhem que ideia essa heim?! Essas hordas esfomeadas a exigirem saúde têm de ter tento, calma aí, nada de exageros. Moderem-se, que diabo!
E, agora, descobriu-se que o Ministério da Saúde deve imenso dinheiro, não por má gestão decerto, coitados,  mas porque os gulosos dos utentes exageraram nas consultas a que recorriam (quando não sabiam como passar o tempo iam a uma consulta ao hospital só para ver se estavam bem ). Portanto, vamos mas é aumentar o preço dessas consultas para ver se conseguimos mais algum direirito e já agora abrir caminho aos doentes para o universo dos seguros de saúde, que o senhor ministro conhece tão bem.
Num artigo de opinião o José Manuel Pureza diz que ouviu em tempo a frase "Melhor negócio que a saúde só mesmo a indústria de armamento!"
Mas os clientes de metralhadoras e bombas não estão a ser moderados.
A moderação exige-se a quem sofre e está aflito.
Assim vai o nosso Natal, assim se apresenta o ano que aí vem.




Pé-de-cereja

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Oh canervos!!!

Há o «atendimento personalizado» decerto que para o diferenciar do «atendimento despersonalizado». O modelo mais irritante do atendimento despersonalizado é aquele que recebemos quando queremos falar ao telefone com uma empresa e vamos dar a uma infindável escolha de hipóteses de acordo com os 9 algarismos do nosso telefone. Eu odeio o sistema e por acaso nem conheço ninguém que goste...
O pior é quando as hipóteses não abrangem o que desejamos.
Ontem aconteceu-me um azar por distracção minha. Fui ao IKEA fazer umas compras que fui depositar no carro estacionado no seu parque subterrâneo. Mas depois ainda lá voltei, porque queria confirmar umas indicações, comer qualquer coisa lá no snack e, já que estava lá, aproveitar para comprar outras coisas que tinham ficado debaixo de olho e podiam esgotar. Quando voltei de novo para o carro não encontro a chave!!!
Um drama pequeno drama! Esvazio completamente a carteira, e nada. Conclusão - fechei a porcaria do carro com a chave lá dentro! Volto a empurrar o carrinho para dentro da loja, deposito as compras num cacifo, e procuro um táxi que me leve a casa para trazer a segunda chave. Imagine-se a fúria com que estava, o tempo e dinheiro que perdi porque ainda moro bastante longe.
Infelizmente hoje, depois de vasculhar o carro de uma ponta à outra, não encontrei a chave. Conclusão, perdi-a lá. Foi o tempo entre ter aberto a porta a primeira vez e não a conseguir abrir uns tempos depois.
Bem, já disse ali atrás que moro longe, ou seja a solução mais fácil seria telefonar para saber se a chave foi encontrada. Mas aí começa a saga:
Quando se liga temos de escolher um algarismo - 1, 2, 3, 4, etc -  para saber para que loja queremos falar.
Escolhida a loja, vamos ouvir outra série de algarismos, para saberem se a questão é sobre uma compra, ou o crédito, ou o prazo de validade, ou... etc, etc, etc (nem fixei)
Como uma das hipóteses é «outra», escolho essa que me remete para mais uma outra série de algarismos.
Mas, claro está, a hipótese «outra resposta» ainda é vaga, portanto abre de novo o leque de mais 10 algarismos.
Depois de ter conseguido acertar no algarismo que (julgo eu) me permite falar com um assistente, recomeça a dança para saber se a questão é sobre um produto que não está em condições, se quero um reembolso, se preciso de ajuda técnica, se... mais X escolhas.
Eu, nesta altura já marco as teclas um tanto ao acaso, porque ao chegar à 7ª hipótese já nem me lembro do que era a 2ª e só me apetece atirar com o telefone.
.........
Entretanto paro para respirar, e fico a reflectir - a pergunta «apareceu aí ontem uma chave?» não entra em parte nenhuma. Isso não está previsto. O mais certo é que, quando finalmente ouvir uma voz humana, seja informada de que não fazem as mais pálida ideia dessa situação.
Pronto. Desisto. Amanhã vou lá pessoalmente a ver se encontro uma pessoa e não uma máquina.
GRRRR!!!



