quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Nem sempre sou do contra....

Há uma medida recente sobre a qualtenho ouvido críticas, e desta vez sou eu que não estou do contra 😁
E quando digo tenho ouvido críticas não estou a pensar em redes sociais apenas, embora seja aí, e até entre os meus maiores amigos, que encontre a maioria, é também por todo o lado e ao vivo. Ou em artigos de opinião como a Isabel Moreira ou até, há pouco tempo, a crónica do Ricardo Araújo Pereira na Visão. Ontem no autocarro, e na véspera na bicha da caixa do supermercado. Toda a gente irritada e muito crítica. É o pleno. É a unanimidade.
Fico confusa por dois motivos, é raro ver toda a gente de acordo sobre seja o que for, e também é raro ser a única que tem objecções quando o acordo é total. Na maioria dos casos costumo entrever no meio da generalidade de opiniões unânimes (?) uma ou outra voz que diz «pois é, tem razão, mas...» excepto nesta caso. Estou completamente isolada.
A questão é a famosa norma da «comida saudável» nos hospitais e centros de saúde.
É interessante porque eu até sou uma crítica das mais assanhadas quando o politicamente correcto me quer impor qualquer coisa, quer decidir por mim, não permite que seja eu com o meu livre arbítrio a escolher a decisão certa. Contudo, no caso em questão, sou a tal vozinha que diz «pois é, mas...»
Antes de começar a escrever fiz uma pesquisa e ainda só encontrei a norma relativa às máquinas de distribuição de alimentos, apesar de se falar por todo o lado dos balcões e cafeterias pelo que concluo que a norma já publicada , dos snacks, se estendeu agora a toda a alimentação fornecida nesses locais.
Ora bem, penso não ser discutível que a lista dos produtos que se devem evitar é correcta. Os fritos em muito óleo (croquetes, panados, rissóis etc) as sanduíches de alimentos processados e salgados, os folhados cheios de gordura como tem de ser, os temperos tipo maionaise, ketchup, o açúcar em exagero, cachorros, hambúrguers, pizzas, e por aí fóra ainda por cima vendidos em máquinas não podendo, obviamente, ser frescos... Estamos todos de acordo em como são produtos com demasiado sal, açúcar ou gordura, que deveriam ser evitados, não é? Ah, mas eu gosto muito e não me podem/devem impedir de os comer! 😕
Ora é aqui que eu penso «pois é, mas...»
Não se pode impedir, de modo nenhum, mas também não vale facilitar demasiado!
Aqui o ponto fulcral é venderem-se num estabelecimento de saúde! É esse o busílis. Cada um de nós pode comer ali o que muito bem lhe apetecer, se o trouxer consigo ou for até à pastelaria mais próxima, comprado ali dentro é que não. É assim tão estranho...?
Não tenho a certeza dos produtos que foram saneados, e aceito que tenha havido algum exagero, como muitas vezes acontece, e o exagero deve ser criticado. Mas de fome não se morre - têm sumo de fruta ou néctar, têm iogurte magro ou semi-gordo, tem leite, pode comer pão com fiambre, ou queijo, ou carne, ou atum, ou outros peixes de conserva, e pode comer fruta.
A alimentação é coisa delicada, se estamos num local que existe para tornar as pessoas saudáveis faz sentido não vender lá algo que a longo termo faça adoecer.
Detesto exageros fundamentalistas.
Mas este é um caso específico. tem de se começar por algum lado, e creio que este «lado» faz sentido. O que se come hoje não tem a ver com a louvada dieta mediterrânica, e nas máquinas o que se vê é um fast-food requentado - não obrigada.


a famosa batata de pacote...

Cereja


3 comentários:

FJ disse...

Boa! Fast food requentado está muito bem achado fj

méri disse...

Concordo completamente contigo

cereja disse...

Ufff...Ainda bem que concordas, Méri! receava um pouco a tua opinião, e estava pronta a ouvir outra perspectiva.
Acredita que estava mesmo a escrever e a pensar em ti. Sou muito senhora do meu nariz em questões de pedagogia e crianças, mas aqui entra um pouco na área da saúde, e a sua visão «de dentro» de uma estrutura que eu não conheço, e reconheço que podia estar a faltar-me um elemento essencial. Ainda bem!