sábado, 10 de maio de 2014

A culpa é daquele menino!

Pela enésima vez, os senhores do governo repetem um truque. Acho-lhes uma graça! Acharia muita graça se não fosse tão sério!
Ora bem:
Vamos imaginar um estádio de futebol repleto de espectadores. Jogo muito importante, muita emoção. Um jogador avançado, pega na bola com as duas mãos e atira-a para a baliza onde entra. Gooooolo! Os jogadores aos pulos, abraçam-se porque ganharam. O árbitro desata a apitar, priiii! priii! não é nada golo, foi com as mãos! Ora, diz o jogador, então não entrou na baliza?! Ganhamos porque a bola está lá dentro, não seja antipático. Não ganharam nada, repete o árbitro. As regras do jogo não são essas. Quero lá saber! vocifera o treinador, mudem mas é as regras, assim não nos deixam ganhar, a culpa desta derrota é do árbitro!
OK.
O árbitro chama-se Tribunal Constitucional. As regras do jogo chamam-se Constituição da República, elaborada por uma Assembleia Constituinte, eleita por sufrágio universal. Quando o governo e os partidos que o sustentam marcam um golo com a mão não é válido, não por birra do árbitro, mas porque não respeitam as regras a que estavam obrigados.
O que faz alguma impressão é que a época já vai adiantada, foram vários os golos anulados por fora de jogo ou não cumprimento das regras, mas o treinador insiste na fórmula tentando que os seus adeptos se ponham todos contra o árbitro.
Para os que conhecem bem as regras do futebol, a coisa não pega. Mas quando a emoção partidária futebolística é grande e a bandeira agita-se tanto na bancada que nem se vê bem o que se passa no campo, então os adeptos quase lincham o árbitro.
A culpa é dele.
Foi ele! Foi aquele menino que é mau.
Buáááá!!!!




Cereja


2 comentários:

Anónimo disse...

A imagem é boa e todos percebem assim....

cereja disse...

Obrigada, amigo anónimo... :)