Muita gente pensa que o independente está superior aos partidos e pode mostrar maior isenção. Assim como um presidente da república em ponto pequenino. E consegue-se uma auréola de "inocência" dado o descrédito actual das forças partidárias na sua generalidade.
As eleições de ontem mostraram a força que essas candidaturas podem ter.
Vitórias importantes. A mais estrondosa no Porto, é claro, mas também em Matosinhos, Sintra esteve quase, - creio que há mais, mas não me lembro de todos os resultados - e, é claro, Oeiras.
O interessante é que em vários casos são 'independentes' apenas porque não precisaram das máquinas partidárias e conseguiram financiamentos suficientes. Mas conhecem bem os partidos. Muito bem mesmo, porque já lá estiveram e saíram por motivos vários. A pureza e inocência de alguns candidatos não é a que um eleitor que seja ele próprio puro e inocente, possa imaginar. Não precisou do financiamento partidário, ok, mas quem o financiou, afinal?
Acredito firmemente que a acção política pode ser levada a cabo e muito bem, por movimentos de cidadãos. Que podem chefiar muita coisa e candidatar-se. Apoio isso. Mas desconfio de independentes que são dissidentes de partidos tradicionais. Ou que são, posteriormente, apoiados por partidos bem conhecidos. Hummm....
Mas a cereja no bolo, o que faz a nossa vida política tão original, é o "Estranho Caso de Oeiras" onde nem sequer se pretende enganar ninguém e a vitória eleitoral vai para alguém que cumpre pena por fraude! Essa independência (?) é impressionante. E os eleitores devem-se achar muito espertos, conseguiram fintar a lei e os tribunais afinal. Para além da lei dos mandatos, porque afinal quantos é que o Isaltino já tem...?
Sinto-me a viver num país de banda desenhada, com situações nunca vistas.
Onde afinal, como bem escreveu o Daniel, a estrondosa derrota do PSD deu uma vitória pífia ao PS.
Nem mais.
E os "independentes"....? Cof, cof...
Cereja