quinta-feira, 9 de junho de 2016

Quando a escola é tema








Uma escola decidiu responder a um concurso “A Minha Escola Adota um Museu, um Palácio, um Monumento” que pretendia premiar trabalhos elaborados a partir de testemunhos dos Museus e Palácios da Rede Portuguesa de Museus ou Monumentos . E foi este o resultado. «Na versão actual estão representados os vários sectores da sociedade actual da política ao futebol, da religião à cultura, da música ao desporto, dos executivos à moda...» E explicam que não foi difícil, as redes sociais estão carregadas de selfies portanto foi ir lá buscar!

Quase nem vale a pena dizer mais nada, que a história é magnífica!

É na verdade um estudo sociológico tecido com fios de História. Interessantíssimo.
E, gosto de dar relevo a isto, porque tudo se passou numa "vulgaríssima" (?) Escola Pública. Uma escola normal, com professores normais e alunos normais. Porque nos últimos tempos, tem-se falado muito, com o apoio destacadíssimo da comunicação social, de uma situação no mínimo original: haver empresas privadas, no caso vendem ensino mas poderiam vender outra coisa, que se sentem no direito de exigir que o Estado cubra os seus prejuizos. É curioso porque os defensores do sector privado e da livre concorrência, enchem-nos os ouvidos com velhíssimos clichês sobre a melhor qualidade de gestão no privado. A conversa é já velha, os gestores privados como-têm-de-prestar-contas-aos investidores têm uma gestão de excelência. Hmmmm... Estranha-se então que precisem de ajuda das finanças públicas para subsistirem (ou será para ganhar mais?)
Ora é certo que o Ensino Público tem dificuldades. Tendo de cobrir o país todo é desigual, decerto. O universo é enorme e há escolas boas, más, péssimas ou excelentes - há de tudo. Há boas instalações e outras a cair de velhas. Há professores de primeira água e decerto outros que não sentem lá grande vocação. Há muitas faltas, nem sempre os professores são colocados a horas, há pouco pessoal auxiliar, as últimas mudanças obrigam os professores a gastar horas e horas em vez de estar a preparar as suas aulas estão a escrever relatórios e informações e estatísticas. Como escreveu o Conselho Nacional de Educação «O tempo dos professores deve ser ocupado no processo de ensino e não em burocracias» Tudo isso é verdade. 
Portanto o que será natural e lógico é que se queira um investimento maior no Ensino, de modo a melhorá-lo. Lógico?
Parece que não. Algumas cabecinhas pensadoras consideram que o lógico é a pérola que saiu da boca da Assunção Cristas - se há deficiências no ensino público então o Estado deve investir no privado. Nem mais!!!
Por isso chamei aqui o exemplo desta escola pública que ganhou este concurso tão imaginativo. Yes, we can! dizia o Obama. Pois podemos, temos qualidade, temos vontade, vamos melhorar ainda mais se investirmos a sério.

Nesta Escola que é de todas as cores do arco-íris.


Cereja

2 comentários:

Hipatia disse...

Tens toda a razão. Acho que vou pegar nisto e expandir mais um bocadinho lá onde assino a azul-cueca :D

cereja disse...

Querida amiga que não desistiu do blog! A ver se mantemos esta coisa a funcionar :) Ao facebook o que do facebook, ao blog ou que do blog.
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Também comecei a passar mais pela tua casa, claro. A Voz é uma referência...