sexta-feira, 8 de julho de 2016

Obras de Santa Engrácia


É um dos meus temas de rabujice preferidos, até porque esta história já vai em muuuitos anos, e eu resmungo dia sim, dia não. Refiro-me à pobre da Praça do Areeiro...
De uma forma geral, as obras na nossa capital são lentas, lentas, lentas, lentas... Aliás, depois de ter vivido uns anos em Macau e ter confirmado que se pode construir num décimo do tempo que vulgarmente gastamos por cá, ainda menos tolerância sinto para com a pastelice da nossa construção civil. Um enjoo.
Mas, se de uma forma geral qualquer arranjozito leva um tempo fabuloso a ficar pronto, o caso da desgraçada Praça do Areeiro, ou de Sá Carneiro como queiram, bate todos os records do Guiness.
O túnel, o famoso túnel que nos liga ao Campo Pequeno,  foi inaugurado em 1997, recordo-me bem porque foi um alívio acabar a poeirada que a pobre João XXI sofreu durante muitíssimo tempo. Não consegui confirmar quanto tempo levou a construção desse túnel, mas na minha recordação é como se tivesse sido bastantes anos...
Mal se respirou fundo a pensar que aquela zona ficava sossegada e bonita, vem o Metro a destruir tudo e a fazer novos buracos.
......
Cá estamos, 20 anos mais tarde, e a Praça continua a parecer um campo bombardeado. OK, está melhorzinha agora, reconheço. Mas por alma de quem é que se continuam a ver aqueles separadores vermelhos e brancos, a rodearem todas as zonas laterais da praça?! Porquê? Mesmo que mais não fosse bastava esse pormenor para acentuar que as obras estão incompletas...! 


Li agora que as obras para finalizar os arranjos da Praça começam em Agosto e vão durar um mês. Será uma gracinha?! Alguém acredita que depois de dezenas de anos, precisem de mais um mês para acabar a placa central e ajardinar aqueles metrozinhos de terreno que rodeiam o pobre Sá Carneiro ali enforcado? [aquele monumento (?) deve ter sido concebido por alguém que lhe tinha muito pó]
Só mais uma nota. Esta martirizada Praça é o ponto de entrada em Lisboa para quem chega de avião. Como cartão de boas-vindas à nossa capital era difícil fazer-se pior. 
Que saudades eu tenho da Praça do Areeiro da minha infância!!!






Cereja

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Portugal de muitas cores




Nestas misturadas que faço na minha cabeça entre facebook e blog, muitas vezes há coisas que escrevo num dos sítios e me apetece 'partilhar' no outro... Do Cerejas para o fb é fácil, mas a inversa não sei como fazer.
Ora esta manhã deixei lá a minha opinião com esta foto, referindo a minha satisfação.
Satisfação por termos ontem ganho. Foi bom, foi muito bom! Temos dados passinhos pequenos, é certo, mas estamos a chegar longe e na vitória final custa-me acreditar mas o ter chegado a este patamar é formidável!
Mas também satisfação, ou ainda mais satisfação, por ter sido com esta equipa. Portugal plural. Olhem a foto: uma equipa com mulatos, brancos, negros, ciganos (e será que gays?) enche-me de alegria.
Ainda por cima porque são jovens portugueses filhos de pais portugueses ou nascidos em Portugal. Nada de 'naturalizações à pressão' por força do desporto. Isto é mesmo autêntico, somos nós, é a nossa terra, com uma mistura saudável e vitoriosa.
Pronto. O fb costuma perguntar «como te sentes?» e só posso responder «contente».
[claro que se ganhássemos ainda era bem melhor :) contra a Alemanha que tem a mania de que manda em tudo, ou contra a França onde tantos portugueses trabalham e sentiriam tanto orgulho... ]


Cereja

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Quando o amor (?) se transforma em ódio - 1

Violência doméstica.

O conceito de 'violência doméstica' é mais abrangente do que a que se passa entre um casal, porque abarca também gerações - pais agredirem filhos ou filhos agredirem pais idosos - mas, tanto quanto infelizmente se conhece, na sua enorme maioria refere-se a violência no casal e de género.

