quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Falta de respeito (pelos utentes)?


Costumo ouvir rádio enquanto almoço. Ontem fiquei a ouvir distraidamente as conversas que se seguem à notícias. O tema, discutido tipo mesa redonda, interessou-me porque focava o alvo de muitas queixas minhas – o exagero de avarias nas escadas rolantes e elevadores do Metro de Lisboa. Quem costuma utilizar esse transporte já sabe que é muito bom e prático a parte dos comboios, propriamente ditos, mas mesmo as estações mais modernas sofrem de avarias constantes nos «mecanismos de apoio» a quem tenha falta de mobilidade.
Que as coisas avariem, é normal. Faz parte da sua condição. Mas custa-me entender que avariem tanto e sobretudo que levem dias, semanas, meses, a serem consertadas!
Não fixei, porque como disse estava a almoçar e não tinha ali papel e lápis, mas fiquei com a ideia de que neste momento, entre elevadores parados, escadas bloqueadas e passadeiras que se tornaram simples corredores, o «nosso» metro tinha cento e quarenta e tal casos.
Quantas estações existem? Assim por alto creio que umas 50, o que significa que ou todas têm avarias ou algumas delas têm  quase todos os equipamentos estragados.
E o impressionante, como disse, nem  é a questão da avaria em si, é o tempo que leva a consertar!!! Recordo um elevador da estação da Alameda, que seria muito útil por vai até ao cais, mas que por cada mês de funcionamento temos de suportar uns 3 ou 4 meses de paragem. Nem vale a pena contar com ele.
Mas essa interessante mesa redonda deu-nos também a versão do Metro. Afinal tudo se resume a que eles quiseram fazer as coisas bem feitinhas, e portanto abriram um concurso internacional. Ora todos sabemos que um concurso internacional leva muuuuito tempo, não é?
A culpa portanto não é da administração do metro, é da demora dos concursos. A tal burocracia.
E devem achar que os utentes são uma cambada de palermas.
Porque quando os arquitectos ou fosse lá quem fosse, fizeram o desenho das estações via-se claramente que iam usar escadas rolantes e elevadores. E também era evidente que essas coisas necessitam de manutenção. Não era normal que abrissem esses famosos concursos internacionais nessa altura? De modo a poderem dar resposta correcta e em tempo útil assim que aparecesse a primeira avaria?
Não. 
Estão agora (?!) à espera do resultado do concurso, e os elevadores a enferrujarem.
Inteligente, não é?

Pé-de-Cereja


6 comentários:

Anónimo disse...

Creio que isto podia ser uma fábula que definisse os responsáveis dos nossos dirigentes. Fazem-se concursos o que é muito democrático e correcto, mas fica-nos sempre a sensação de que anda tudo viciado e que já se sabe quem s ganha.
E depois, depois de se saber quem é responsável pela boa manutenção desses equipamentos, haverá coimas para os atrasos? Seria correcto que depois de se dar o alarme que um equipamento não funcionava acorresse de imediato uma equipa que os consertasse. Será??? Huuum....

cereja disse...

É muito irritante, King.
Gente idosa que tenha dificuldade em subir e descer, pessoas com cadeirinhas de bebé,, a verdade é que o metro tem ainda muitas estações onde não há nenhuma ajuda, mas quando há, é uma grande falta de respeito pelas pessoas demorarem aquilo que demoram a por tudo a funcionar ... até à próxima!!!

Joaninha disse...

Pode parecer um tema «menor» mas eu não acho.
É que quando tudo corre mal, como está a acontecer ultimamente, até estas coisas, que podem não ter grande importância, moem!
E é sinal de grande desleixo, deixar-se para a última essa coisa dos concursos. Os 8 anos que levaram a fazer a ligação Alameda - S. Sebastião devia dar para uma dúzia de concursos!!!!!

cereja disse...

Realmente ou o tema só tinha interesse para mim (e para o King e Joaninha) , ou esta coisa de escrever só de vez em quando, não atrai leitores.... Tenho de repensar no caso! :)

shark disse...

(se calhar os teus leitores são pessoas abastadas que só circulam de automóvel...)
:)

josé palmeiro disse...

Primeiro, "Pé-de-Cereja", gostaria de te dizer que é um assunto que interessa a muita gente, ou devia interessar a não ser que, como diz o "Shark", andem todos de automóvel.
Há duas semanas que ruma à capital, para as minhas consultas e desloco-me de transporte público, por isso constato o que dizes e confirmo, na íntegra as queixas feitas. Tudo, desde os concursos, até à obra feita, é uma farsa, com o maior desrespeito pelos utentes, sejam eles novos, velhos, com ou sem saúde.
Quer parecer-me que este escrito entra pelo seguinte adentro, refiro-me ao das "verdades e das mentiras"!!!