quinta-feira, 29 de março de 2018

Passarinhos


Gosto de passarinhos.
Não dá para serem animais de estimação para mim. Eu sei que há gaiolas, é claro, mas exactamente por gostar deles não lhes vou fazer a maldade de os manter presos. Então um pássaro!!! Manter preso, seja que animal for, é uma crueldade mas um ser que se pode movimentar em 3 dimensões é para mim de uma crueldade reforçada! Vou-os admirando em liberdade e pronto!
Porém, eu não faço parte de nenhum grupo de observador de pássaros, pelo que não conheço assim tantos...
Mas tenho reparado que a fauna que se pode observar na cidade em que nasci e onde vivo tem evoluído bastante desde que eu era criança. Ou estou enganada e esquecida, ou quando era pequenina via por aqui uns pardalitos, pombos (em quantidade razoável) e andorinhas na Primavera. Não me consigo lembrar de mais variedades...
Mas actualmente, para além dos malfadados pombos que se multiplicaram até se tornarem uma praga (mesmo eu a amiga dos pássaros não os posso nem ver!) começo a ver espécies que possivelmente sempre existiram mas não se dava assim tanto por elas aqui em Lisboa.
Por exemplo as gaivotas. Numa viagem recente ao Porto fiquei admiradíssima com a quantidade de gaivotas que lá observei. Não tinha ideia de que pudessem ser tantas, nunca tinha visto bandos tão grandes a não ser em praias... Achei mesmo graça um dia em que estava a observar num jardim um bando de pombos bastante grande e desviando o olhar vi um bando de gaivotas ainda maior!!! Nunca tal tinha visto numa cidade. Mas quase que de semana para semana vou vendo aumentar por cima da minha casa o número de gaivotas que voam por aqui. Oh espanto! Confesso que me sinto como se o meu terceiro andar fosse uma casa de praia, coisa chic...
E não só. Há um pássaro pequeno que oiço todas as manhãs e não faço a menor ideia como se chama. Como muitas vezes se empoleira no telhado em frente sei que é escuro, tem uma cauda levantada que se agita quando solta uma espécie de chamamento com duas notas. E actualmente há imensos melros, e estorninhos, e vários outros que não conheço nem sei descrever bem. Por acaso as andorinhas é que não vejo tanto, eu que cheguei a ter um ninho delas na minha varanda das traseiras!
Claro que todos estes passarinhos já existiam em Lisboa é claro, não estavam era tão espalhados. E é curioso é que os tais corvos que têm honra de figurar na bandeira da cidade, não se vêem! Em Paris vemos imensos e cá nem um para amostra - ou sou eu que ando distraída.
Mas, por outro lado, decerto que pelas alterações climáticas e produtos que se deitam nas culturas para eliminar os insectos o certo é que os pássaros estão a desaparecer dos campos da Europa, o que não é nada boa notícia. Até porque decerto os que desaparecem do campo não se refugiam na cidade. Vão-se extinguindo, um decréscimo de 55%  como diz a notícia, é gravíssimo. Um quarto das cotovias já desapareceu, teremos de voltar a pedir que não matem a cotovia...!
Nem as outras aves.
Esta é uma causa a que adiro com gosto. Como admiradora de passarinhos, esses seres magnificamente livres, que se deslocam sem limites e até sabem emigrar quando o clima lhes não convém, não podem ser assim dizimados pela ganância humana que lhes retira o alimento ancestral.
Vivam os pássaros!

Cereja

1 comentário:

Johnny disse...

Sou novo e mesmo assim "no meu tempo" quando era mais pequeno não havia tantas como agora.