É social? Pois é. Sempre existiu? Acredito que sim. E isso é alguma justificação?! Nãããõ!!! 
Neste momento é considerado crime público, ou seja a vítima não necessita apresentar queixa, qualquer pessoa o pode (e deve) fazer, acabou o conselho do «não metas a colher», pelo contrário. Mas na nossa terra de uma forma geral não podemos acusar muito a legislação, o mal não está na ausência de leis e sim na dificuldade em as fazer cumprir. E este é um caso onde o preconceito está tão enraizado na opinião pública oculta que a luta é dificílima. E digo opinião pública oculta porque esta mancha só se manifesta em 'conversas de café' ou nos comentários mais ou menos anónimos dos jornais. Mas existe e de que maneira!!! 
Há dias foi notícia uma criança ter sido atingida por um tiro que presumivelmente se destinava à sua mãe. Chocou muita gente, como é de esperar. Mas... leiam um copy/past que fiz (sem alterar nada!) a alguns comentários lidos num jornal:


1 - Neste caso a única coisa que lamento foi o envolvimento da criança. Esta sim, mais uma vítima das guerras dos adultos. 
De falar em guerra: para a sociedade o que conta é o resultado final. Mais uma mulher vítima de violência domestica. O que levou a isso a este ponto, quem foi o provocador, quem foi o impulsionador não conta. O que conte é: mais uma mulher ia ser morta pelo marido. Logo agora que as mulheres estão tão Santas... É crime ser homem hoje em dia, aliás, se um bebé nascer rapaz é um pavor tremendo, então não se vê quando a maioria das pessoas que pensa em ter bebés só pensa em ter meninas e não meninos.
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2 - Bem vindo á sociedade dos dias de hoje, feminazista, SJWs, e Anti-Homens...
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3 - Em 2016 várias crianças, uns ainda bebes de dias foram mortas às mãos das mães. Perante tão hediondo crime, não faltaram mulheres a procurar desculpabilizar mulheres que por vingança, chantagem (Se eu não fico com o meu filho tu também não ficas, etc etc etc), mataram os seus filhos. Estamos a falar de uma Média de 80% de mães que ficam com a guarda dos filhos. Se elas fazem isso aos filhos, Imagine o que fariam elas aos homens se tivesses a força deles.
Sou terminantemente contra a qualquer acto de violência doméstica! No entanto, nos últimos anos, devido a sua agressividade verbal, algo que, quer para a comunicação social quer alguma sociedade civil, não interessa, algumas mulheres têm sido alvo de violência. No final, o que conta é: mais uma mulher vítima de violência domestica. Depois, hipocritamente, lá vem algumas mulheres, sabe-se lá porquê, dizer: nada justifica a violência doméstica. Logo elas!
Quanta hipocrisia…
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4 - M. C,: A minha vênia para a senhora. Nunca teve um momento de raiva, um momento de querer matar tudo?
Aqueles momentos onde e quando descobrimos que tudo em que acreditava-mos, afinal, era uma mentira, fomos enganados, fomos roubados, etc etc...
Hoje e acredite, devido ao meu trabalho social, sei do que falo! Muitos dos problemas conjugais, de há una anos a esta parte, devem-se ao facto de haver “2 machos” numa casa. Um por natureza e outro porque quer-se fazer. E os dois querem ter sempre a razão.
Porque ainda é o homem o mais forte fisicamente, ainda é a mulher quem mais leva… Mas, se invertêssemos a força, o Homem leva tarei da mulher todos os dias… Acredite, se é que não sabe…
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Havia mais, como se imagina. Estes estavam entre a primeira meia dúzia, mas dão o tom geral. As sonsas das mulheres provocam, querem competir, são malcriadas, e o que vale aos homens é terem mais força ou a coisa seria terrível. É interessante esse argumento da força física quando aqui se falava numa agressão a tiro, e para puxar um gatilho basta um dedo... Pois.

