quinta-feira, 8 de maio de 2014

Distância

Acontece-me de vez em quando.
E, por mais velha que esteja tenho sempre uma reacção infantil de desapontamento. Farto-me de "ensinar" aos outros como devemos saber resistir à frustração, e quando me cai em cima faço beicinho e parece que fico com 5 anos outra vez.
Como toda a gente, ou quase toda a gente, tenho amigas de infância ou quase. Amigas verdadeiras, amigas do coração. Mas que muito, muitíssimo antes desta actual surto migratório por escolhas todas elas diferentes, imigraram, ou mesmo as que estão em Portugal vivem agora tão longe que uma visita é quase ir ao estrangeiro. 
Claro que quando nos encontramos o tempo parece voltar atrás. Os laços são muito fortes e apertados e na maioria das vezes até parece que se continua uma conversa apenas interrompida por instantes.
Mas, de vez em quando, a realidade agarra-me pelos ombros e dá-me um abanão. É claro e previsível, que a distância material e física faz com que pequenas coisas passem a ser mais importantes para uma do que para outra. Que as prioridades não sejam já as mesmas. Que os interesses não coincidam tão exactamente como no passado. Normal.
Mas o que fazer quando reconheço que afinal não posso visitar uma delas como tinha planeado porque ela vai estar ocupada em todas as minhas possíveis datas? Ou quando as dificuldades financeiras de outra são tão diferentes das minhas que já não sentimos o mesmo?  Ou quando há amigos que já não são amigos comuns? Ou...
Distância física que com o tempo se torna distância psicológica. É a vida? Odeio essa frase!!!
 
É certo que há ainda quem resista a essa dupla distância como acabo de confirmar com o telefonema que acabo de receber e isso dá-me ânimo para relativizar tudo.
Amigas para sempre!





Cereja

2 comentários:

Joaninha disse...

Hmmm...
Um post agridoce. Começa com alguma amargura e depois acaba bem. :)
Um abraço!

saltapocinhas disse...

Eu tenho amigas de infância (ou melhor, uma amiga), mas moramos relativamente perto.
podemos passar muito tempo sem nos falarmos, mas quando o fazemos é sempre como se tivéssemos falado na véspera.
mas há amigos que ficam lá numa época e não dá para continuarmos amigos.