domingo, 23 de março de 2014

Quando uma parte se torna maior do que o todo ou a perversão de uma lei

Admito que a minha informação esteja toda errada, e o que vou escrever se baseie em erros ou mentiras.
Mas...
Li na sexta-feira uma notícia tão chocante que a minha primeira reacção foi não acreditar. "História mal contada", pensei eu. Tanto mais que aquilo se passava num dos países mais civilizados do mundo, não num conhecido por atropelos aos Direitos Humanos, nem aos Direitos da Criança. E isto porque o que me bateu logo forte foi um brutal desrespeito pelo artigo 9º da Convenção sobre os Direitos da Criança. Ora se 'nenhuma criança pode ser separada dos seus pais contra vontade destes a não ser em caso de maus tratos' como seria possível separarem 5 crianças dos seus pais, sem averiguações, porque uma delas tinha dito que o pai lhe tinha batido? Não acreditei. A história do jornal é esta:
E, tanto ou mais inacreditável ainda:  «Dos cinco filhos do casal Pedro — de três, cinco, sete, 12 e 14 anos —, os dois mais pequenos foram colocados para adopção. (???!) Os pais estão autorizados a vê-los uma hora de dois em dois meses, (???!) desde Dezembro, quando a juíza do Tribunal de Família decretou a retirada das crianças por "risco futuro de dano emocional"»
Não pode ser.
Não pode ser, da manhã para a tarde separarem uma família sem averiguações. Não pode ser separarem 5 irmãos uns dos outros. Não pode ser proporem duas crianças para adopção sem consentimento dos pais. Nada disto podia ser!
E afinal pode. Adopção sem consentimento? "A court can decide the adoption can go ahead without your consent if: it thinks the child would be put at risk if they weren’t adopted - it will send you the evidence they have been given, eg from social services ; you’re incapable of giving consent - eg due to a mental disability" O tribunal pode achar que existe risco se não forem adoptados. É o máximo. Mas que risco pode existir a quem tenha pais que os querem, por não serem adoptados por outras pessoas? Risco?
Afinal o que li pode de facto ter acontecido. Dizem ser totalmente plausível a polícia ter agido apenas em função da queixa do rapaz, que é frequente a polícia e os serviços sociais agirem à mínima suspeita mesmo quando ela não se confirma [...] e é frequente a polícia agir sem ordem do tribunal mesmo que o devam fazer “apenas em circunstâncias extremas”
Entendo bem e aplaudo que os pais não possam bater nos filhos. É uma violência. O que me deixa horrorizada é que a violência cometida pelo estado britânico contra estas crianças é mil vezes superior ao estalo que o pai supostamente lhe deu!!! Retirar de casa, separá-las, e entregá-las a famílias de acolhimento, e até - máximo dos máximos!!! - para adopção, cinco crianças porque o pai alegadamente bateu numa delas.... é impróprio de um país civilizado. Mas que interesses estão ligados a estas decisões? Não são os das crianças, isso não são de certeza!!!
Separar cinco crianças dos pais, duas bem pequeninas, porque um rapaz de 14 anos disse uma única vez que o pai lhe bateu? Sem ouvir os pais? Sem ouvir testemunhas?
Espero que esta história não seja abafada e sirva para vir à luz o que se passa em Inglaterra com as "famílias de acolhimento", que pelos vistos é um grande negócio.




Cereja

2 comentários:

cereja disse...

Tenho descoberto que há mais informação do que julgava sobre estes casos.
Por exemplo aqui:
http://philthompsonfamily.wordpress.com/2014/03/17/packaging-un-believable-facts-about-child-care-and-forced-adoptions-for-meps-and-press-in-brussels/

Joaninha disse...

Esta história é de arrepiar!
...........
Quanto mais se sabe mais nos choca. Então aqueles ******* dos policias, prendem o casal com a acusação de conspirar para raptar os próprios filhos o que já é curioso, mantem-nos presos enquanto lhe rebusca a casa e depois queixa-se de que eles esconderam os documentos dos filhos. Como se isso fosse um crime!? Ainda bem que os esconderam, pelos vistos já tinham ficado sem eles...