quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Rabugices

Vou criar aqui uma etiqueta para "civismo". Já são tantas as entradas que podem caber nesta categoria que o melhor será arrumá-las todas juntas. A falta de civismo é das coisas que mais me desperta a rabugice. E não gosto nadinha de me sentir rabugenta!!!
Ora bem na berlinda estão hoje "regras de condução" (e regras de estacionamento no caso em questão ) pois é muito curioso que - salvo importantes e honrosas excepções que as há! - o facto de ter um volante nas mãos, ou a responsabilidade de um carro, faz vir à tona o que cada um de nós tem de menos bom. Quando escrevi agora 'excepções' estava já a aninhar-me nesse grupo, mas até eu quando estou a conduzir e me irrito uso termos que nunca utilizo no meu dia-a-dia. Não exactamente palavrões de fazer corar um carroceiro, mas são palavras que nunca digo - a não ser quando conduzo!
O estacionamento é frequentemente visto como um direito absoluto, cada um acha que deve poder parar onde lhe der mais jeito e tanto pior para os outros. A Emel que é tão pressurosa a verificar se ultrapassámos uns minutos o que está no talão de estacionamento, bem podia gastar uns euros nuns litros de tinta e avivar as marcas que definem o espaço destinado a cada carro. Quando isso não está claro é frequente vermos automobilistas que, pelo modo como estacionaram, ocupam o lugar de 2 ou até 3 carros. Ou, a inversa, entalam os outros de tal maneira que não se consegue sair...
E há a questão da "segunda fila".
Agora isso está a ser levado mais a sério nas zonas de estacionamento pago. OK. E no resto da cidade?
O estacionamento a impedir uma saída tem de ser sempre uma situação de grande urgência. Já nos tem acontecido a todos, mas eu quando precisei de o fazer -  raríssimo! - saí a correr, nem fechei o carro e voltei a correr. Ora esta manhã, seriam aí umas 8 e meia oiço uma buzina a apitar vezes seguidas. Vou espreitar à janela. Era o carro de um meu vizinho que queria sair e estava completamente bloqueado. O homem esperou e voltou a buzinar. Esperou e voltou a buzinar. Esperou e voltou a buzinar. Com muuuuita calma, mas mesmo uma calma inacreditável, saiu uma senhora da pastelaria em frente da minha casa. Foi com todo o vagar até ao carro, olhou lá para dentro e tirou qualquer coisa do banco de trás. Com a mesma lentidão voltou à pastelaria onde desapareceu. Uns minutos depois saiu e, com o mesmo passo sereno, voltou ao seu carro pô-lo em andamento, e foi-se embora.
Não era nada comigo mas fiquei a ferver! Esta pastelaria é conhecida por aqui e muita gente vai lá tomar o pequeno-almoço. Muito bem. E também é vulgar quem lá vai deixar o carro mal estacionado o que já não é nada "muito bem", tomar um café não é uma urgência! E quem vive no meu prédio é uma vítima desta proximidade da tal pastelaria, eu também já me tenho aborrecido com isso. Mas a falta de educação desta criatura que nem se deu ao cuidado de se apressar quando viu que estava a prejudicar alguém, é de bradar aos céus.
Como é que se ensina o civismo???


1 comentário:

snowgaze disse...

É daquelas coisas que deviam ser ensinadas na escola (e em casa, mas a escola é um local para todos e onde todos aprendem o mesmo). Como reciclar.

De resto, é a constatação de que não há nada a fazer por parte de quem fica com o carro bloqueado e não pode sair, e o sentimento de impunidade de quem estaciona em segunda fila. A pressão social deveria ajudar a resolver este tipo de situação facilmente, mas infelizmente não funciona.