sábado, 11 de dezembro de 2010

Estudos

Foi muito falado na semana passada, a «subida de posição» (não sei se se lhe pode chamar assim….) dos nossos jovens estudantes num ranking geral de muitos países. Esses números que, como frisou o primeiro-ministro foram recolhidos por organismos internacionais e, portanto, isentos de favoritismo, afirmavam que os estudantes portugueses tinham melhorado nos seus conhecimentos desde a última vez em que foram avaliados.
Foi motivo de satisfação. Digo eu, que também fiquei satisfeita, é claro. Se houve melhoria, ainda bem e pelo que ouvi tentou-se analisar quais os factores que ajudaram a melhorar e isso também é útil para continuar a usar esses factores e evitar aquilo que impedia o progresso. Se se conseguir aprender com os erros, é uma vitória.
Mas esta questão dos programas, do ensino, das técnicas de ensino, toca na minha tecla nostálgica.
Tanto quanto me lembro e lembro-me desde a minha mais antiga infância que, periodicamente, se fazem remodelações nos programas. É assunto que tenho bem presente porque os meus pais eram professores e ouvia fortes discussões entre eles e os seus amigos, nessas ocasiões, mesmo quando eu ainda não entendia de que se tratava. E é muito engraçado, porque há quase sempre dois grupos, um ‘tradicionalista’ que afirma logo que dantes-era-melhor, e outro ‘progressista’ que também sem grandes análises considera logo que, se mudou é para melhor!
Ainda me lembro (imagine-se!) da crítica de se ter tirado o latim do currículo do liceu, porque sem se saber latim, nunca se ia saber bem o português! Eu já escapei a isso ... 
Mas quando me iniciei nestas coisas da escola e liceu, havia umas disciplinas mais «nobres» e outras cuja nota obtida era quase secundário. Português, matemática, ciências, eram 'a sério'; depois havia ginástica, desenho, canto coral a que se ligava bem menos importância.
Nada a ver com os critérios do ensino actual!
Mas uma coisa se foi aprendendo ao longo dos tempos, e isso foi a importância da motivação. Podemos estar em desacordo em quase tudo, mas há posições que são, podemos pensar, unânimes - um bom professor é o trunfo certo para se gostar da matéria (quem não recorda um ou outro professor que foi fundamental para o nosso gosto por determinadas disciplinas?...) e a motivação ou interesse, é a pedra filosofal para criar um bom estudante.
Claro, depois vêm os programas, é certo.
Mas a motivaçãozinha, essa é essencial.



Pé-de-cereja

4 comentários:

Anónimo disse...

Aqui está um post que junta uma facto super actual com velhas recordações. Tens razão. A gente tem tendência ao olhar para trás pensar que «Antigamente, a escola era risonha e franca» como no velho poema romântico....
A verdade é que também recordo um antigo e maravilhoso professor que até foi definitivo na escolha da minha carreira.
E que as reformas educativas são-mais-que-as-mães, a gente sabe. Por quantas é que passámos?!
Enfim, a verdade é que a sociedade está diferente, e naturalmente os estudantes também. A gente tem de se adaptar.

sem-nick disse...

Na essência até tens razão, mas é evidente que as mudanças tem a sua razão de ser. Não se suportava hoje a técnica de ensino de há 50 ou 70 anos, não é? Não fazia sentido nenhum. Como voltar a escrever com tinta e aparo.
Mas lá que o interesse e motivação atravessam todos os tempos, não pode haver dúvida.

Joaninha disse...

(isto está com mau olhado! Escrevi um comentário que não entrou porque a net foi abaixo quando cliquei para publicar; depois voltei a escrever e devo ter batido numa tecla errada e desapareceu tudo; esta é a terceira vez, se não entrar desisto!)
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Bom, eu sinto-me mais de acordo com o sem-nick. Hoje com os materiais que existem, pcs, as ‘pen’s para os ditos, a facilidade de buscas na net, etc, seria parvoíce não aproveitar. Era como querer escrever com tinteiro e aparo quando existem esferográficas…
E isso da escola do «estudante alsaciano» era toda uma outra coisa, afinal o antigamente era uma questão patriótica, não queria dizer que «antigamente» a escola fosse melhor.
Acho a «de hoje» bastante boa. Claro que pode melhorar…

Anónimo disse...

como em tudo...motivação é essencial...
mas, desde que seja coerente...não acha???
de resto...tudo muda, mas nem sempre isso quer dizer que seja para melhor...
mas...reste o consolo, que aqueles que venham agora, não sejam cobaias de "técnicas" e "ensaios", que no fundo não prestam para nada...
quanto ao sem nick, até pode ter razão em muitos aspectos, mas a caneta de aparo, não era assim tão má...e sempre fazia com que a ortografia ficasse mais "clara" e bonita...
claro, que para quem for pela lei do menor esforço...a caneta e o tinteiro era simplesmente de...fugir...
silvya