quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma fábula moderna


Esta história espantosa passou-se há cerca de um mês.
Uma amiga minha vive num prédio que tem um enorme terraço. Ela tem vários projectos para o arranjar, mas há sempre urgências «mais urgentes» e portanto aquilo está mais ou menos vazio. Desde há uns tempos que tem aparecido por ali uma gata, que pertence a um vizinho mas deve achar que ali tem mais espaço para correr e se espojar. E a minha amiga sempre lhe vai dando qualquer coisita que sobrou do seu jantar e nem sei bem se já se deu ao trabalho de ter uma lata com comida de gato para Sua Excelência.
Acontece que certa tarde, ela lá apareceu, com miados e ronrons, mas não havia nada de comida. A minha amiga explicou –Hoje não há! A gata, nada. Insistia. E recebia a mesma resposta, «não há! Não tenho nada!», até que já um tanto farta vai até à cozinha, com a gata, atrás abre o frigorífico e explica: «Vês? Não há! Hoje não tenho nada
A gata meteu o rabo entre as pernas e foi-se embora.
Meia hora depois enquanto a minha amiga se ocupava com outras tarefas sentiu algo roçar-lhe as pernas: Era a gata que lhe vinha pôr aos pés um pombo que tinha ido caçar.
Era a sua contribuição para a miséria daquele frigorífico!!!

Pé-de-cereja

8 comentários:

Mary disse...

Oláááááá´!
Alguém me disse que tinhas voltado.
Um abraço e bons posts.


Mary

pé-de-cereja disse...

Olá Mary.
Não sei como soubeste tão depressa, mas fico contente que me visitem (é o que dá graça aos blogues, sobretudo este que pretende ser mesmo uma sucessão de conversas...)
Um abraço

Anónimo disse...

A história é giríssima e o gato que escolheste consegue ter expressão condizente de dó pela pobreza dela...
Hihihihihi!

felismundo disse...

Ora bem, cá estou eu a retribuir a visita.
Pelos vistos já somos conhecidos, pois os amigos são comuns.
As conversas são como as cerejas e nós cá voltaremos, pera atirar os caroços para quem os merecer.
Um abraço.

cereja disse...

Olá, amigo!

Era mesmo essa a minha ideia, ao escolher o título do blog - «as conversas são como as cerejas» e é essa uma das suas graças - não serem planeadas ou tratava-se então de doutas exposições teóricas, com muito menos graça e sem a mesma participação.
Retribuo o abraço e vamos ver se mantemos as nossas portas abertas por mais algum tempo.

Anónimo disse...

E quem disse que gatos são egoístas, não é mesmo? (eu, particularmente, acho isso;))

bjs

cereja disse...

Olá Mirian-Senhora!
Que bom teres descoberto este blogzinho tão depressa... Os gatos são mesmo inteligentes!!!

if disse...

Fábula deliciosa esta! Gato grato e companheiro este.
Já tinha saudades tuas, meu pé-de-cereja!