quinta-feira, 7 de junho de 2018

Privacidade


Não sou só eu!
Toda a gente com quem falo se queixa está admirada com esta onda (tsunami?!) de mensagens via sms ou email, de centenas de empresas que vêm declarar que os nossos dados nos seus sites estão protegidos mas pedem que confirmemos a nossa relação com eles e que aceitamos os seus serviços. Ando abismada porque não tinha a noção de que fossem tantos!
Nalguns casos percebe-se. Ontem fui chamada ao balcão do meu Banco, porque nesse caso a minha concordância tinha de ser presencial e tinha de assinar lá um documento. Claro que se entende que um Banco mantenha os meus dados confidenciais, nem imagino que assim não seja, mas se uma empresa qualquer precisa do meu nome, idade, telefone, número de contribuinte, ou morada, eu até aqui partia do princípio de que era para seu uso próprio e por isso lhos fornecia. Se ela decidia vender esses dados, para a publicidade ou calcular-se se eu votaria no Trump [ou Marcelo] isso era um abuso de confiança, um crime. Parece-me simples. Mas não, é bastante complicado, elas têm de nos enviar um relambório de várias páginas escritas em letra miudinha, e temos de assinar e devolver. Resumindo, uma chatice!!!
Pelo que entendo a coisa começou no facebook, Mark Zuckerberg, não protegeu as contas e está a prestar contas disso. Mas espalhou-se nas «redes sociais», o que abrange tudo. A rede social é interessante, tem algumas vantagens. Algumas! Por exemplo podemos dar e receber notícias de pessoas que conhecemos mas, por motivos diversos, estão afastadas. Ou vivem longe, ou não têm tempo para visitas nem sequer para telefonar a horas decentes. E pode-se «conversar» com diversas pessoas ao mesmo tempo, sobretudo no twitter. É engraçado, e usado com bom-senso não compromete.
Mas infelizmente Descartes estava completamente iludido e o dito bom-senso não é nada a coisa do mundo melhor partilhada!!! Deseja-se fazer omeletes sem ovos, escarrapachar sentimentos, falar de situações pessoais abundantemente ilustradas com fotos, dizer muitas vezes o que passa pela cabeça sem pensar 2 vezes (ná, não estou a pensar sequer no Bruno de Carvalho!) até se apagar coisas depois de terem estado à vista, e... depois é uma surpresa virem a confirmar que todos ficaram a saber. 😏
Privacidade. É importante. É muito importante! E entrar nas nossas contas é um crime que não apenas os hackers cometem, como imagino que haja muita gente bisbilhoteira que o saiba fazer. Mas, exactamente por isso, porque sabemos que desde que se publique na net é sempre possível ser desvendado que o remédio é... não o escrever!
Para mim há coisas bem mais difíceis do que evitar escrever algo que queira que fique privado.



Cereja

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