quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pão

É o símbolo mais famoso para significar alimento (pelo menos no ocidente).
.... e em Portugal está caríssimo.
Absurdamente caro.
Também é certo que com o andar dos tempos e da civilização, esse 'simbólico' alimento  tem-se multiplicado em inúmeras variedades. Na minha infância exista o «pão de 1ª» e o «pão de 2ª», para além dos papo-secos. E pouco mais.
Claro que havia também pães regionais, o pão alentejano, a broa, etc, mas na zona de Lisboa a amostra era a que eu disse.
Actualmente encontramos talvez menos padarias – que, curiosamente, para além do pão também têm à venda pacotes de leite, conservas, coisas que nunca se tinha visto numa antiga padaria tradicional… Mas, encontramos muitas lojas sofisticadas ou «boutiques do pão» assim como nas grandes superfícies encontramos hoje em dia pão para todos os gostos. O «pão que faz bem ao coração», ou o «pão completo» ou o «pão cortado em fatias» ou o pão-de-forma também em fatias, muitos com a dominância dos mais variados cereais, etc, etc…
Mas uma coisa que agora tem proliferado muito e me causa estranheza, é o «pão sem côdea». Aparece por todo o lado sob diversas marcas e até as 'marcas brancas' já fornecem pão sem côdea!
Recordo-me de um amigo que já há vários anos, quando lhe mostrei um pão chamado sapata (?) se não me engano, que praticamente não tinha miolo, era muito achatado e quase só côdea, me disse felicíssimo «até que enfim, um pão reduzido ao essencial!» Evidentemente que estava perante um apreciador de côdea. Eu não sou assim, mas acho que um pão para ser pão, deve ter côdea e miolo. É um conjunto. Também não gostaria de um ovo só com clara ou só com gema.
Mas se estou a escrever esta queixa é que se torna muito frequente hoje, encontrar mais desse pão de forma sem côdea do que o normal. Quando chego à zona do pão, zás, prateleiras cheias com esse pão e nada do ‘normal’! Para além de não gostar, parece-me que estou a comer algodão, a verdade é que é bem mais caro do que o vulgaríssimo normal, completo, com miolo e côdea.
E depois a variedade é tanta que uma pessoa fica perdida. Já não sei se quero o integral, ou o bom para o coração, ou o com 7 cereais, ou o sem colesterol, ou o pequeno, o grande, o médio, com passas, com sementes, eu sei lá o quê…
S.O.S.
Gostava de encontrar pão sem extras e a preço acessível para aquilo que ganho.

Onde há?


Pé de Cereja

12 comentários:

Joaninha disse...

Ora assim é que é!
Post cedinho, para se ir lendo enquanto se beberrica a bica da manhã...
Já agora podia ser com pãozinho com manteiga, o pão ainda quentinho...


Tens todíssima razão. O preço tem aumentado à medida que as variedades também aumentam. eu também aprecio a côdea estaladiça e com o pão ainda morno é uma delícia. Mas é impressionante o preço. (nem falo em traduzir em escudos!)
Uma amiga cuja família come bastante pão disse-me no outro dia que mesmo do mais barato não gasta menos de 2€e meio (500$) por dia só em pão. Esse mais «plastificado», tipo pão de forma em fatias, também roça os 2 €
E dizem que é o primeiro dos alimentos, heim?,..

Anónimo disse...

Isso me fez lembrar minha bisavó, italiana, quando vinha passar temporada em casa. Delícia! Era a época das massas em casa. Com essa, a gente aprendeu a gostar de pães caseiros - pão inteiro, com côdea e miolo. :) Mesmo quando compramos pão de forma, com todos os seus "apetrechos", ele vai para a torradeira inteiro. Caro, sem dúvida, mas inteiro. :)

Bom dia! :)

Johnny disse...

Está muito bem apanhada o conteúdo do post! Eu também gosto muito do pão com côdea.

Anónimo disse...