Eu vejo mais a questão do ponto de vista do respeito.
As agressões, as verbais também, são prova de uma grande falta de respeito, que põe em causa os fundamentos básicos de uma relação. Mas isso não se vê com clareza, como um estudo feito em diversas escolas a respeito da violência no namoro  mostrou. Muitos adolescentes achavam natural (?) a agressão. Ora só pode ser pelo peso social, uma noção ainda generalizada na sociedade.
Eu gosto de perceber sentimentos, mas neste caso sinto-me muito confusa e parece-me urgente uma educação nesta área a partir quase da pré-primária. Repetir-se como uma mantra «amar é respeitar», «ninguém é dono de ninguém».
Porque parece que há muito quem o não saiba.

Cereja

terça-feira, 5 de julho de 2016

O elogio do papel

Não venho mais uma vez comparar os prós e os contras na guerra do virtual contra o papel. Já se disse tudo quase tudo. 

Circulou por aí um vídeo muito engraçado, mostrando um casal onde o marido passava o tempo criticando a mulher por não usar as 'novas tecnologias': ela escrevia uma lista de compras e ele dizia «Emmaaaaa!» mostrando a lista num tablette; ela deixava-lhe um post-it no frigorífico, e ele «Emmaaa!» e provava a vantagem do sms. Não recordo tudo mas a história acabava com ele sentado na sanita a chamá-la por ter acabado o papel higiénico e ela a enviar-lhe a foto do rolo pelo telemóvel...
Mas descobri há dias uma maravilhosa vantagem da palavra escrita em papel. É que ela resiste ao tempo afinal mais do que outras formas de registo!! (parentesis: claro que o material papel é frágil, estraga-se se não houver cuidado, óbvio)
A prova dos noves:
Há muitos, muitos anos, tive de me separar dos meus pais para vir para a Universidade. Viviam longe e o contacto só era por carta, telefonemas eram luxo - fazia-se um no Natal, com hora marcada... Mas escreviamos, por avião, pelo menos 2 cartas por semana. Contudo, como éramos muito modernos :))) e já na altura apreciávamos tecnologias, compramos eu e eles gravadores de fita e enviávamos fitas gravadas em vez de cartas normais. A sério! Quer eu quer os meus pais gostávamos imenso porque aquilo dava para uma hora de conversa e ouvia-se a voz para matar saudades. E assim fizemos durante anos.
Contudo a máquina de vez em quando avariava e, quando isso acontecia, lá voltávamos a escrever. Em «papel de carta de avião» muito fininho, e para render mais escrevíamos à máquina. Sempre longas cartas.
Agora um zapping para o Presente:
Há bastante tempo que não remexia nos meus «baús» e embora soubesse o que havia lá estava um pouco esquecida. E encontrei agora um grosso pacote, com as cartas que escrevi e a minha mãe guardou (sniff, eu não fiz o mesmo às deles) Está lá uma completa reportagem da nossa vida, quase daria um romance de época! E as fitas gravadas?? Pois é. Foram-se... A verdade é que hoje em dia não há esses gravadores-de-fita, mesmo que por milagre as pobres não estivessem completamente estragadas. A tecnologia evolui com uma rapidez estonteante, vieram as cassetes, os cds, eu sei lá o quê, tornando obsoleta a moda de ontem.
Mas o meu amigo papel cá está, a resistir a tudo.
VIVA O PAPEL!!!





hmmmmm....



Valente papel!!!

