segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Independente? Dissidente?




Parece fácil. Um candidato independente é o que não está filiado em nenhum partido e portanto não está sujeito a disciplina partidária.  In – dependente, não depende de ninguém, e isso pode ser atraente numa certa medida. É simpático desde que não esteja sozinho, claro, seria absurdo pretender gerir fosse o que fosse sem uma forte rede de apoios, mas a ideia de independência é cativante sobretudo numa época onde os partidos andam pelas ruas da amargura.
Muita gente pensa que o independente está superior aos partidos e pode mostrar maior isenção. Assim como um presidente da república em ponto pequenino. E consegue-se uma auréola de "inocência" dado o descrédito actual das forças partidárias na sua generalidade.
As eleições de ontem mostraram a força que essas candidaturas podem ter.
Vitórias importantes. A mais estrondosa no Porto, é claro, mas também em Matosinhos, Sintra esteve quase, - creio que há mais, mas não me lembro de todos os resultados - e, é claro, Oeiras.
O interessante é que em vários casos são 'independentes' apenas porque não precisaram das máquinas partidárias e conseguiram financiamentos suficientes. Mas conhecem bem os partidos. Muito bem mesmo, porque já lá estiveram e saíram por motivos vários. A pureza e inocência de alguns candidatos não é a que um eleitor que seja ele próprio puro e inocente, possa imaginar. Não precisou do financiamento partidário, ok, mas quem o financiou, afinal?
Acredito firmemente que a acção política pode ser levada a cabo e muito bem, por movimentos de cidadãos. Que podem chefiar muita coisa e candidatar-se. Apoio isso. Mas desconfio de independentes que são dissidentes de partidos tradicionais. Ou que são, posteriormente, apoiados por partidos bem conhecidos. Hummm....
Mas a cereja no bolo, o que faz a nossa vida política tão original, é o "Estranho Caso de Oeiras" onde nem sequer se pretende enganar ninguém e a vitória eleitoral vai para alguém que cumpre pena por fraude! Essa independência (?) é impressionante. E os eleitores devem-se achar muito espertos, conseguiram fintar a lei e os tribunais afinal. Para além da lei dos mandatos, porque afinal quantos é que o Isaltino já tem...?
Sinto-me a viver num país de banda desenhada, com situações nunca vistas.
Onde afinal, como bem escreveu o Daniel, a estrondosa derrota do PSD deu uma vitória pífia ao PS.


Nem mais.
E os "independentes"....? Cof, cof...




Cereja






7 comentários:

Joaninha disse...

Isto parece estranho e uma espécie de jogo das cadeiras, com jogos e contra jogos partidários. Eu não sabia quem era este Rui Moreira. Tem um aspecto extremamente simpático, seja dito! Mas queira-se ou não é um candidato da direita - teve o apoio do Rui Rio (que deve detestar o Luís Filipe Meneses ) o que indica que recebeu votos de grande parte do PSD, e teve o apoio do CDS!!!!!! A mim o que me parece é que o psd+cds ganharam no Porto, mesmo que disfarçados. :(((

Zorro disse...

Olha que também gostei que os chicos-espertos que queriam fintar a lei dos mandatos com o truque de concorrerem noutro sítio, não conseguiram nada! afinal a malta não é tão inocente como isso e vê quando lhe querem dar a volta!

Anónimo disse...

olha que não, Zorro.
Para muitos valeu a pena, vê aqui:

http://www.tsf.pt/multimedia/galeria/Default.aspx?content_id=3426972

E chateia ver que todos os partidos entraram nesse joguinho.

cereja disse...

Olá amigos de sempre!!!!
Joaninha, realmente quem esteja longe do Porto desconhece a sua realidade, mas isso acontece com qualquer outra terra. Cá por mim também acho que o Porto desconhece a realidade de Lisboa, e não se rala muito com isso. A verdade é que é uma GRANDE cidade em muitíssimos aspectos, mas esta coisa de uma candidatura local parece-me um pouco o-Porto-para-os-portuenses, uma espécie de nacionalismo...
Mas só lhe desejo bem!

cereja disse...

Queridos Zorro e King: essa questão dos dinossauros tem muito que se lhe diga. Claro que é bom aproveitar-se a experiência e conhecimentos de quem já está na direcção de uma autarquia há muito - mas os partidos não terão mais escolhas para refrescar as propostas...?

Hipatia disse...

Minha amiga, o Isaltino já está de facto atrás das grades. Preocupam-me bem mais os que, merecendo-o, ainda se andam a pavonear na rua :(

cereja disse...

Olá Hipatia!
O meu espanto não se referia ao Isaltino mas a quem insiste em votar nele!!! Aliás o artigo do Daniel Oliveira diz o que eu pensava, e eu até passei para o fb um post da Izzy e os respectivos comentários, giríssimos.
O artigo do Daniel já circula por todo o lado, mas é este:
http://expresso.sapo.pt/oeiras-roubo-mas-faco=f833325