segunda-feira, 11 de julho de 2016

Auto-estima, amor próprio, e mais umas coisas...


Hoje, dia 11 de Julho de 2016, é difícil para quem é português falar de outra coisa que não seja o resultado da final do «euro 2016»

Exagero?
Claro que sim. E então?....
Há pessoas, ou classes profissionais, ou países, ou raças, que são por feitio fanfarrões. Consideram-se os-melhores-do-mundo e não perdem ocasião de o dizer. Um pouco irritante, mas sabem o que eu quero dizer e facilmente encontram cabeças onde encaixam esta carapuça. Cabeças de um tamanho acima do normal, claro, mas as carapuças costumam alargar com facilidade.
Digamos que tem uma auto-estima desajustada. E naturalmente existe também o inverso... Pessoas que sentem que os olhos dos outros os vêem com poucas qualidades, imaginam comentários trocistas, não sabem afirmar o amor-próprio.
Mas quando se trata de pessoas, casos individuais, é uma pena, pensamos que deveriam procurar apoio psicológico para ultrapassar essa questão, mas paciência; o complicado é quando esse conflito 'interior' (?) se passa num colectivo, porque a luta interna é terrível. Quero eu dizer que, de uma forma geral, entre o que se passa internamente e o reflexo social pode existir um profundo contraste. Um determinado profissional pode saltar que nem um leão se alguém de outra profissão critica um seu colega, mas se estiver no meio de um grupo da mesma profissão é o primeiro a apontar os defeitos e escandalizar-se.
Portugal como nação é um pouco assim. Fica (e muito justamente!!!) zangado quando um estrangeiro qualquer lhe assaca características estereotipadas negativas. Nem vou aqui fazer a lista do que se costuma dizer porque começo já a ficar irritada :) . Contudo, entre-nós-próprios censuramo-nos amargamente apontando montes de defeitos, ou seja também nos «catalogamos» como povo. É irritante. E infelizmente há poucos momentos onde sejamos olhados de fóra de uma forma que permita orgulho. Houve a luminosa revolução de Abril, que se situa num patamar muito alto, mas de um modo mais comezinho passa-se pouco que faça o resto da Europa olhar para nós.
Portanto, não censuremos os excessos da alegria da vitória da selecção portuguesa, façam favor. Uma subidazinha na nossa auto-estima só pode fazer bem. E que isso sirva de balanço para enfrentarmos outros desafios!



Cereja

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