sábado, 9 de junho de 2018

A informação manipulada

Mais uma vez volto à vaca fria. Mas tem de ser, desabafo aqui, tenho mais espaço do que no fb 👿

Quando a notícia encheu as páginas dos jornais e apareceu com relevo nos telejornais, cheirou-me logo a esturro. Apesar de já não andar perto das questões do ensino, conheço crianças, muitas até, e a coisa não me parecia bem. Diziam, em parangonas que 45% dos alunos não consegue localizar Portugal no mapa da Europa, e o coro de indignação percorreu o país, ou pelo menos as redes sociais. Aliás vi variantes desta «notícia» que iam mais longe, usando outros termos: "não conseguem apontar Portugal no mapa da Europa»!. Que vergonha, para os miúdos e para os seus professores, decerto muito incompetentes.
Olhem amigos, eu cá... fiquei com pedra no sapato. 
A coisa não me fazia sentido. Até por motivos corriqueiros, os campeonatos de futebol tão falados, fartam-se de mostrar diversos países e a sua respectiva localização, como é que podia haver engano com o nosso???!!! Os nossos miúdos não sabiam onde ficava Portugal?!
Finalmente, através de uma professora fui esclarecida:
Ninguém pediu que apontassem Portugal no mapa. Pediram o que adiante se transcreve, e de notar que 55% respondeu correctamente, como explicou a professora «sem se atrapalhar com a orientação no espaço, nem a subtil variação na preposição que antecedia os pontos colaterais» Aqui está


E então? Ninguém, adulto, se atrapalhava com o sudoeste e sudeste, este, oeste, noroeste,nordeste...? Mesmo no stress de uma Prova de Avaliação? Era canja?
Hmmm.... Notem que não é saber bem os pontos cardeais, é situar algo usando esses pontos e relacionando-os com um terceiro elemento. Bem diferente de encontrar um país num mapa!
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Só que esta história mal contada, e distorcida, serviu logo para um ataque ao ensino, incidindo as violentas críticas contra o alvo que seria o ensino público.
É triste, não é?
Cereja

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