segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Enjoada com o tema 'comida' e a caça à caloria

A sério.
Ando farta, farta, farta. É um tema "da moda", aparece por todo o lado, em reportagens, em colunas de opinião, nas conversas dos amigos, em mesas redondas ou de vários formatos, na tv, no youtube, em palestras... Neste momento todos sabem tudo sobre alimentação!
E todos têm a mais fundamentada das opiniões sobre cada aspecto alimentar... e o seu contrário!

É uma verdade. O ser vivo tem de se alimentar para sobreviver. Ponto. Aliás tem de dormir também. E concordo que não é má ideia pensar um pouco no assunto. Um pouco, excepto os profissionais é claro - aqueles cuja profissão está ligada à indústria alimentar - mas não é o que se vê actualmente na nossa sociedade. Muita gente anda de facto verdadeiramente obcecada  com aquilo que ela (e os outros!) come. Possivelmente por, no ocidente, se verem tantos casos de obesidade o que é mau, a caça à caloria tornou-se o desporto favorito de muita gente.
No outro dia assisti a uma palestra - conversa, chamavam despretenciosamente no cartaz - sobre alimentação que até se chamava "O meu valor servido à mesa" parece-me que a 'provocar'... No final, quando imaginei que se fizesse a meia dúzia de perguntas de circunstância à palestrante, afinal quase toda a gente teve de dizer da sua justiça, e com intervenções onde se espraiavam os mais doutos conhecimentos.
Dava para ver logo que quem pedia a palavra sabia muito mais do que a pobre convidada, reduzida à insignificância. E depois zangavam-se entre si, cada um sabia mais e com maior profundidade sobre o que era indispensável comer-se e aquilo que eram «venenos».
Acontece que sou particularmente sensível ao uso da expressão «veneno» para classificar um alimento, seja ele qual for, até porque essa expressão é utilizada com um tom de terror/repulsa assustador. É ridículo. Um veneno, mesmo aqueles que de facto matam em pouco tempo, se for usado correctamente pode ser até um medicamento... (recordo a frase  Toma arsénico, João! nas Pupilas do Sr. Reitor) e muito daquilo que se diz que «faz bem» ou que «faz mal» é verdade mas quase sempre é necessário comê-lo em doses enormes para fazer bem ou fazer mal!
A alimentação actual é errada? Pois será. Mas a minha convicção é que se varia muito pouco e é apenas esse o erro. A gordura, o açúcar, o sal, fazem mal? Porque se come pouco dos outros alimentos os que não levam gordura, ou açúcar, ou sal. Resisto bem a uma refeição de fast-food e não fico envenenada, se o fizer de 2 em 2 meses e entretanto fizer uma alimentação muito variada. E olho com a maior desconfiança aquelas dietas muito saudáveis onde só se come espinafres com rabanetes temperados com gengibre (estou a inventar) mas cada um é livre de a comer e que lhe faça bom proveito.

Mas pronto! Odeio a ideia de olhar para um belo prato com comida apetitosa e não a ver, só ver calorias. A verdade é que precisamos de calorias, não é? Os nossos bisavós comiam produtos mais saudáveis. É possível, mas morriam muito mais novos do que nós!


Cereja

2 comentários:

snowgaze disse...

O que eu tenho reparado é que as pessoas que conheço e são mais obcecadas com esse tema são precisamente as que têm um ar menos saudável. Podem ser mais magras, mas o aspecto geral é na verdade de doente.

cereja disse...

Olá Snowgaze!
Ando tão desleixada com o blog que até nem reparo nos comentários...
Tens toda a razão, amiga! é interessante ver que os «obcecadinhos pela alimentação» muitas vezes não tem um ar lá muito saudável!!! E a trabalheira de contar as calorias e as vitaminas e verificar aquilo tudo. Tira logo o gosto ao prato. :)
Para mim, se formos moderados a coisa funciona. E vamos mas é pensar noutras coisas, caramba!