Cereja

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Em casa




Há uns dias agitou um pouco as águas a conclusão de um estudo que nos diz que as mulheres, em casa, trabalham mais e sobretudo em tarefas menos interessantes. Pois é!
Ninguém de admira decerto.
Os trabalhos domésticos são pacificamente aceites como uma função feminina. Socialmente, creio que por todo o mundo, a mulher é vista como um animal doméstico, salvo seja. Por todos. Incluindo as próprias mulheres. E quem, como eu, nasceu lá para meados do século passado esse sentimento está enraízado de um modo profundo, nem se pensa nisso.
Muito bem, os tempos mudam e mudam muito. A vida de um jovem casal de hoje seria inimaginável para os nossos avós pais. Até para os mais desempoeirados e progressistas desse tempo a actual sociedade seria estranhíssima. Mas é mesmo verdade que alguns homens já estão familiarizados com as tarefas domésticas, pelo menos algumas... Hoje muitos homens vão às compras, pôem e levantam a mesa, ajudam a fazer a cama, até sabem pôr a loiça e a roupa na máquina. Palmas! Beeem... não pode ser tudo perfeito e portanto o que é mais chato, aspirar e limpar o pó, passar a ferro, cozinhar por rotina, ainda não. Vai devagarinho.
Mas há uma área onde é visível uma grande e excelente mudança - as crianças! Ainda é «do meu tempo» a completa falta de jeito que o género masculino tinha para crianças. Se fossem bebés então mal lhe pegavam! Na minha infância não me recordo de ver um pai a empurrar um carrinho de bebé, e menos ainda levar um ao colo na rua!!! E aqui está uma volta de 180º, :) hoje vemos mais pais a empurrar cadeirinhas, ou com os filhos no 'canguru', do que mães. Talvez eu esteja a exagerar, mas é quase assim, num casal quase sempre quem leva a criança é o pai! Big step, um passo de gigante! E é aí que mais se nota a participação masculina em casa, no cuidado e educação das crianças.
A começar por um lado, este é um excelente lado para começar.
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E vamos ver se a seguir pegam no aspirador...


Que beleza :)

Cereja

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Impulsividade


Cada um é como é.
Claro. Dá para pensar como seria 'cada um ser como não é'... Mas este é um pensamento que se repete muito como desculpabilizador de muita coisa. Faz-se uma asneira, mas há quem encolha os ombros, «hmmm, mas fulano é assim o que ele há-de fazer?»
Isto a propósito de traços de personalidade de pessoas que podem cair em dois extremos, e é sabido que os extremos raramente são bons - os reflexivos, 'secundários', muito ponderados, que analisam tudo ao pormenor com todas as possíveis consequências (uma seca!) e os impulsivos, 'primários', que passam do pensamento ao acto, ou à palavra, com a velocidade de um raio e assim continuam vida fora, os pepe-rápidos...
Bem, desenhei uma caricatura, na vida real felizmente é raro encontrar-se um destes extremos, tão extremos! Somos mais tipo ponderado ou mais tipo impulsivo, sem grandes consequências quase sempre. Eu conheço-me e é engraçado como sendo claramente 'secundária' ou ponderada, tenho tantas amigas impulsivas. Não é a primeira vez que me dizem «Tu és incrível, enervante! Ouves montes de opiniões e conselhos e depois fazes o que tinhas na cabeça!!!» E eu rio-me. É verdade, é. Gosto de ouvir outras opiniões antes de me decidir, mas depois sou muito teimosa como também sou acusada.
No Domingo as sondagens em Espanha traçaram um quadro. Ouvi um comentador dizer que ia ser a 'noite das facas longas' no PSOE, que era um descalabro, ia ser muito ultrapassado pelo Unidos Podemos. Mas, sem o dramatismo das facas, o tom geral era esse até ao momento do início da contagem dos votos e mesmo um pouco depois. OK. O Podemos estava contente. Mas...
Mas um líder partidário não pode nunca declarar em euforia, como fez Pablo Iglésias: Vamos ganhar mas mantenho a mão estendida ao PSOE. Ui! Uma frase fatal. Ainda a tarde ia a meio, e ele dizia já «Fomos chamados a governar». Não foram. O cantar vitória antes do tempo, por mais animadoras que fossem as sondagens, é um erro grave.
Fazia-lhe bem um treinozito para controlar a impulsividade.


Porque estas coisas têm o seu preço, e não é barato.


Cereja


domingo, 26 de junho de 2016

Arriba España!

Estamos, ou pelo menos muita gente está, de olhos postos em Espanha.

Têm sido uns dias muito emotivos, os últimos quatro. Acordamos na quinta feira para saber o que muitos receavam mas era uma fortíssima hipótese - a Grã Bretanha votava o afastamento da União Europeia. Muito à justa, como seria também muito à justa o seu contrário, mas o brexit ganhou o referendo. Ups! E agora...? Pelos vistos foi uma campanha emocional onde nem se percebeu bem o que estaria em causa, como agora parece pelos testemunhos que vêm à tona. Mas como não se pode repetir, votaram está votado! 
Sexta, sábado, e domingo, decorre a Convenção do Bloco de Esquerda. Também importante. Um Partido que tem apoiado o governo, e sem o qual (e/ou sem o PCP) nada estaria na mesma. A tal «geringonça», assim trocistamente crismada por quem não entende que se possa apoiar um governo minoritário sem nele participar, precisa dele, do BE, e é importante saber quais as suas linhas de rumo.
Sábado à noitinha o país parou de olhos postos no Euro.
Natural. Muita emoção, o futebol é uma área onde Portugal pode fazer boa figura, e assim se desejava que fosse. Uff... Custou mas foi. 

