sábado, 31 de janeiro de 2015

Professores e formadores

Muito interessante fazer o paralelismo entre professores (que estão muito nas últimas notícias) e formadores que podem ser vistos como  professores de luxo
Como toda a gente que lê ou ouve notícias sabe, recentemente os alguns professores submeteram-se a mais uma prova de avaliação  com maus  resultados, caso muito badalado. Os jornais foram mostrando algumas das perguntas com mais falhas nas respostas, o que num certo sentido foi bom para a imagem dos professores porque as perguntas pareciam realmente muito difíceis (digo eu, que recebi alguma formação académica mesmo que desactualizada).  Mas enfim, esta guerra entre professores e os seus críticos já vem de longe, os críticos a olharem apenas para o horário docente e considerarem que é uma classe que trabalha pouco e ganha muito, os professores a sentirem-se desclassificados, sem local certo de trabalho e até sem nenhuma certeza de trabalho. E uma profissão cada vez mais exigente e mais severamente avaliada. Mas isto tudo é o ensino formal, o académico.
Porque existe um outro ensino. Há também quem, por dominar bem certas técnicas profissionais, seja chamado a ensinar, ou antes a formar. E aí os critérios são muito mais permissivos, apesar de formalmente cada um destes 'especialistas' ter tido uma formação-para-formadores. Mas neste grupo cabe tudo desde: 
a) Há anos conheci um local onde 'formavam' jovens com alguma deficiência ensinando a trabalhar numa cozinha, ou como sapateiro, ou carpinteiro, ou em limpezas, ou jardinagem, etc. Os 'professores' eram profissionais dessas áreas, com bom-senso (ou nem por isso) e com uma vaga supervisão. Ganhavam pouco, que aquilo era tudo pobrezinho, mas não tinham absolutamente nenhuma formação nem se lhes exigia nada. Afinal iam ensinar como se descascava batatas ou mudava a terra de um vaso...
z) Formação em áreas específicas de saúde mental. Por exemplo «terapia de casal», ministrada em seminários a especialistas em terapia familiar por colegas com mais conhecimentos e mais prática nessa área.
Tudo isto é formação/ensino, do mais elementar ao mais complexo, mas questiono como resultaria a aplicação aos formadores a rede de perguntas a que os professores foram submetidos...
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Desde há anos que os Centros de Emprego, sobretudo, promovem formações. Imagino que sejam obrigados a isso. Só não consigo é imaginar também quais os critérios. Há uns cursos pequeninos para ensinar a apresentar-se a uma entrevista, a elaborar um currículo, enfim não se aprende como trabalhar melhor mas como vender a sua imagem. OK. E ensinam línguas, que aplaudo vivamente, ou então uns cursos não em áreas onde o mercado tenha faltas (e que áreas são essas?) mas onde existam formadores a quem eles querem dar trabalho.
Estou amarga e de má fé? Não me parece.




Cereja

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