quarta-feira, 8 de junho de 2011

As comadres e as verdades

Mais uma vez se confirma o que toda a gente anda fartinha de saber: a conversa pré-eleitoral e post-eleitoral é completamente diferente.
Aliás, uma crítica azeda que oiço fazer aos pequenos partidos é exactamente «eles dizem o que querem porque sabem que não vão para », mas o interessante é que mesmo os que «vão para lá» também dizem aquilo que lhes parece conveniente na altura e depois passam uma esponja como se os votantes estivessem sempre ‘alzheimerzados’ – e às vezes até parecem!
Desta vez encontramos um interessante e novo pomo de discórdia – a divisão das pastas ministeriais se, tal como foi anunciado e parece ter caído muito bem no eleitorado, o número de ministérios for emagrecido para 10.
Serem dez ministérios, significa logo que alguns ficam gigantes, uns monstros.
Por exemplo, li a hipótese de associar Educação, Ciência e Cultura, o que seria aparentemente sensato - a Cultura que está tão magrinha e enfezada ficava debaixo da asa da Educação, e o Ensino Superior junto ao «outro» Ensino, mas se for para lá um ministro que acha que o M.E. deverá ser «uma agência de apoio às escolas e uma agência de avaliação» a coisa fica difícil.
Juntar Justiça e Administração Interna? É muito poder, não é?
Quanto à hipótese de Agricultura, Mar e Território pode fazer sentido. Portas já navegou por aí, mas será que gosta desse emagrecimento?
Agora a ideia do Trabalho, Segurança Social e Saúde como li não sei onde, parece-me uma completa loucura! Não há como gerir esse elefante.
Também ouvi a hipótese de Economia+Finanças. São áreas de que não sei nada mas parece-me que só uma pessoa a dominar isso tudo é dinheiro poder a mais nas mãos de um só. Já aconteceu e não correu bem.
Mas o que me tem feito sorrir agora é a divisão do Poder entre Coelho e Portas. Portas diz que quer 4 Ministérios, mas se os reduzirem a 10 o que ele quer é quase metade do governo!!! Nada mau. Bom aluno das peixeiras aprendeu a regatear, e lá vai disto. Ou então, atira-se às urtigas essa ideia da redução do executivo (por isso é que o que se diz antes é uma coisa diferente do que depois se vai fazer depois) e arranja-se colocação para os amiguinhos pêpês.
Enfim, ainda agora a procissão vai no adro.
Vamos esperar, mas isto promete.





Pé-de-Cereja

4 comentários:

Mary disse...

O boneco diz tudo.
Só que infelizmente para todos nós não são putos a brincar na praia, mesmo que estejam a medir forças também.

Zorro disse...

Aceitam-se apostas quanto aos Ministérios.
Lembram-se quando o Santana teve a espantosa ideia de 'descentralizar' o governo e mandar um ministério para ... sei lá onde, as capitais de distrito ou lá o que era.
Quase tenho saudades desse te4mpo tão divertido.
Cada dia o tipo tinha uma ideia nova e cada qual mais cómica.

Mary disse...

O «nosso amigo» FJ deixou de aparecer aqui, e tinha tanta graça...
Cereja, como se vê que o conheces, espevita o tipo!

cereja disse...

Lembro-me sim senhor. Aquilo era um fartote, cada tiro cada melro. Quando ele saiu houve muito quem dissesse que era uma chatice para os humoristas que tinham de voltar a trabalhar, não tinham a papinha feita...
De resto agora não direi que alguma destas coisas tem graça, porque graça não há nenhuma, mas vai ser interessante ver o deslindar da meada, tudo o que foi não-dito para deixar pensar aquilo que se desejava, e as pessoas que espantosamente imaginavam que a situação ia melhorar, caírem no real.
Na noite eleitoral, uma desgraçada dizia toda contente, que agora o filho que estava a pensar em imigrar já não ia precisar de o fazer. Desses tenho mesmo muita pena, como podiam ser tão crédulos!
(Mary, o FJ tem fases. Agora está em Lua Nova, espera um pouco pelo Quarto Crescente...)