Pé-de-Cereja

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

«Faça o mal quem o fizer quem tem culpa é a minha mulher»

«Faça o mal quem o fizer quem tem culpa é a minha mulher» era uma expressão (provérbio?) que se dizia quando eu era pequena, há muito tempo já que a não oiço.
Ora bem, o Seguro morreu de velho, mas as nossas Seguradoras devem morrer de obesidade.
Claro está que têm de pagar alguns prejuízos de vez em quando, mas todos sabemos que os segurados quando têm o atrevimento de reclamar a indemnização de um dano para o qual pagaram prémios que nunca são muito leves, vêm tão agravado o seu seguro que muitas vezes preferem pagar o prejuízo e não comunicar à Seguradora...
Ora bem. Parece que as estatísticas dizem que as mulheres «têm seis vezes menos acidentes que os homens». Isso dizem as estatísticas, não são as descaradas das feministas. E, com base nisso, como o risco é menor muitas seguradoras cobram prémios mais pequenos. É a mesma lógica que faz que os jovens paguem prémios mais altos mas não sei se a «descriminação em função da idade» também vai desaparecer. Devia ser, não?
Fiquei aborrecida quando li, é claro. Eu não sou jovem e sou mulher - para além de não ter acidentes há séculos!!! - portanto sou ‘bonificada’. Espero bem que não me retirem o bónus por não ter acidentes...
Mas o que me levou a escrever este post foram os «comentários» que encontrei no final deste artigo. Impressionante. É evidente que cada pessoa generaliza a partir daquilo que conhece e vê. E é quase um lugar comum a convicção de que as mulheres conduzem pior do que os homens. Até há umas dezenas de anos isso talvez acontecesse sobretudo porque conduziam menos e assim tinham muito menos prática e no caso da condução o treino e a prática são factores importantes. Mas, sinceramente, hoje em dia que há tantas mulheres ao volante como homens parece-me que conduzem tão bem ou tão mal uns como os outros.
Contudo, o que as estatísticas dizem, ou diziam, é que as condutoras têm menos acidentes. E isso é que está em causa. Guiem mal ou bem, eles têm muito mais acidentes e pronto. Nos comentários que me chocaram, para além da ideia feita de que as mulheres têm piores reflexos (ai é?!) com tudo o que isso implica, ressalta a convicção de que não têm acidentes... mas os provocam. Uma praga!
É interessante. As mulheres (generalizando, o que detesto, mas é o que dizem lá) são
a) mais cautelosas a entrar num cruzamento, - lá dizem ‘lentas’ o que é visão depreciativa do mesmo facto
b) travam ao ver um obstáculo, e pelos vistos isso é mau porque o homem que vem atrás e se gaba de ter tão bons reflexos, não consegue travar também e vai-lhe bater
c) são indecisas na condução e isso baralha os outros condutores
Ou seja, o que lá afirmam é que a má condução feminina vai fazer com que os bons condutores masculinos tenham acidentes. A culpa afinal é delas! Se «eles» têm mais acidentes não tem nada a ver com conduzirem com excesso de álcool, serem mais imprevidentes, acelerarem em excesso, não cumprirem o código. Não senhor, afinal a culpa disso é porque «elas» têm maus reflexos e são lentas.
Dá que pensar, não é?

Pé-de-Cereja

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ainda ando por cá!



A minha relação com este blog parece ser muito semelhante à que se tem numa relação de amizade. Creio não ser só eu que quando estreito os laços de amizade com alguém e a encontro muitas vezes tenho sempre coisas novas a contar e a ouvir. Tudo, o fait-divers mais corriqueiro é tema de conversa e de troca de opiniões. Aliás esta relação nota-se bem na adolescência, recordo que depois de tardes passadas com uma grande amiga ao chegar a casa corria para o telefone porque entretanto me tinha lembrado de mais uma coisa importantíssima para lhe contar.
Mas, quando nos afastamos um pouco, essas conversas passam a ter outro peso e de nos vemos de mês a mês só falamos de «coisas importantes» o que reduz radicalmente os temas.
E, claro está, também a ‘culpa’ também pode ser o facto de entretanto começarmos a ter um relacionamento com outro amigo... Essas conversas-sem-importância passam então a ser com ele.
.................
Digo isto porque reparei que deixei o Cerejas abandonado há mais de 8 dias. (Ups! afinal foi quase há 15 dias!!!) Coitadinho.
É a tal coisa. Dantes achava que «tudo-dava-um-post» como eu dizia. E era mesmo. O mais pequeno acontecimento me sugeria um comentário, uma observação, uma nota. Durante anos escrevia 3 ou 4 posts por dia e tinha de me refrear porque como dizia o António Silva quando ligava o botão abria o editor de mensagens isto era uma torneira a deitar água! :)  Era a época da tal amizade de adolescente. Bom...
Claro que quando me atraso um pouco a bola de neve começa a crescer. E, como no exemplo, as coisas mais corriqueiras parece não serem dignas de serem aqui abordadas, só temas sérios. Fica tudo baralhado, então!
E, ainda por cima, apareceu outro amigo com quem converso todos os dias, o facebook. Os comentários curtinhos ficam para lá o que reforça este 'abandono'.
Mas não pode ser. O Cerejas é o meu amor mais antigo, herdeiro de outros blogs a quem dediquei muito tempo a me deram muito prazer. Não o posso abandonar!
Está decidido.
Vou voltar com muito mais assiduidade.
Atélogo.







Pé-de-Cereja