quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Ping-pong macabro


E assim vai a nossa Saúde!
Em relação às notícias de que vou falar tinha começado por pensar no leito de Procusto como imagem, porque tinha ideia de que ele propunha cortar os pés ou a cabeça para ajustar as pessoas à famosa cama. Afinal enganei-me na história e portanto o mais adequado ao que quero dizer é uma velhíssima piada, a do «Ó Zé, compõe-te!» (ver em baixo) , quando com o mesmo tecido insuficiente se quer cobrir duas realidades - se funciona de um lado deixa de funcionar no outro.
A resposta do nosso SNS, sendo boa é insuficiente. Já o sabemos há muito. Uma pessoa «normal» recorre a uma urgência por uma situação que para si é urgente. Está aflito, ansioso, com dores, e qualquer espera já é difícil de suportar. Mas aceita essa espera por ver outros doentes com situações aparentemente mais graves... 
De um modo geral a primeira ideia que se deve ter é recorrer a um Centro de Saúde mas como aí as respostas também são muito lentas e muitas vezes não as há adequadas acabam numa "urgência".
Ou seja, muitas pessoas, como está provado, vão às urgências por não terem resposta no centro de saúde.
É mau.
Claro que deviam ter a resposta certa no local certo, mas defendem-se assim e sei de técnicos de Centros de Saúde que também aconselham a procurar uma urgência...
O pior é quando as Urgências colapsam! Quando a resposta que devia ser 'urgente' implica esperar horas e horas e horas.
Ah é?!

Se a fralda da camisa tapa à frente, destapa atrás. Se tapa atrás destapa à frente!!!
Por favor, aumentem o pano da camisa. Não façam uma pessoa que se sente mal e doente, andar de Herodes para Pilatos à procura de quem o socorra. É desumano, é cruel, é chocante. Nem é preciso chegar ao extremo de alguém morrer na maca horas depois de ter entrado na urgência, mesmo casos mais leves merecem atenção e respeito. Só isso.





* (a mulher, na sala com uma visita, vê entrar o marido vestido com com uma camisa curta que lhe mostra o rabo e grita «Ó Zé, compõe-te» ao que ele obedece inclinando-se para trás, e mostrando as-jóias-de-família, ouvindo de novo «Ó Zé compõe-te!» e inclinando-se volta a mostrar o rabo...) 

Cereja


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