É mesmo um post «à tua maneira»!!!!
Muito bem apanhado e também um tanto 'metafórico': a verdade é que se come pão de luxo mas caríssimo. Como se fosse bolo.
E tem piada que nesse «nosso tempo» o pão de 2ª era um pão grosseiro para as pessoas pobres e visto pelos olhos de hoje era bem melhor, era o tal pão completo, com farelo misturado.
Eheheheh!
Outros tempos.

Anónimo disse...

É a pensar na nossa saúde.
Não é verdade que há um grande número de obesos?
E o pão não engorda?
Estes senhores só pensam no nosso bem!

sem-nick disse...

Também penso o mesmo, o Pão , mal ou bem, possívelmente por influência judaico-cristã, é o maior símbolo de alimentação. E era, até há pouco ainda dos produtos mais baratos.
Era....
Como dizes, hoje uma família de 4 pessoas que goste de pão, tem de por de lado uma verba considerável! e depois mandam comer couves para não engordar (a piadinha do amigo de cima é certeira) mas já viram bem o preço das couves?

Anónimo disse...

Só para estranhar a ausência nestes comentários dos amigos Palmeiro e FJ.
Deu-lhes alguma coisa?...
É que já por cá apareceram mas fugiram!

meri disse...

Tens toda a razão!
Já reparaste que é assim com quase tudo? Agora também há o leite crescimento, leite com cálcio, leite magro, leite com chocolate.
Longe vai o tempo do leite com ovomaltine, nos dias de festa!
(olhem que não sou saudosista, mas tento resistir ao consumismo o mais que posso...)

meri disse...

este relógio dos comentários também precisa de ser acertado :)

josé palmeiro disse...

Só hoje, a dezoito, apareço e nem de propósito tu a falares de PÃO.
Não sei se te disse mas resolvi gozar umas curta férias, isto porque vir ao continente, não é só para andar nos médicos à procura de novas doenças. Vai daí, resolvi dar um passeio com a minha mulher e a filha, aproveitando o facto de ele estar desempregada, coisa normal nos jovens licenciados portugueses. Dizia eu que resolvi sair e, nada melhor que passar a fronteira e subir
semre junto à raia, desde Ayamonte até Vilanueva del Fresno, coisa que dirá pouco a muita gente, mas muito a quem se recorda que foi aí que os esbirros da PIDE, assassinaram Humberto Delgado e a sua secretária Aranjair. Mas dizia eu que foi um prazer ver as diferenças entre os dois povos da Ibéria, do lado de lá as estradas secundárias, apesar das autovias e das autopistas, estão arranjadas com belíssimo piso, enfim o inverso do que por cá se passa, confirmado ontem, quando desci de Estremoz atá Faro, modos de estar!!!
Dirão vocês, o que que isto tem a ver com pão?
Tudo, direi eu!
Aetapa terminou, num local chamado Telheiro, ali à sombra de Monsaráz, isto depois de termos estado lá em cima a ver o Alqueva, por onde já tinhamos passado, junto às margens e deliciando-nos com toda aquela paisagem, de encher o olho e descançar a alma. Jantámos numa tasca/restaurante, uma migas de espargos com entrecosto, acompanhada com uns queijinhos e este pão inteiro, que se faz no meu Alentejo e que me andava a roer de saudade. Pronto já está explicado, não vos maço mais com o resto da viagem, mas que foram dias com PÃO, pão verdadeiro, não duvidem e que trouxe um que me vai fazer companhia, mais uns dias, também não.
Por isso, pão é pão! O resto é conversa e esse então do sem côdea é uma *****!

saltapocinhas disse...

compras uma maquineta e fazes o teu próprio pão, voilá!

cereja disse...

Ena, ena!!! Estive sem passar por cá um bocadinho de nada e encontro um montão de comentários, alguns inesperados como a Méri que eu sei que apesar de passar por aqui comenta pouco, outros esperados (como o Palmeiro) e que justifica muito bem a sua ausência.
Saltapocinhas - já me lembrei disso. Conheces quem use? E funciona bem? Era de facto muito mais prático...