sábado, 18 de junho de 2016

Títulos sensacionalistas

Contraste de títulos: 
No Público podemos ler
 Depressão leva mulher a atirar-se ao rio com o filho ao coloClaro que quem ainda o não soubesse, coisa difícil porque foi repetido várias vezes na rádio, tv, jornais, redes sociais, ficaria muito impressionado e chocado. Contudo o facto de a primeira palavra do título da notícia ser «depressão» orienta para um não-julgamento antecipado do acto. Aliás podemos ler parte de uma entrevista que procura entender o que pode levar a uma acção tão horrorosa - “A mãe não quer matar o filho, quer salvá-lo da dificuldade que é viver” diz uma psicóloga especialista, que nos explica que o que a mãe deseja é evitar que o filho sofra. É uma grande perturbação sem dúvida, um sofrimento inimaginável. Explica só, não faz juizos de valor. 
E podemos ler por outro lado  Mãe atira filho para a morte, no Correio da Manhã ocupando com isto quase metade da 1ª página. Note-se que outros jornais disseram quase o mesmo, mas sublinho quase porque a diferença é importante. Disse o Notícias ao Minuto «Mais uma mãe que se atira para o rio com o filho» ou o Expresso «Mulher atirou-se ao rio com o filho de 6 anos» É apenas uma partícula, um 'se' reflexo, mas que faz toda a diferença. A diferença entre um suicídio falhado juntamente com um filho - a pouca sorte de o salvador não ter salvo primeiro a criança... - e um frio homicídio que a frase «atira para a morte» implica.
Os momentos em que um pai ou uma mãe decidem abandonar esta vida com os filhos são de um sofrimento que nem consigo conceber. Há tempos um idiota, que parece que é psicólogo,  ( e já foi punido pela Ordem dos Psicólogos pelos disparates que diz) chamado Quintino Aires comentador habitual na tv (!?!) criticou uma desgraçada que se atirou de uma janela com um filho com uma grande deficiência. Como se pode falar de uma coisa que está para além da dor que conhecemos?

Estes títulos à moda do Correio da Manhã dão-me volta ao estômago. Não há um Conselho de Ética nos jornalistas...?


Cereja

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Preso por ter cão, preso por o não ter?

Ao passar os olhos pelas notícias de hoje, saltou-me à vista este título: 
Hmmm... Quando se quer dizer tudo numa frase, neste caso um título, há coisas que deixam de fazer sentido.

Estava habituada a ler que a seca, o calor, etc, aumentava o risco de incêndio. Achava lógico. O fogo costuma apreciar as coisas secas, e ainda por cima 'seca' significa ausência de água ou de humidade portanto ausência daquilo que está contra o fogo.
Bem.
Qual será o risco de haver vegetação? Tem de se ler mesmo a história toda. Afinal, a chuva que tem caído até fez  diminuir o risco de incêndio em comparação com os outros anos. Uff! A lógica existe. Depois explicam que cresceu muito a vegetação fina, um ponto importante. Não é qualquer vegetação, se é 'fina' pode querer dizer que seca mais depressa. E afinal é mesmo tudo como dantes, a tal vegetação seca, e fica sensível a fogos e, como é muita, se os campos não são bem limpos fica muito inflamável.
Ou seja não é por ter havido chuva que aumenta o risco de incêndio. Os campos não limpos de ervas secas é que são bons combustíveis.
E eu que já me preparava para acusar mais uma vez o S. Pedro de não saber o que queria e de nos prejudicar quer chovesse quer fizesse sol.
Não foi desta. A lógica ainda resiste aos títulos mal amanhados.




Cereja

terça-feira, 14 de junho de 2016

Crimes de ódio

Crime de Ódio?
O nome é relativamente recente, dos anos 80 segundo creio, mas classifica algo muito, muito antigo. A definição diz que «são crimes motivados pelo preconceito, quando o criminoso selecciona intencionalmente a sua vítima em função de esta pertencer a um certo grupo» portanto não é de agora... Podemos recuar até à perseguição aos primeiros cristãos, e depois talvez o mais famoso fosse o holocausto,  mas a História está cheia de crimes de ódio.


