"Jogo do passa-culpas"

“Jogo do passa-culpas já nem como arma eleitoral é útil” é o título de um artigo de opinião de Teodora Cardoso.

Esta senhora é economista do Banco de Portugal. E, obviamente, tem a visão-de-economista-do-Banco-de-Portugal, a visão «macro» como se diz. O que pode permitir avaliar o futuro (será?) mas nem sempre olhar para o presente.

Mas o artigo é curioso, sobretudo porque refere, com bastantes citações, outro que ela escreveu há 10 anos (e 4 governos como ela lá lembra....).

Note-se este parágrafo:

"Uma lição da primeira metade do século XX, que não deveríamos esquecer, é a de ter mostrado até que ponto pessoas na aparência inteligentes, experientes e sensatas podem - na prossecução de finalidades patrióticas - abrir caminho aos populismos mais sórdidos e conduzir os seus países e o mundo a profundezas de sofrimento e ignomínia só possíveis porque a imaginação da gente normal recusou admitir que se pudesse ir tão longe. Esperemos que não sejam tão lúgubres as perspectivas actuais. Mas desespera ver países com a experiência dos europeus incapazes de produzir líderes que, pelo menos, os reconduzam ao caminho que iniciaram há 50 anos".

Isto foi escrito em 2001, ou 2002.

Afinal são mesmo muito «lúgubres as perspectivas actuais»!
Onde estará a luz?...

Pé-de-Cereja