Mas hoje olhamos de novo para fora da fronteira, é a Espanha que está na berlinda. Passaram há pouco por umas eleições mas lá não houve geringonça que lhes valesse e não se conseguiu formar governo. Repetem o acto eleitoral. Desejamos com toda a força que daqui saiam resultados mais claros.
É complicado porque a Espanha como tal é um país recente. Não tanto como na Itália, mas os diversos «reinos» que formam a actual Espanha também estiveram separados longos e longos anos. E hoje reclamam autonomia. Se se esquecer esse aspecto não podemos entender a política espanhola...
Contudo diz-se que «a união faz a força» e uma Espanha unida pode e deve ter muita força!
Viva a Espanha! E escolha bem que a vai governar.




Cereja

sábado, 25 de junho de 2016

Vai-te embora ó melga!



Não sou muito de seguir histórias de tablóides, mas até eu sabia desde há uns tempos que o Cristiano Ronaldo estava de relações cortadas com o Correio da Manhã e inclusivamente tinha movido alguns processos contra esse tablóide. Acusou-o em tribunal de uma devassa da sua vida privada e creio que  ganhou.[diz a Wikipédia «o tablóide tende a dar grande ênfase a histórias sensacionalistas e relatam casos nos quais o próprio jornal cria a notícia, se sentirem que com esses temas não podem, ou não poderão ser processados por difamação»] Também me recordo numa conferência de imprensa ele ter-se recusado a responder às perguntas do Correio da Manhã. 


Com isto tudo, só se pode encarar a insistência de um repórter desse tablóide em entrevistar o jogador como uma provocação. Aliás li algures, que a comunicação social poderia tirar fotos dos jogadores em estágio mas não devia falar com eles, portanto quem prevaricou foi o homem.

OK, parece que o Cristiano, farto de ser 'melgado' não lhe deu com o mata-moscas mas atirou fora o microfone.
Ui! «Crime, dizem eles!»
Li depois a opinião da Fernanda Câncio e está tudo dito! Lodo.
E parede haver algum incêndio nas redes sociais de que dizem que o tal tablóide não gostou. Olha?!?!  Não acredito. Tudo o que é publicidade cai que nem ginjas.

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E é pena. Uma boa publicidade negativa deixava muita gente feliz.


Cereja

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Educação: Casa de pais escolas dos filhos

Li ontem esta notícia:  Faltar às refeições pode levar a uma queixa na CPCJ
Fiquei admiradíssima. Até porque, como agora é costume, o título não explica nada e até confunde. O que é isso de 'faltar às refeições'? Que refeições? Quem é que falta? Uma grande confusão...

De qualquer modo estranhei e comecei primeiro por embirrar. As cepecejotas cuja criação foi uma grande ideia, actualmente sofrem muitas críticas e muitas vezes críticas com razão. É verdade que têm um trabalho muito difícil - dificílimo! - e quase sempre com poucos recursos. Mas tenho tido conhecimento de erros importantes. Infelizmente é uma área onde os erros pagam-se caros, porque um dia para uma criança pode equivaler a um ano para um adulto.
Portanto estranhei que essa coisa de faltar ao almoço implicasse um processo aberto na CPCJ! Fui ler com mais atenção a notícia que tinha lido um tanto em diagonal e percebi que se tratava de refeições que eram preparadas nas escolas para crianças que não as vinham comer nem avisavam. E, por aquilo que li quando prestei mais atenção, era uma situação que se vinha a arrastar. E li no facebook escrito por uma excelente professora que conheço «Até que enfim! É imoral a quantidade de alunos com escalão A (e portanto com refeições grátis) que as não desmarcam quando faltam - isto entre os mais pequenos, já que os grandes não as comem e vão comer para os bares das escolas. E nós todos a pagar» Ooooh! Se ela diz isto a coisa é a sério!
Portanto, se bem entendo, os pais solicitam as refeições nas escolas mas não se importam que os filhos não as comam? E afinal o que é que comem? Almoçam imagino eu (?!) , mas o quê e onde? Não percebi nada disto... Trazem comida de casa? Os pais dão-lhes dinheiro para comer outra coisa? Não faz sentido.

