quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Telefones

A televisão tem destas coisas: o ser possível uma «viagem no tempo» com dois clics sem sair do sofá! Quando falo em viagem no tempo não quero dizer um filme ou uma série sobre viagens no tempo é claro, as histórias de ficção científica é coisa de outro departamento, refiro-me a eu própria viajar no tempo.
As operadoras de cabo oferecem desde há uns tempos um serviço simpático: a possibilidade de gravar os programas que não podemos ver em directo, ou por não estarmos em casa ou por estarmos a ver outro programa nessa altura. É muito útil e eu sou uma cliente que o utiliza bastante. Sobretudo em séries de que gosto mais marco a gravação de todos os episódios e fico descansada.
Ora aconteceu que entre essas gravações de séries tenho duas muito contrastantes: «Person of interest» («Sob Suspeita») e «Maigret» baseada nos romances de Simenon. Um contraste enorme, tendo apenas a unir estas séries o meu interesse, a primeira passa-se no (ainda mas já próximo!) futuro e a segunda num passado que até foi vivido por mim. Ainda vou voltar a falar de cada uma delas em particular porque as acho muito interessantes.
Mas o que achei fantástico foi ontem ter visto um episódio de uma logo de seguida a ter visto um da outra. No 'Sob Suspeita', como se sabe, uma pessoa pode comunicar com outra estando cada uma nos locais mais remotos desde que tenha colocado um auricular, dando a impressão de estar a falar 'para o ar' a quem esteja ao seu lado. Comunicação instantânea e em qualquer lado. Tecnologia. No caso do Comissário Maigret que vi de seguida, Maigret et la maisou du juge se não me engano, a pessoa responsável por uma importante investigação (Maigret) precisa de falar para um posto de polícia na província para algo urgentíssimo, liga para a telefonista de serviço pedindo a ligação e ela informa-o de que vai de ter de esperar meia hora! Ele fica furioso, é certo, mas a coisa é verosímil eu sei!!! Parece-me que se passava na década de 50, em França não era em nenhum país subdesenvolvido!
Eu ainda recordo isto. Se o telefonema não era para Lisboa,   quero eu dizer "se não era local", tinha de se pedir a uma telefonista para efectuar a ligação e demorava o seu tempo. E também sei que, se quiser, hoje posso ligar para os antípodas, por exemplo para Macau para dar um exemplo que conheço, enquanto passeio o meu cão.
Alucinante a passagem do tempo, não é?





Cereja


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