quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

As buzinas e a condução educação

Várias vezes tenho pensado que se o buzinar saísse caro (como se ao fim de umas tantas buzinadelas se tivesse de comprar uma bateria nova, ou se gastasse meio litro de combustível ao carregar-se na buzina) as nossas ruas e estradas seriam muito mais serenas.
Vim passar estes dias de graaande ponte, a uma segunda casita que tenho nos arredores de Lisboa, e até saí de casa cedo para um feriado – aí umas nove e meia… Primeiro entrei no túnel que liga o Areeiro ao Campo pequeno, quase sem carros como é natural, e indo eu calmamente na via da direita à velocidade aconselhada para túneis e de faróis ligados como manda a lei, apanho com uma enorme buzinadela, (que ainda por cima faz eco quando é num túnel!) que quase me fez perder o controlo do carro. Devia ser alguém que ia com pressa e queria que todos soubessem disso.
Depois, logo antes de chegar ao viaduto Duarte Pacheco, o trânsito engarrafou. Ia tudo numa fila indiana e devagarinho. Era fácil de calcular que algo tinha sucedido – ou obras ou acidente. Era chato, mas lá se teria de seguir a passo de caracol. Mas, sempre com uns tipos animados a pensar que se buzinassem a coisa acelerava! Era de facto um grande acidente, e a polícia estava tão ocupada que nem pensou em chamar à ordem esses ‘protestadores sonoros’.
Um pouco mais adiante, dei mais um pulo no assento (o que vale é o cinto de segurança) porque um condutor que ia passar pelo carro que ia à minha frente, atira com uma buzinadela tipo camião que me deixou quase sem ouvir.
A questão é que os carros têm buzina para avisar. Se passamos uma curva sem visibilidade é lógico que se buzine para prevenir quem vem no outro sentido, se um peão se prepara para atravessar num sítio perigoso, faz sentido que se buzine, se precisamos de ultrapassar podemos dar um toque de buzina para prevenir quem vai à frente de que pedimos passagem.
Ou seja, é um sinal que é um aviso, ou um pedido. NUNCA devia ser usado como protesto. Contudo, se tivermos a paciência de fazer uma amostragem, tenho a certeza de que na sua esmagadora maioria os buzinadores histéricos o fazem para descarregar a sua irritação.
Tá mal!
..
Mesmo mal.
O meu coração que o diga,  apanho cada susto que às vezes me parece que ele vai saltar pela boca.
Como se educa esta gente?.


 



Pé de Cereja

5 comentários:

sem-nick disse...

Por acaso é das situações onde se vê mais «a palha no olho do vizinho do que o argueiro no nosso olho»
Se reparares toda a gente que parece histérica agarrada a uma buzina se é chamada à atenção diz logo que não, não se deve fazer, ele nunca o faz, daquela vez foi uma vez sem exemplo!
E desata a criticar os outros, por vezes mais calmos do que ele!

Anónimo disse...

Não se educa, é claro!
Se coisas mesmo graves como passar com o vermelho que dá apreensão de carta até vários meses, a malta continua a fazê-lo descaradamente, como é que se poderá impedir esse chinfrim urbano que é a buzinadela?!
Só, como imaginaste, tornar o toque da buzina caro na origem. Assim talvez...

Joaninha disse...

Aqui está um post completamente consensual!!!
Tão consensual, que tal como disse o King, a verdade é que ninguém se reconhece como prevaricador, e todos são vítimas..
:)))))
Pois...

Anónimo disse...

Cara Pé de cereja
Se não fores taxista não tens que te preocupar comigo. A esses, confesso que sempre que os apanho a fazer alguma transgressão não lhes poupo uma boa buzinadela.
É um ódio de estimação.

cereja disse...

Amigo «anónimo das 9:32», olha que já somos dois. De uma forma geral os taxistas consideram que as ruas são suas. E mainada! O resto do trânsito está ali para os empatar. Portanto, param de repente, ultrapassam sem aviso, etc, etc...
É uma classe muito especial!