quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Livros (importantes)

Passear na net é um desporto que pratico irregularmente. De vez em quando dá-me um amok e passo umas horas saltando de link em link (como o tal elefante de nenúfer em nenúfar...) e descobrindo coisas novas. Sobretudo o twitter a que aderi há uns tempo e pratico quase que só como bisbilhoteira, sem participar lá muito, vai-me dando imensas sugestões.
Ontem encontrei num blog de um amigo virtual que conheço através de outro amigo virtual que conheço através de outro amigo virtual – e fico por aqui para resumir a história – uma rubrica muito interessante.
Chama a atenção, não é?
Adivinhamos logo que não é o que parece. O verdadeiro livro que-não-se-devia-ter-lido simplesmente esquece-se, ou deixa-se a meio. Aquele que por qualquer forma nos incomoda, deve ser lido. Mesmo que seja para o contradizer.
Evidentemente que o que o autor quer dizer é que se trata de livros que não esquecemos, que nos marcaram de qualquer modo, que até influenciaram a nossa vida.
E é muito interessante a lista que por lá aparece, de Musil a Kafka, de Shakespeare a Virgílio Ferreira, livros que vão das Mil e uma Noites ao Principezinho. E, sobretudo o interessante é que se fala não apenas do romance em si mas da forma como o leitor «encontrou» o livro e o efeito que lhe causou.
Gostei muito da ideia.
E inevitavelmente que começo a pensar nos «meus livros». É interessante reparar como ao longo da vida tantos houve que foram muito importantes mas depois se desvaneceram... Sorrio ao pensar que talvez o mais importante ( e aquele que devia mesmo ter lido!!!) foi o primeiro de todos. O primeiro livro que li sozinha, chamava-se «A burrinha toleirona» da colecção Joaninha, uns livros pequeninos de uns 10 centímetros de altura. Na adolescência adorei um romance que as raparigas da minha época liam, «O Romance de Isabel». Ao entrar na faculdade Sartre e sobretudo Simone de Beauvoir e Os mandarins que (creio) decidiram a minha escolha profissional.
De facto os livros que não devia ter lido, que em grande parte alteraram a minha vida, são vários. E ainda os que gostei simplesmente porque gostei. Porque estão bem escritos. Porque o tema é importante. Porque as emoções que descrevem são as que também sinto. Porque são um desafio à imaginação. Porque os li no momento certo.
Porque... porque... porque...
Eu sei lá porque é que se gosta de um livro. Nem sei também porque os guardo religiosamente cobrindo as paredes até ao tecto e enchendo-se de pó. Mas é o meu passado, e quem deita fóra o passado?...





Cereja-com-pé

7 comentários:

Anónimo disse...

OH! Fico envergonhado, estive aí uma semana sem passar por cá ( e pelos vistos quem costuma passar pelo Cerejas habitualmente também fez gazeta!) e não comentei 2 ou 3 posts...
..........
Começo por aqui, que é o de hoje:
Segui o teu link e tem piada a ideia do André blogger, quero dizer o modo como lhe chamou. Quem não tem livros que em certa medida lhe modificaram não direi a vida mas o modo de a encarar?... tem piada a menina Cerejinha e o seu livro da colecção Joaninha. Eu era mais a Tonecas, lembram-se ? E depois a os livros de rapazes, já não sei bem acho que era a "Biblioteca dos Rapazes" E o Sandokan o Tigre da Malásia!!!

Joaninha disse...

Também adorei o Romance de Isabel da Berthe Bernage. Era mais conhecida pelos romances da Brigitte (uma série interminável) mas os da Isabel era bem superiores na minha visão!
..........
E realmente tive 2 ou 3 livros que mexeram muito comigo. Não ao ponto de alterar a minha vida mas...

saltapocinhas disse...

também lia a berthe bernage e toda a biblioteca das raparigas (e também dos rapazes...)
e também tenho uma relação grande e possessiva com os meus livros. guardo-os todos e só os empresto a 2 pessoas de extrema confiança.

André disse...

Fico então à espera da tua colaboração! E quem disse que não pode ser sobre um livro que já tenha sido «escolhido»? :-)

Abraço.

cereja disse...

Bom dia André! Vou mandar, sim. estou um tanto indecisa, sabes... :) mas é na escolha. Porque depende da época da vida, como ali disse no post, por exemplo a Simone de Beauvoir foi decisiva mas depois outros livros o foram. Ou antes. Mas vou colaborar sim senhor porque achei a ideia gira.

cereja disse...

Saltapocinhas, farto-me de pensar isso (que só os devo emprestqar a pessoas de confiança) mas depois empresto-os de facto e nunca mais voltam muitos deles.
A biblioteca das raparigas e dos rapazes era um manancial!!! E, mais pequenina, era a colecção azul da Condessa de Ségur e do Pequeno Lord e a Princesinha, lembras-te? Ainda os tenho. :)

Zorro disse...

Não passo por aqui há séculos, Cerejinha. Sorry! :(
Um post muito à tua maneira.
Fui espreitar o blog do André e gostei. Muito diferente deste, é claro, mas atractivo.
Quanto a livros que nos marcaram isso é uma longa história. Quem os não teve?...