terça-feira, 1 de setembro de 2015

As doenças que não se vêm ao microscópio


Há doenças que não se vêm ao microscópio.
E portanto há para aí pessoas que «não acreditam» nelas.
E até são boas pessoas. Sensíveis, generosas, carinhosas. Só que essa coisa da saúde mental, hmmmm.... parece-lhes uma fantasia! Não digo que não aceitem as psicoses graves, se estiverem com um esquizofrénico «acreditam» que essa pessoa não está bem, mas já o campo das neuroses parece-lhes uma pieguice de gente fraca ou pelo menos sem a sua força de vontade - isto porque, claro está, nunca sentiram tal e não conseguem imaginar, nem pôr-se na pele dos outros.
E há frases, opiniões, que se ouvem constantemente do tipo, «tens de reagir» quando é óbvio que a doença é o não ser capaz de o fazer, ou «não te preocupes com isso», ou «deixa lá, isso passa».

A Ordem dos Psicólogos lançou uma campanha que me parece muito bem concebida, para abrir os olhos a quem ridiculariza as doenças do foro psicológico. Por exemplo:

Uma das doenças que um leigo só aceita se-passou-por-ela costuma ser a depressão. Para muita gente aquilo é uma espécie preguiça, ele ou ela tem é que reagir, sair, divertir-se, passear, que ... «aquilo» passa. Pelo que tenho observado, a depressão até irrita muita gente, como se fosse sobretudo um meio de chamar a atenção.
Pois, amigos, olhem que não é. Até posso acreditar que nos séculos passados não se notasse tanto, até porque não ficaram registos, e também aceito que na actualidade exista mais, mas é uma doença grave. Assim como os outros exemplos que as imagens referem.


Nem sempre a dor é física, sabiam?


Cereja

2 comentários:

méri disse...

Ora viva! aqui está uma boa campanha!

cereja disse...

Não é, Méri? Foi o que eu achei :) Chama-se Campanha Anti-Estigma.

.........
Vou começar a escrever mais por aqui, fui «chamada à razão» pela tua nota no FB.