E depois quando o pai do criminoso, mas imagino que o conceito é partilhado por muitos crentes de diversas religiões, diz que «compete a Deus punir os homossexuais», o que se sente é que a noção básica é algo que parece vir do passado, o pecado (?!) que Deus deve punir, e a noção de heresia. Heresia?! Cheira logo a enxofre. 
O que me deixa arrepiada nesta história horrorosa, que me fez lembrar o massacre na Noruega onde também morreram 77 jovens abatidos por um único atirador, é exactamente isto ter sido feito friamente por um único homem. Os crimes de ódio do Ku Klux Klan eram colectivos, os Nazis como máquina de matar exterminaram os judeus, parece que estávamos preparados para uma responsabilidade colectiva na barbaridade destes ódios.
E que um monstro destes, consiga abater dezenas e dezenas de pessoas como quem vai à caça, como se não fossem seres humanos diz muito sobre o modo como ele pensa mas mostra também como a venda livre de armas facilita esta possibilidade. Uma faca também mata, pode apanhar uma, duas, três pessoas, mas nunca cinquenta. Terroristas são os vendedores de armas, os que lucram brutalmente com este negócio.
E vem aquele idiota do Trump afirmar que este atentado prova que está com razão, que tem de endurecer ainda mais, impedir a imigração, e possivelmente vender mais armas que ainda devem ser poucas as que circulam por lá.
Vi numa rede social este apanhado:





É um bom resumo. Aliás para quem aponta o dedo à intolerância do "islamismo radical" que persegue gays -  um horror sem a menor dúvida para quem siga a sharia pior do que a nossa Idade Média  - seria interessante ler alguns dos nojentos comentários que se podem ler nos nossos jornais. Veja-se o chorrilho de disparates que saem sempre na cauda de qualquer artigo impresso, agora refinados com o maior dos ódios anti-gay. E isto num país cristão. Porque os crimes de ódio não são reserva de nenhum país, nem de nenhum grupo.
A humanidade evolui lentamente, muito lentamente, muitíssimo lentamente.

Cereja




domingo, 12 de junho de 2016

Pais com crianças


Gosto de crianças. De todas as idades. E quando são adolescentes, e por isso 'menos criança', gosto também mas um modo diferente. Sinto-me à vontade com uma criança, e pelo retorno que costumo sentir creio que elas também se sentem bem comigo.

Talvez por isso mesmo fico atónita com as queixas que vou lendo por aí nas redes sociais sobre hotéis que não aceitam famílias com crianças (parece que existem hoteis desses!) o que implica uma busca atenta quando se faz a marcação. Já li por aí uma comparação com o tal hotel que não queria lá gays e avisava logo, mas isto é muito diferente. Creio que parte de um pressuposto de que todas as crianças são indisciplinadas e o seu comportamento incomoda sempre os outros hóspedes, portanto: hotel free-of-children! 
Ora bem, é uma verdade sem contestação que os meninos de hoje têm um comportamento que em nada faz lembrar o dos meninos de há 50 e tal anos. A relação criança adulto é muito mais próxima, e as regras muito diferentes. E as regras mais flexíveis conduzem a uma disciplina também mais fraca e, do meu ponto de vista, onde mais se nota isso é nas regras sociais. Muitas crianças - e deve ser isso que explica está na origem da chocante atitude dos hoteis - parecem inconscientes de que haja mais vida para além do seu núcleo familiar. Ignoram olimpicamente o que as rodeia, como se tudo fosse transparente.
Claro que a responsabilidade é dos pais, contudo muitos deles já foram educados assim... E há justificações muitas vezes. Um exemplo entre muitos: as crianças do meu tempo e do meu meio tinham horas certas de ir para a cama, quase logo a seguir ao jantar. Não gostávamos, tínhamos a ideia de que depois de nós adormecermos é que os grandes se divertiam, mas... obedecia-se é claro. Os pais de hoje, com empregos distantes, querem estar com os filhos e o único tempo livre é esse a seguir ao jantar. Compreende-se que a hora de ir para a cama se afaste um pouco, mas será necessário andar com crianças muito pequeninas até às tantas da noite? Noitadas aos 2 anos? São hábitos que se enraízam, a vida diária fica às avessas, o sono vem a outras horas. Ficam rabugentas e com birras? Muito provável.
Outro hábito social que dantes se educava tem a ver com o tom de voz, e também não interromper quem está a falar. Por si mesma uma criança não sabe graduar a voz, é uma competência que se aprende. Quase sempre gritar é para se fazer ouvir melhor e muitas vezes acima dos outros, o que se faz (quem o faz...) numa discussão, por exemplo. Mas devia ensinar-se uma criança a falar no mesmo tom que as outras pessoas e não interromper. Se ela «precisa de atenção» isso resolve-se de outra forma. 
Pronto, há muito mais coisas mas estas duas situações podem estar na origem da «má fama» das famílias com meninos - as crianças quezilentas, ensonadas, rabugentas, que perturbam a paz geral à noite, ou - e até em simultâneo - as que se ouvem ao longe, gritando, chamando a atenção, bloqueando qualquer conversa.

