terça-feira, 4 de junho de 2013

Essa coisa de educar...

A propósito deste vídeo que circula pelo facebook: 
(e não só lá com certeza)



Todos sorrimos com a tentativa deste menino, que dizem ter menos de 2 anos, de copiar aquilo que o pai está a fazer. É enternecedor, é claro. E lembramo-nos das frase "de pequenino se torce o pepino" (aqueles que precisam de ser torcidos (?!), creio eu) ou o "filho de peixe sabe nadar" e outras da mesma linha. Ou seja, o que se aprende em criança fica preso com aquela famosa cola que prendia os cientistas ao tecto. Sabemos isso por experiência própria.
Lá saber sabemos, mas há tendência a esquecer.
A responsabilidade de educar uma coisa pequenina que vai ser um homem ou uma mulher dentro de anos (menos do que nos parece quando os temos ao colo) é enorme. E deve ser a prioridade dos pais conscientes, acima de muitas outras importantes tarefas. 
É de bem pequeno que se aprende a "gostar" de certos alimentos por exemplo. Claro que dentro dos sabores básicos, o doce é um dos melhores, um bebé não aprecia o amargo ou azedo e delicia-se com uma coisa doce, mas reconhecemos hoje que é um grande erro favorecer esse gosto inato. Gostamos muito de ver a carinha feliz de uma criança a saborear um bolo e portanto insistimos nessa tecla. Tão bom vê-la contente!
Depois é ver o boom de crianças e jovens saturados de gorduras e doces, gordos que nem balões. E que detestam legumes! A fruta que costuma ser doce ainda vai... Mas quem os "ensinou" a gostar? E, mais importante ainda, o que é ela que vê os adultos comerem com prazer?...
E tudo o resto. Se as pessoas de quem gosta, gritam, ela grita. Se os vê a ler, imita-os nos gestos e mais tarde nos gostos. Se se riem muito, é um menino risonho. Se os vê bater, ele bate também. Se são pontuais, aprende a pontualidade. Se são bem educados entre eles, aprende as regras sociais da educação. Se a linguagem que ouve é grosseira e de palavrões, é isso que ele diz.
E um pouco mais crescido, se os vê consumirem muito, também quer que lhe comprem coisas. Se só andam de carro, ele não gosta de andar a pé. Se a sua casa está limpa e arrumada considera isso natural e gosta.
Isto não quer dizer que ele não faça o rigoroso oposto quando chegar à adolescência, é claro. Normal. Até como afirmação irá apreciar e até preferir aquilo que os pais não gostam, mas o importante é que os valores de referência foram os que aprendeu em pequenino. Vai contestar, pois vai, mas eles estão lá!
Difícil? Talvez, mas a recompensa é maravilhosa.

Pé-de-Cereja

10 comentários:

José Palmeiro disse...

Pois é, tens toda a razão apesar de, na vida, às vezes, haver desvios e outros comportamentos porque para além dos usos e costumes caseiros, importantes e decisivos, como dizes, a pressão exterior é, nos dias de hoje, cada vez maior e esses exemplos que fomos passando, vão sendo substituídos por outros, uns melhores e outros piores, como bem sabes. Nos meus três filhos, tenho exemplos do que digo se bem que a base essa é comum e sustentada.
Agora essa da arrumação, nem te digo, cada um tem o seu modo que é, geralmente, aquela arrumação desarrumada, sabes?
Agora uma outra coisa: Gostei de aqui voltar já cá não vinha há algum tento e verifiquei que continuo na sesta vai para três meses, é demais, não devia dormir tanto...

Zorro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
cereja disse...

Olá amigo, Palmeiro da Sesta. (realmente tem sido uma graaaande sesta a tua, eheheheh!!! mas mesmo eu ando a escrever infinitamente menos, é preguiça, é facebook, é sei lá o quê)
.....
Começando pela tão arrumação, não deixas de ter razão. É a minha costela obsessiva de que falo aqui


http://cerejaseconversas.blogspot.pt/2013/05/obsessivo-compulsiva.html

-
a dar-se como modelo :))) Contudo, também nesse caso, se alguém cresce num ambiente limpo e arrumado, sem exagero é claro, essa é uma referência. Digo eu que sou muitíssimo mais arrumada do que eram os meus pais, mas...
Claro que o que disse aqui não é nenhum fundamentalismo. E como muito bem chamas a atenção quem tem vários filhos sabe que são todos diferentes mesmo com a mesma educação. Mas são diferentes dentro de um padrão. E na minha área de trabalho ando cansada de assistir a pais que esperam que os filhos sejam diferentes do modelo que a toda a hora lhes mostram... Era sobretudo isso.

snowgaze disse...

Como sempre, tens toda a razão. :)
E 'as vezes apanhamos os nossos filhos a fazer ou dizer certas coisas que nos também fazemos mas nem damos conta, hehe. :)

cereja disse...

É isso, snowgase, era isso que eu queria dizer. Aqueles pingentes, minúsculos, enfiam-nos carapuças formidáveis eheheh! Com-quem-é-que-aprendeu-isto??? Olha, foi comigo, que vergonha!!!!! :)))

Joaninha disse...

A velha mas sempre actual questão dos modelos.
E esta criança ilustra muito bem isso. Dizes acima que se na sua família ele visse ler, começaria a querer ler; nesta caso viu tocar e cantar e ele está ali a tocar e cantar. Com muita graça é claro porque é pequenino.
Os exemplos que dás parecem banais mas são importantes. São as tais regras e a disciplina que uma criança precisa tanto como outras coisas que se sabe serem básicas!

Joaninha disse...

(Precisa tanto como ...costuma-se dizer "como de pão para a boca", mas entrando no teu jogo talvez seja mais "como de legumes para a boca" ahahaha!!!)

cereja disse...

Olá Joaninha!
Pois é! era mesmo isso que eu queria dizer. A disciplina e regras, de que agora felizmente se volta a falar, é realmente como pão para a boca! :D

Anónimo disse...

O que é que posso dizer se não que estou totalmente de acordo?!
Nós também seguimos o modelo de casa dos nossos pais. Claro que em adultos até o podemos virar do avesso ou de pernas para o ar, mas a referência está lá! No meu caso teve imensa importância o meu avô por exemplo. Queria imitá-lo e isso foi muito importante.

Zorro disse...

OK.
Ontem passei por aqui, escrevi um comentário mas depois quis emendar e ficou uma tal salsada que apaguei tudo. Hoje vejo que toda a gente (salvo seja) passou por aqui :D
Mas educar uma criança é dificílimo!!! Afinal quantos de nós não pensamos "faz o que eu digo não faças o que eu faço"???! A todos os níveis. Somos apanhados na próxima esquina a fazer aquilo que na véspera tinha sido caso para ralhete. E depois uma criança muitas vezes não entende que há diferenças subtis que alteram tudo. Afinal temos de lhes dizer que também não somos perfeitos, não é?...