Bem, seja o que for que se passe decerto que há uma grande falha na educação. Não aquela que a Escola dá mas sim a outra, básica, que se deve receber na família.
São com certeza famílias onde o valor do dinheiro não está ajustado e antes de se chegar à CPCJ seria de bom senso que os pais fossem avisados de que as refeições grátis não consumidas e sem uma explicação, passariam a ser pagas. É justo.
E mais uma vez voltamos à vaca fria do que é educação.
Estas crianças que se habituaram a desperdiçar comida, muito possivelmente o modelo que vêm em casa enquadra-se nisto. Eu ando mais que farta de ouvir falar em «poupar» mas o conceito base de poupar é exactamente aproveitar o que se tem. E a nível da comida entra pelos olhos dentro! Tão fácil mostrar a uma criança que não se deve ter «mais olhos que barriga» e tirar apenas aquilo que vamos comer. E se sobrou guarda-se para comer depois...
É o modelo que muitos adultos têm, o querer mais do que o que precisam e podem consumir. Alimentação, vestuário, objectos de uso, etc. Claro que a publicidade trabalha habilmente nesse sentido, hoje é bem mais fácil (e às vezes mais barato) comprar uma coisa nova do que arranjar a velha! Mas está-nos a sair demasiado caro.


Alerta para os nossos filhos!!!!!!!


Cereja






segunda-feira, 20 de junho de 2016

«A asneira é livre» ?!

Felizmente com a queda do fascismo veio também o direito à liberdade de opinião. Excelente. É uma boa liberdade. Claro que como todas as liberdades tem, ou deve ter, os seus limites que me parece simplesmente ser-se responsável por aquilo que se diz. Não é o caso da velha e conhecida fórmula a-nossa-acaba-onde-começa-a-liberdade-dos-outros porque esta é uma área onde o leque do bom-senso, da educação, dos usos e costumes, é muito aberto e abrange quase tudo. Há 'opiniões' de que discordamos que nos fazem encolher os ombros e outras que irritam bastante.
Mas o que acho interessante é que há umas criaturas que abrem a boca e deixam sair tudo o que lhes passa pela cabeça, achando-se até muito engraçadas e espirituosas, mas não levam nada a bem que os outros os critiquem! Ou seja, a tal liberdade de opinião é só a liberdade da sua opinião.
Um raciocínio um tanto arrevezado.
Em resumo - um senhor X diz umas graçolas e pode dizê-las (porque não?!) uma vez que há liberdade de opinião. Mas quem não gosta não o pode dizer porque a crítica está a beliscar o direito do primeiro falar... Essa agora?!?!

Como exemplo vemos as declarações de um comentador, (e acho graça a que «comentador» seja uma profissão ou lá o que chamam) que bradam aos céus.  OK. O homem diz «não sou homofóbico [...]» etc e tal acrescentando a gracinha que «faz mal à saúde ser homossexual». Explica que «não consegue dormir com um homem no mesmo quarto, mesmo em camas separadas. [...] Não gosto do cheiro a homem. [...]» E acrescenta «gosto demasiado de mulheres, sou demasiado macho e ser homosexual ia fazer-me pessimamente à saúde». Não foi à tropa, está visto. 

Bem, creio que esta palermice não foi depois do massacre de Orlando, foi a respeito de um colega... Contudo onde eu queria chegar é que ele ficou todo enxofrado quando foi criticado, insistindo que tinha direito à sua opinião.

Pois é. Quem considerar que uma orientação sexual diferente não faz mal à saúde, pode dizê-lo, mas já não que ele é parvo? 
Deve ser porque a asneira é livre.
Se calhar não devia ser......






Cereja