domingo, 31 de julho de 2016

A metade da humanidade


Quem nasceu e vive no Primeiro Mundo tem tendência a sentir como exagerada ou pelo menos relactivizar a luta pela igualdade de género. Reconhecemos que os direitos de oportunidades não são ainda iguais entre homens e mulheres, que os salários nem sempre são iguais, que a sociedade tem exigências diferentes conforme o género, mas como se conhece o caminho percorrido desde as primeiras sufragistas até à actualidade essa luta parece já quase vencida.
Mas há o Primeiro Mundo e ... os outros Mundos! Basta imaginarmos que tínhamos nascido num país onde a Charia é a Lei, para sentirmos um arrepio. Que pesadelo. Aliás ser-se mulher em muitos países do oriente também não é destino fácil.
Mas o horror pior passa-se em África. Desde logo a tortura horrorosa da excisão praticada ainda hoje em África ou na Ásia. Uma tortura inacreditável a meninas indefesas com a finalidade perversa de evitar que ao crescer possam ter prazer sexual... Só isso.
Mas há mais. 
Li ontem uma outra história de arrepiar,  de horror. Há homens que têm um trabalho com que nem o marquês de Sade sonhou: é um violador pago! E parece que vive bem. Pagam-lhe para violar meninas virgens, depois de terem a primeira menstruação. É para ficarem «limpas». A reportagem da BBC refere: «As crianças que passam por este ritual são, muitas vezes levadas pelos pais. [...] o violador recebe entre 3 a 6 euros por cada limpeza» Ele diz que de início fazia de forma voluntária, mas que agora ganha assim a vida, e até escolhe as que quer deixando as outras para outros...
É cultural?! Como é possível encarar-se metade da população de uma tribo, imaginando que isto se passa apenas numa tribo do Malawi, desta forma? Se é mulher é suja e tem de ser «limpa»? E a limpeza é assim?
Daqui até se chegar à igualdade o caminho é tão longo que parece vivermos noutro planeta. 


Cereja


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