Pode evitar-se. Se olharmos com atenção há muitas famílias onde os filhos são educados, não direi à antiga mas sim correctamente.





Cereja

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Quando a escola é tema








Uma escola decidiu responder a um concurso “A Minha Escola Adota um Museu, um Palácio, um Monumento” que pretendia premiar trabalhos elaborados a partir de testemunhos dos Museus e Palácios da Rede Portuguesa de Museus ou Monumentos . E foi este o resultado. «Na versão actual estão representados os vários sectores da sociedade actual da política ao futebol, da religião à cultura, da música ao desporto, dos executivos à moda...» E explicam que não foi difícil, as redes sociais estão carregadas de selfies portanto foi ir lá buscar!

Quase nem vale a pena dizer mais nada, que a história é magnífica!

É na verdade um estudo sociológico tecido com fios de História. Interessantíssimo.
E, gosto de dar relevo a isto, porque tudo se passou numa "vulgaríssima" (?) Escola Pública. Uma escola normal, com professores normais e alunos normais. Porque nos últimos tempos, tem-se falado muito, com o apoio destacadíssimo da comunicação social, de uma situação no mínimo original: haver empresas privadas, no caso vendem ensino mas poderiam vender outra coisa, que se sentem no direito de exigir que o Estado cubra os seus prejuizos. É curioso porque os defensores do sector privado e da livre concorrência, enchem-nos os ouvidos com velhíssimos clichês sobre a melhor qualidade de gestão no privado. A conversa é já velha, os gestores privados como-têm-de-prestar-contas-aos investidores têm uma gestão de excelência. Hmmmm... Estranha-se então que precisem de ajuda das finanças públicas para subsistirem (ou será para ganhar mais?)
Ora é certo que o Ensino Público tem dificuldades. Tendo de cobrir o país todo é desigual, decerto. O universo é enorme e há escolas boas, más, péssimas ou excelentes - há de tudo. Há boas instalações e outras a cair de velhas. Há professores de primeira água e decerto outros que não sentem lá grande vocação. Há muitas faltas, nem sempre os professores são colocados a horas, há pouco pessoal auxiliar, as últimas mudanças obrigam os professores a gastar horas e horas em vez de estar a preparar as suas aulas estão a escrever relatórios e informações e estatísticas. Como escreveu o Conselho Nacional de Educação «O tempo dos professores deve ser ocupado no processo de ensino e não em burocracias» Tudo isso é verdade. 
Portanto o que será natural e lógico é que se queira um investimento maior no Ensino, de modo a melhorá-lo. Lógico?
Parece que não. Algumas cabecinhas pensadoras consideram que o lógico é a pérola que saiu da boca da Assunção Cristas - se há deficiências no ensino público então o Estado deve investir no privado. Nem mais!!!
Por isso chamei aqui o exemplo desta escola pública que ganhou este concurso tão imaginativo. Yes, we can! dizia o Obama. Pois podemos, temos qualidade, temos vontade, vamos melhorar ainda mais se investirmos a sério.

Nesta Escola que é de todas as cores do arco-íris.


Cereja

quarta-feira, 8 de junho de 2016

«Era proibido sacudir o pó»

Acabei de ler, lê-se num instantinho, um livro chamado apenas Proibido

Livro engraçadíssimo. Porque o autor escreve com muita graça mas duplamente engraçado porque o tema presta-se ao humor. Bom, presta-se ao humor porque se passaram 50 anos e do ponto de vista de 2016 o que ali se narra dá mesmo vontade de rir hoje, na altura dava era raiva!...

