quarta-feira, 29 de junho de 2016

Impulsividade


Cada um é como é.
Claro. Dá para pensar como seria 'cada um ser como não é'... Mas este é um pensamento que se repete muito como desculpabilizador de muita coisa. Faz-se uma asneira, mas há quem encolha os ombros, «hmmm, mas fulano é assim o que ele há-de fazer?»
Isto a propósito de traços de personalidade de pessoas que podem cair em dois extremos, e é sabido que os extremos raramente são bons - os reflexivos, 'secundários', muito ponderados, que analisam tudo ao pormenor com todas as possíveis consequências (uma seca!) e os impulsivos, 'primários', que passam do pensamento ao acto, ou à palavra, com a velocidade de um raio e assim continuam vida fora, os pepe-rápidos...
Bem, desenhei uma caricatura, na vida real felizmente é raro encontrar-se um destes extremos, tão extremos! Somos mais tipo ponderado ou mais tipo impulsivo, sem grandes consequências quase sempre. Eu conheço-me e é engraçado como sendo claramente 'secundária' ou ponderada, tenho tantas amigas impulsivas. Não é a primeira vez que me dizem «Tu és incrível, enervante! Ouves montes de opiniões e conselhos e depois fazes o que tinhas na cabeça!!!» E eu rio-me. É verdade, é. Gosto de ouvir outras opiniões antes de me decidir, mas depois sou muito teimosa como também sou acusada.
No Domingo as sondagens em Espanha traçaram um quadro. Ouvi um comentador dizer que ia ser a 'noite das facas longas' no PSOE, que era um descalabro, ia ser muito ultrapassado pelo Unidos Podemos. Mas, sem o dramatismo das facas, o tom geral era esse até ao momento do início da contagem dos votos e mesmo um pouco depois. OK. O Podemos estava contente. Mas...
Mas um líder partidário não pode nunca declarar em euforia, como fez Pablo Iglésias: Vamos ganhar mas mantenho a mão estendida ao PSOE. Ui! Uma frase fatal. Ainda a tarde ia a meio, e ele dizia já «Fomos chamados a governar». Não foram. O cantar vitória antes do tempo, por mais animadoras que fossem as sondagens, é um erro grave.
Fazia-lhe bem um treinozito para controlar a impulsividade.


Porque estas coisas têm o seu preço, e não é barato.


Cereja


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