quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Técnicas para chamar a atenção

Li ontem, e hoje tive dificuldade em encontrar a notícia para deixar o link. Mas cá está a história é esta:
Uma actriz deixou umas imagens sugestivas no twitter, aparecendo na companhia do namorado sentados numa cama de pétalas de rosa com a queixa de que se tinha distraído e tornado público um vídeo privado. Isso deixou logo a salivar quem imaginou ir poder ver um vídeo pornográfico de uma pessoa conhecida. Mas depois "de fixar a câmara em frente a uma cama com pétalas de rosas, a actriz dá um pontapé "acidental" na mesma e esta fica voltada para um ecrã de televisão, onde um jornalista dá conta da violência na Síria e da possível intervenção das forças militares dos EUA no país"
Muito interessante e sugestivo.
É claro que para muita gente, e quero acreditar que seja mesmo muita gente, chama mais a atenção a referência à situação na Síria do que a vida amorosa daquela actriz. Mas para essas pessoas já o trabalho está feito, estão focalizadas no que é importante e pronto. Mas para todos os outros (e são muitos) que abrem mais facilmente uma história pessoal, sobretudo se tem uma faceta escandalosa, do que o que consideram enfastiadamente ser "política" é muito bem pensado.
............
A situação naquele território é muito preocupante. A violência parece estar quase descontrolada o que é assustador, com o maior desrespeito pela vida humana. Mas tomar partido por um dos lados do conflito, quando as acções de rebeldes e governo parecem o espelho uns dos outros deixa meio mundo atónito. Como se pode pensar em intervir militarmente - e sobretudo a que título o querem fazer um ou dois países sem qualquer mandato?!!! - quando as informações não são claras? Afinal os EUA não aprenderam nada com a guerra do Iraque e o facto de as tais armas nunca terem existido lá? Um erro daquela gravidade foi imperdoável, mas será possível repetir-se esse erro?!
Numa terra onde o potencial bélico parece muito parecido entre os dois elementos em conflito, a comunidade internacional quer desarmar unilateralmente um dos lados? O governo sírio deve entregar as armas e os rebeldes não precisam de o fazer?
Desculpem, mas alguma coisa neste raciocínio está errado.
E, por aquilo que vejo das sondagens na opinião pública de muitos países incluindo os próprios EUA, estou muito bem acompanhada nesta minha opinião.



Cereja

3 comentários:

Joaninha disse...

Ora ainda bem que sempre recomeçaste a comentar aqui! vamos ver se mantens o fôlego, porque tenho muita pena de não ter o meu Cerejas matinal como dantes :)))
Por aquilo que li esta manhã parece que o governo sírio sempre aceita a inspecção das Nações Unidas, e isso vai calar os "armamentistas". Mas como dizes e eu também penso, quem vai inspeccionar as armas rebeldes?... E se (como há muito quem o diga) aquelas assustadoras imagens de tantos mortos, vieram exactamente de um ataque da oposição?!

José Palmeiro disse...

Paradigmática a data deste escrito assim como o seu conteúdo. Isto tudo, acompanhado de cerejas, fruto que, este ano não trinquei sobretudo devido ao elevado preço com que chegaram aqui ao Atântico.
Síria; Líbia; Tunísia; Egipto; Iraque....., para já não falar no Afeganistão e noutras e outras tantas partes deste globo que habitamos e que teimamos que todos pensem como nós, ocidentais. Depois, os "senhores do mundo" que já nem são países, mas os "capitais", alguns até nossos, que tudo comandam, começando pelo nosso forçado empobrecimento.
Dói, rasga o coração e eu, fico sem palavras ou com demasiadas palavras que gostava de as não ter que proferir porque, GOSTO MUITO DE CEREJAS!!!

fj disse...

Concordo muito com o que é dito. Mesmo sem "preferir" um lado ao outro, tão maus me parecem ambos, e na dúvida sobre quem lançou as armas quimicas, devia exigir-se às partes que entregassem ou deixassem monitorizar aquele tipo de armas. Mas aqui intervem um facto, é ser muito mais "facil" monitorizar o armamento de um exército formal, como o de Assad, do que de uma facção oposta, menos organizada e muito diferenciada, indo da Al Qaeda a "lacaios" dos usa. Aqui há bens que vêm por males, e os rebeldes vão se aproveitando. fj