sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Dívidas

Não entendo nada de Economia.
Mesmo nada. O que sei sobre a matéria é pela-óptica-da-dona-de-casa como se costuma dizer. E reconheço, sei perfeitamente que como sapateira não vou além da chinela... 😏
Contudo acho curioso tantas pessoas, que pelos vistos sabem tanto como eu, darem palpites sobre tudo, e sobre essas coisas que falam de números astronómicos, como o deficit das nossas contas, as públicas, claro. Pelo que se sabe anda no zero vírgula qualquer coisa, e mais uma décima ou centésima é caso para grandes gritos e preocupações. Oiço frequentemente, em bichas de transportes públicos, cafés, conversas junto de quiosques, que é uma vergonha dever-se dinheiro, que o governo devia preocupar-se era em pagar o que deve, que se (a pessoa que fala) devesse dinheiro já não conseguia dormir de noite, etc. Ora li há momentos num artigo sobre o Trump referências engraçadas sobre dívidas públicas e deficits. Dizia lá que o deficit dos EUA [um trilião em 2020!! ] está cada vez mais profundo e relembra que «o Reino Unido esperou até 1946 para admitir que a dívida do império correspondia a um deficit de 258%» OK, a Inglaterra tinha acabado uma guerra, mas a América mete-se nas guerras que quer, ninguém lhe declarou guerra, não se entende que possa ser comparável.
E a tal dívida externa, que quando se ouve tocam campainhas de alarme à menção da palavra «dívida» explica que afinal o país com maior dívida são... os EUA!  E depois vem a Inglaterra, Alemanha, França, etc. Ou seja, nada a ver com a dívida ao merceeiro, que é muito feio. Os países importantes têm dívida, é chic, o último da escala é o Palau 😞, coitadinho, sabem onde é? Quase nem tem dívida, nem nada. Um pobretanas.
E depois oiço e leio coisas estrambólicas como por exemplo, a China, ( a China!) apenas 2 pontos mais cumpridora de que Portugal, querer comprar a dívida dos EUA! E o Trump, aquele mesmo Trump, o Grande, acabará por vender?? Suspense...
Brinco por aqui porque sei, como comecei por dizer, que o mundo da economia é um mistério para mim. Mas estou pela ponta dos cabelos, de tanta opinião badalada por aí, na rua e/ou nas redes sociais, de quem sabe tudo e usa para atacar o governo naquilo que tem feito bem, de noções de dona de casa que vai às compras.
Na Grécia, Sócrates sabia que não sabia nada. Os nossos críticos de rua e redes sociais precisavam de algumas aulas de filosofia.

Cereja






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