No Proibido, António Costa Santos lembra 20 casos de proibição antes-do-25-de-Abril, situações inacreditáveis para um jovem de hoje. E útil porque se a licença de isqueiro é já muito falada por ser inacreditável, desconhecem-se outras como ser proibido dar beijos em público... (ai o pudor!) Achei engraçado porque me tinha esquecido completamente uma outra proibição, que ainda deve estar em vigor, e foi bastante famosa devido a caça à multa que então se fez.
Portanto venho relembrá-la: a dona de casa que passe um paninho pelos seus móveis para remover o pó que lá se acumulou não o pode sacudir à janela porque esse pozinho vai conspurcar a calçada. O polícia que a apanhe em flagrante, sobe a escada e pode multá-la em 8 escudos, o que nos anos 50 era dinheiro! 
Enquanto escrevo isto medito no estado actual do passeio por debaixo da minha janela, onde vejo pacotes de batata frita vazios, a esvoaçar ao pé de cocó de cão, uma embalagem de iogurte, papelinhos de facturas junto de cascas de fruta, enfim o rasto habitual de uma rua incívica, onde parece que um saco do lixo se rompeu e veio a espalhar o seu conteúdo ao longo do passeio... E imagino, com um sorriso amarelo, que uns gramas de pó não alteraria o panorama. 
Mas o que achei mais graça foi sobrepor a imagem do paninho agitado para soltar o tal pó e a actualidade onde não se admite essa operação de asseio doméstico sem um produto, de preferência com spay, para o-pano-agarrar-o-pó. Porque sem isso nada feito! Recordo ainda há pouco uma amiga referir que a senhora a quem ela paga para lhe fazer as limpezas se zangou - tinha acabado o ***** - um desses produtos - e sem isso não se podia limpar o pó! 
Sacudir o paninho??? Olha que ideia! Ainda apanho uma multa, olha lá!?!


Cereja

terça-feira, 7 de junho de 2016

Brincar tem modas



Jogos.
Brincar, um acto tão simples e tão universal, todas as crianças brincam e  como bem sabemos até os animais também brincam. Quem não sorriu  ao ver um gatinho a correr atrás de uma bola? É expontâneo, nem é necessário ensinar-se. Mas tem também bastante influência social já se sabe! As brincadeiras variam conforme os países, os continentes, os diversos lugares, e variam também ao longo da História. Sabemos e verificamos isso ao vivo - quem é mais velho recorda-se de brincadeiras que desapareceram e é olhado com surpresa pelos netos que não concebem como o avô não percebe como se joga no computador ou telemóvel... (Uma experiência: escrevam no 'google imagens' a palavra jogos. Muito bem. O que aparece? Ah pois... )
Contudo posso testemunhar que há ainda muitas crianças que se divertem imenso com os familiares jogos de tabuleiro, esses que fizeram a delícia dos avós, os jogos de sempre, os nossos jogos «Majora» que voltam agora. Não é saudosismo piegas, eu sou mesmo de opinião que este tipo de jogos terá bastante sucesso até entre miudagem. Afinal permitem uma interacção que os jogos de computador afastaram um pouco, uma vez que nos outros é suposto haver uma distância... Oxalá a empresa tenha sucesso!






Cereja

segunda-feira, 6 de junho de 2016

A obsessão pela 'boa forma'


Volto frequentemente aqui à «vaca fria» das questões alimentares. Não é que a mim me rale muito, com sinceridade não me rala mesmo nada em relação a mim mesma ou aos meus familiares - a alimentação na minha casa é sensata, saborosa e saudável, mas não posso assobiar para o lado quando é notório que a obsessão com a boa forma (??) e a alimentação consomem nos dias de hoje um tempo e dinheiro completamente exorbitantes.

Chamou-me há pouco a atenção a notícia de que se gastam 75 milhões de euros com produtos para se ficar em forma. É muito euro!!! E esse volume de vendas pode explicar um pouco porque aparecem tantos estudos, investigações, conselhos, análises, e todos os jornais, revistas, para não falar nas redes sociais, andam recheadinhos de conselhos sobre o que tomar ou não tomar para ficarmos lindos. Que enjoo.

A semana passada a revista Visão trazia um artigo onde se fazia referência a uma nova doença mental (?) falava-nos sobre a ortorexia, que vem destronar as anorexias e bulimias mais nossas conhecidas. Citava-se o caso de algumas pessoas que só pensavam em comida, o que era uma canseira... Olhar para o prato e não ver comida, ver calorias - e vitaminas,  sais minerais, etc. Gnhac... Existe afinal essa ortorexia, o demasiado saudável


Mas com um nome de doença a confirmar o que o bom senso nos dizia baixinho já nos sentimos mais justificados. Ou seja, quem come um bocadinho de tudo, apenas porque sabe e cheira bem, porque aprecia a sua consistência e sabor, mas sem analizar antecipadamente o seu efeito no seu organismo, afinal é muuuito saudável!
Ainda bem.


