quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cá está a Quarta-feira de cinzas

...e sendo assim deu-me um tanto para a nostalgia. :) 
Não aprecio particularmente o Carnaval. Não tenho nada contra. E, sinceramente também não tenho nada a favor. É verdade, aceito que seja bom haver um tempo para descontrair, para disparatar, para se imaginar que é outra pessoa. Porque não? E talvez seja melhor que isso se passe só durante uns dias do que durante todo o ano, o que lhe tirava a graça por se banalizar. Mas, cada vez mais, não me aquece nem arrefece! 
Este ano fiquei um tanto surpreendida porque, como oficialmente não «houve 3ª feira de Carnaval», estava a imaginar que seria um dia como os outros. Ná, quase tudo estava fechado até mesmo lojas importantes. Não sei bem interpretar isso. E nas ruas quase não se via criança que não estivesse mascarada. Ia escrever, melhor ou pior todas estavam mascaradas, mas devo dizer que quase não vi o «pior», todos os fatos que vi eram completíssimos e bem feitos. 
E é aqui que entra a tal nostalgia. 
Revivi o tempo em que me mascarava, no Carnaval. Era criança. E o costume nessa época, pelo menos em Lisboa, era ir-se a uma matiné  que desse um filme para crianças. Havia imensos intervalos, aí de quarto em quanto de hora um intervalo para se brincar. E brincar era fazer barulho e atirar serpentinas, papelinhos e saquinhos. Acho que essa coisa dos "saquinhos" desapareceu (eram uns saquinhos pequeninos, do tamanho aí de uns 3 dedos, que se faziam em casa, cheios de serradura, ou areia, ou qualquer coisa sem valor que fizesse peso) e o resto ainda se atira mas não nos cinemas! No final da sessão, por vezes lembro-me de se desfilar no palco e o fato mais criativo ganhar um prémio. 
Mas isso era no tempo onde esses fatos eram costurados em casa. E a confecção dessas toilettes era uma excitação enorme! Íamos pensando nos pormenores todos, muitas vezes ajudando na medida das nossa capacidades. Recordo um ano em que me vesti de fada ou dama antiga, e consegui que a minha mãe, que tinha uns pés miniaturais, me desse uns sapatos velhos dela que me serviam e (ena, ena!)  tinham um nadinha de salto. Pintaram-se de purpurina e ficaram lindos. O pior foi quando percebi que andar em saltos, mesmo pouco altos, é muito difícil... 
Mas foi uma experiência formidável. Actualmente os fatos vendem-se já feitos, e bonitos. Não dá trabalho nenhum, «basta» ter dinheiro para os comprar. Não é a mesma coisa, pois não. 
Mas desta vez não sei se o regime actual é melhor ou não. No meu tempo talvez investíssemos mais naqueles dias, e participava-se muito. Mas a perfeição da fatiota também é importante, e vi algumas que eram uma delícia.
 E vivam as crianças!
E a sua alegria.
(Há uns 30 anos...
Cliquem para aumentar.)

Pé-de-Cereja

5 comentários:

Joaninha disse...

Poizé!
Mas nesses antigamentes toda a nossa roupa era feita em casa. Claro que os fatos de Carnaval também!
Por acaso havia uns que vinham feitos mas eram os fatos regionais - à minhota, à mulher da Nazaré, ou à holandesa com touca e tudo...
Lembram-se?

Joaninha disse...

Ah, esqueci-me de apreciar a foto.
Era mesmo assim, muito trapalhão mas engraçado. Via-se bem que era improvisado!

sem-nick disse...

Tal e qual cerejinha.
Olha aqui:
País parado
Foi um completo fracasso esta ideia de anular este meio-feriado.

sem-nick disse...

Oooooh!
O link não deu.
Está aqui o que queria dizer:
http://www.dn.pt/galerias/videos/?content_id=2318363&seccao=Portugal

cereja disse...

Mas que engraçado, desde há uns tempos que os meus comentadores escrevem sempre comentários duplos!!! aumenta aqui a lista mas é cómico!
Obrigada sem-nick. era o que eu tinha dito, não é? :) (às vezes os links directos não abrem bem)

Joaninha, a foto é do meu filho... Ele está ali ao meio vestido de sheriff ou coisa assim, o chapéu atirado para trás e o lenço amarelo. Mas repara que todos os meninos estão um tanto trapalhões para o que se usa hoje, não é?