segunda-feira, 7 de maio de 2012

O Pêndulo e a Esperança

Eleições ontem.
Na Grécia e em França.
Muita gente preocupada com os seus resultados porque esta crise que varre o Mundo, com o mais forte do temporal incidindo na Europa (por enquanto) faz entender mesmo aos mais 'egoístas' que não se está sozinho e o que se passa na casa dos outros tem reflexos na nossa própria casa.
(Quanto à  Grécia não entendo bem  nada O bónus de mais 50 lugares ao partido mais votado (?!) parece a qualquer um o cúmulo da não-democracia...)
Em França, onde Sarkosy é o primeiro presidente a não ser reeleito desde há 30 anos, a esquerda francesa quebra o seu jejum pois desde 88 com Mitterrand - também ele reeleito - que andava ausente do poder. Os festejos que seguimos ontem através das tvs francesas eram contagiantes pela enorme onda de calor humano que se apreciava. Lindo! E por outro lado chocou-me um pouco o mau perder que os comentadores da UMP demonstraram. Talvez habituada aos comentários em Portugal em noite de eleições, onde se adopta o engraçado sistema do afinal-todos-ganhamos impressionou-me a raiva com que atacaram François Hollande ainda ele não tinha falado!!! Achei feio. Deselegante.
Mas o que me deixou a pensar é que  neste caso a violenta crise nos faz olhar com mais atenção para os resultados nas eleições nos outros países, e nota-se ainda mais o oscilar do pêndulo: os cidadãos, desapontados e infelizes com o resultado do governo do momento, seja ele qual for, mandam-no embora e procuram outro diferente. Fazem bem, é claro, mas não deixa de ser um sistemático oscilar pendular.
A França inclina-se agora para uma política mais de esquerda. Importante, até porque a Angela Merkel está a ter dificuldades na sua terra, e se perde o seu suporte no vizinho do lado muita coisa pode vir a mudar. Mas...
Sim, mas. Se olharmos para a Espanha vimos que o pêndulo oscilou para a direita. E nalguns países nórdicos também. 
Ou seja, a gente quer é mudar!
Está bem, mas exactamente para onde?


Pé-de-Cereja

8 comentários:

Vítor Fernandes disse...

A realidade é que mudamos de uns para os outros e dos outros para os mesmos. Há uns que chamam a isto alternância democrática. Pelo que tenho visto é sempre mais do mesmo.

Zorro disse...

Beeem, mas olhem que há diferenças, bolas! Não assistir ao espectáculo do Sarkozy já é um bálsamo para os olhos. E em França existe diferença, apesar de por cá entre o Sócrates e o Coelho... Mas o PS de França é, apesar de tudo mais socialista do que foi - ou antes não foi - o PS do Sócrates.

Joaninha disse...

Olá!!!!
Que grande ausência. Mas estava convencida que tinhas escrito outros posts. Ia jurar que tinha lido aqui mais coisas do que estou agora a ver. Mistério... ou apagaste-os???

Quanto ao tema de hoje, parece tão evidente não é? Muitos destes votos são de protesto, aliás como foi evidente aqui em Portugal. Vota-se contra aquilo que NÃO de quer.
Mas no caso do Hollande acredito que se quisesse mesmo votar nele que é uma boa alternativa. A escolha não era lá muita...

fj disse...

Resposta sobre para onde ainda não a vejo. Mas a vitória de Hollande, se bem aproveitada, o que vai ser muito difícil, poderá introduzir alguns gramas de social democracia ( a ideologia possivel alteradora e infinitamente melhor, apesar de tudo ) retirando esses pesos ao neo liberalismo ( o FASCISMO possivel nesta altura ). fj
fj

cereja disse...

Oooooh! Tive tantos comentários e sei saber nem lhes responder!!! *vergonha*

Caríssimo Vítor Fernandes, (que giro passares por aqui; estava a pensar que não vinhas ao Cerejas) tens toda a razão, será a «alternância democrática» e faz parte do jogo. Porque segundo a famosa boutade «a democracia é o pior de todos os sistemas com excepção de todos os outros»... e estas são as regras.
Nalguns casos a oscilação do pêndulo é mínima, como foi por cá. Entre o Sócrates e o Coelho, pffff... até porque o Sócrates aplainou o caminho que este percorre em passo acelerado.
Mas apesar de tudo em França pode fazer diferença. E lá fala-se em crescimento económico o que é uma outra perspectiva. Por cá (e com a famosa austeridade parece que se quer encolhimento económico!

cereja disse...

Joaninha, sabes que realmente estive mesmo um mês sem vir aqui!!! Por uma ou duas vezes ainda escrevi aqui qualquer coisa que depois passei a rascunho para 'retocar' e... deixei em rascunho!!! Será que por coincidência passaste por aqui numa dessas vezes?!
........
Quanto ao Hollande, é como dizes não havia grande escolha na 1ª volta, e então na 2ª não havia outra hipótese!!!! Sarkozy NUNCA!

Anónimo disse...

Desta vez é que pensei que o Cerejas tinha fechado as portas. Ainda procurei ver se tinhas mudado de nome sem avisar, porque tinha muita pena que tivesses desaparecido sem mais nada...
OK, voltaste!
Tinha de ser uma notícia destas, para abrir o blog de novo, uma bela notícia.
Claro que todos gostaríamos muito mais de uma vaga de fundo, mas ver de novo a esquerda à frente sabe muito bem!!!!

cereja disse...

Olha King, como é evidente até pelo atraso da minha resposta, não desapareci mesmo mas vai pingando muito devagarinho. Hoje venho escrever mais um. Acho que a culpa é do facebook. Como lá tenho respostas imediatas muitas coisas que deixava no blog passam para lá...
Mas fico feliz por ver que pelo menos este grupo me continua a acompanhar. Claro que aquele grupo muuuito alargado desistiu e eu faria o mesmo,
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A vaga de fundo não é para já, mas de certeza que vai acabar por chegar.