Cereja

domingo, 5 de junho de 2016

Sobre os meninos «queixinhas» e outras reflexões

Tem causado algum reboliço nas redes sociais uma história de facto estranha ou impressionante, como se preferir. Na América (where else?) um menino de 5 anos fez queixa do pai à polícia por ter passado um sinal de trânsito
Oooooh!
Para alguém que esteja agora a ler e milagrosamente não tenha visto ou lido a história, resume-se em poucas palavras. O 911, número de emergências, recebeu uma chamada onde uma voz de criança dizia «O pai passou um sinal vermelho. É uma carrinha preta. É um carro novo, é da minha mãe». Parece que o operador sensatamente pediu para falar com o pai que se riu e pediu desculpa. Poderia ficar por ali, mas a Polícia achando graça contou numa rede social, e uma estação de tv decidiu entrevistar o menino de 5 anos. Na 'entrevista' ele declara que «queria que o pai fosse multado porque os condutores têm de abrandar no sinal amarelo e parar no vermelho»

A história é esta. Provava-se que aos 5 anos a criança conhecia algumas regras importantes do trânsito (embora não todas, parece que naquele exacto caso não havia nenhuma infracção, era das poucas situações onde se podia passar com vermelho...) e não se ralou em denunciar uma pessoa que lhe devia ser querida. E nas nossas redes sociais apareceu um coro escandalizado comparando o Robbie aos jovens nazis que denunciaram a família.

Para mim é um enorme exagero. E, porque vejo muita coisa sob o foco educativo, acho que o erro dos pais não foi terem virado à direita num sinal vermelho e sim permitirem a chamada do seu rebento.
A famosa permissibilidade da educação actual. Concordo, e acho que é muito correcto que uma criança bem pequena saiba utilizar um número de emergência. Mas... Mas deve também saber que aquilo é um número de emergência, para usar numa grande aflição, obviamente não com um adulto responsável ao lado. Seria 'normal' que os pais ao verem a criança apoderar-se do telemóvel perguntassem «o que vais fazer? larga isso» e insistissem em perceber o que levava a tal acto. E, sabendo, naturalmente o impedissem. A liberdade de uma criança não é igual à de um adulto, há regras que deve cumprir. Houve ali uma falha grande dos valores familiares.
Por outro lado vem a tal delação que tanto incendiou as nossas redes sociais. É feio. Fazer queixinha, acusar alguém a um superior é antipático, e se os pais ou professores aceitam sem questionar nada podem estar a reforçar um comportamento errado. (mas por outro lado é importante analisar o que se passa de facto de modo a evitar situações de bulling um flagelo actual) 

Ou seja, bom senso. A César o que é de César. Primeiro, um menino de 5 anos deve sentir que «quem manda» são os pais. Segundo, uma criança deve avaliar quando se justifica uma queixa ou quando não passa de uma queixinha, sob o risco de passar a ser odiado pelos colegas. Nenhum pai gostaria disso.



Cereja



A culpa é do facebook!!!



Pronto!
Dei-me agora conta de que tenho o blog «parado» desde meados de Janeiro. Ooooooh! Nem queria acreditar.
Não vou relembrar de novo os anos de oiro da blogosfera. Comecei nesta brincadeira há mais (bastante mais!) de 10 anos. Vendo bem, a plataforma onde se situava o meu primeiro blog, já nem existe, imagine-se. Claro que nessa época não existiam redes sociais, embora pareça impossível aos que hoje em dia estão viciados nessa coisa, e mesmo através do telemóvel estão permanentemente 'ligados'. E o blog era uma forma de convívio, um neandertal dos twitter e facesbooks. Um diário como o nome dá a entender, mas público. Era engraçado, e eu fui uma grande utilizadora.
Adiante.
Com a chegada do facebook, algumas das coisinhas que escrevia no blog faziam muito mais sentido aparecerem no face. Muitíssimas vezes eu escrevia uns posts pequeninos com o link para uma notícia que comentava num parágrafo. Fiz muito disso. Se forem espreitar  o velhinho Pópulo verão imensos casos desses, ora isso é método facebook. 
E pronto. Como lá sou visitada por muito mais gente, e a interacção é imediata, o ciclo fecha-se - escrevo tenho feedback, volto a escrever, visito os outros, e esqueço-me das cerejas que cultivei com tanto amor....
Mas vou voltar. Há coisas que se escrevem de um modo diferente aqui, e vou deixar de me ralar se fico a falar sozinha. Querolásaber!


Até já.

Cereja