domingo, 6 de setembro de 2015

o penso rápido


Como ponto prévio devo dizer que deste caso só sei o que li na imprensa, e não conheço o caso como deve ser. Mas parece-me que não é difícil extrapolar esta "decisão administrativa" parece-me a mim, para outras profissões que conheço bem melhor.

Pelo que percebi perante a falta de médicos de família para dar resposta às necessidades da procura, está-se a pensar numa solução que consistirá em aumentar o número de doentes por médico.

Uma fórmula fácil. E note-se que esta falta de médicos de família já nem é no tal Portugal Profundo, cada vez mais abandonado e desabitado. Não, é no Algarve, Alentejo litoral, Loures, Amadora, Sintra, Cascais! A população tem sido atirada do interior onde cada vez tem menos respostas para o litoral, e aqui também elas faltam.
Portanto, como não há médicos de família suficientes aumenta-se o número de doentes por médico. Ah, mas coloca-se uma cenoura na ponta do pau, a recompensa monetária, e tudo fica bem. Mas se há dinheiro para essa 'recompensa monetária' porque não aumentar o número de unidades?
Que desculpem os senhores gestores e economistas (?) ao atender uma pessoa doente, ou ensinar uma criança, não se está a encher chouriços na expressão consagrada para um trabalho desinteressante. São trabalhos de uma grande delicadeza, que implica uma relação humana, aquilo que uma máquina nunca fará. Até porque cada caso é diferente... Ou bastaria um formulário de resposta múltipla: tem dores? sim/não; na cabeça, na barriga, nos membros, em nenhum destes locais, fazer cruzinha; a dor é constante? sim/não; por aí fóra e no final entregava-se o questionário e saia a resposta noutra ranhura.
Mas não é.
Implica uma forte relação humana.Tal como não se pode pensar: não podemos pagar a tantos professores? Não faz mal, em vez de 20 alunos por professor passam a ser 40 e poupa-se um salário. Raciocínio que parece poder ser aplicado a tudo. Mas não pode. 


É o que dá não ver pessoas e ver números.


Cereja


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