quinta-feira, 2 de junho de 2011

As crianças e o seu Dia



Ontem foi o Dia da Criança.
Para quem vive hoje existe a noção de que é um «Dia» que sempre existiu mas não é assim. Quando eu era criança não me lembro disto e realmente como Dia Mundial só nasceu em 1954.
O que não quer dizer que não seja importante durante o ano parar-se para reflectir um pouco sobre o que é uma criança, quais são os seus direitos e deveres, e o que deve um adulto fazer por ela.
Pela Declaração dos Direitos da Criança, é criança todo o ser humano até atingir a maioridade, pelo que engloba aquela idade a que chamamos ‘adolescência’. Chamo a atenção para isto devido aos diversos casos chocantes que têm aparecido nos nossos media referindo adolescentes . 
Tal como este caso, ou este outro, ou ainda, hoje mesmo, este.
Situações que nos parecem estranhas, a nós adultos e cujos protagonistas se não são adultos, não se enquadram na nossa ideia de crianças.
Mas a sociedade deveria ter um critério. Assim como me deu a volta ao estômago o horror que foi o que fizeram na Síria a uma criança de 13 anos, torturada de um modo completamente revoltante – toda a tortura é revoltante, mas esta atinge o máximo do horror! .
São ainda crianças, ou seja não são adultos.
Mas, aceito e acredito que grande parte dos meninos com quem me cruzei ontem, estivessem a festejar o seu dia com passeios, festas, alegria. Uma grande maioria recebeu presentes, e até os exigiu: «Então, é Dia da Criança e não recebo nada?!» como um direito. E em muitos casos esse ‘direito’ era reivindicado de um modo pouco simpático, atendendo apenas ao que lhes apetecia e gostariam e para além daquilo que os pais podiam dar... (a neta da minha empregada exigiu e obteve um brinquedo que custou 6 horas de trabalho da avó)
Por isso, pela dificuldade que verifico existir em dar um feed-back correcto às nossas crianças, achei de aplaudir estas sugestões sobre o que fazer no Dia da Criança:
1 – Converse sobre a verdadeira importância do Dia da Criança
Fale com o seu filho sobre o verdadeiro significado deste dia. Explique-lhe como surgiu, porque é comemorado e aproveite para chamar a atenção de como nem todas as crianças têm a mesma hipótese de festejar o dia alegremente e com a família.
2 – Aproveite a festa para educar o seu filho
Sem dramatismo, faça entender ao seu filho que a realidade é bem diferente do que talvez imagine. Nos dias festivos, fale com ele sobre a realidade da vida. Naturalmente, sem preconceitos nem pressões. A boa disposição da criança nestes dias é muito maior, o que pode fazer com que aceite melhor as conversas que, de outra maneira, não quereria ter.
3 – Não permita que o seu filho cresça fora da realidade
Diga-lhe que o mundo não é totalmente agradável, nem o mar-de-rosas que poderia supor. Mas não o assuste. Aproveite para dizer que a vida é auspiciosa mas chame a atenção para a realidade, especialmente nesta crise económica.

Que tal?


Pé-de-Cereja

5 comentários:

Zorro disse...

Aqui está o rigoroso oposto à pieguice!
Sabes que ao ver o título do post, pensei «até ela!». Quero eu dizer que ando um tanto farto das criancinhas tão engraçadinhas que a 1 de Junho são uns reis com coroa e tudo.
Ufa!
(e gosto imenso de crianças, atenção!)
Por outro lado é de arrepiar a referência ao miúdo sírio. Mas desta vez o tiro vai sair pela culatra e aquilo vai dar uma volta, de certeza!

cereja disse...

olá Zorro! Há bocado respondi-te mas apareceu uma mensagem a dizer que o servidor estava de folga e esta coisa não entrou!
também era só para ficar satisfeita por teres concordado comigo e voltar a dizer que a história do Hamza é do mais revoltante que pode haver. seja ou não inteiramente verdade, se lá a aceitaram como possível já dá uma medida de como as coisas são. Castração???!!! Mesmo que o fosse depois de já estar morto arrepia qualquer pessoa!

cereja disse...

E ainda aqui volto para chamar a atenção (não tem a ver com crianças mas com o modo de pensar em países árabes)
Notem esta notícia que eu assinalei no meu FB:
A desculpa é que não estavam virgens poderiam ser violadas à vontade

Mary disse...

Isto até é chato o concordar sempre contigo :) :) :)
Mas não vou embirrar só para quebrar a unanimidade....
tens 100% razão. Até nos caprichos de algumas crianças (mais do que aquilo que gostaria de acreditar!) e não são só os meninos ricos, muito pelo contrário. Há crianças cujos pais se esfalfam a trabalhar e com caprichos incríveis que fazem birras colossais se não lhes oferecem o que desejam.
E os pais entram no jogo. Se estão separados é para compensar a ausência, se chegam a casa tarde é para se justificarem, etc.
Era bem importante que as crianças fossem felizes, é claro, mas sem o ser à custa de ninguém. Porque depois acontece o que se está a ver com estas raparigas adolescentes.

cereja disse...

Querida Mary, deixa que pegue numa frase que disseste: «Era bem importante que as crianças fossem felizes», porque é o busílis da questão. Cá para mim, a criança demasiado mimada, a quem fazem todos os desejos, não é uma criança feliz.
Ser feliz é também ter a capacidade de desejar, ora quando o desejo é realizado de imediato, perde valor. Acabamos por ter meninos enfastiados a quem nada satisfaz muito.