terça-feira, 14 de abril de 2015

Passarinhos e o oposto da gaiola

Claro que tem a ver com o feitio que tenho e o meu toque de claustrofobia. Mas como um blog é também uma espécie de diário (dizem que a origem da palavra é mesmo essa)  apetece-me deixar aqui uma reflexão pessoal. 
Sempre gostei muito de passarinhos, talvez por ser uma imagem de liberdade. Nunca seria capaz de ter um como animal doméstico, porque ter um bicho numa jaula vai ao arrepio do que é animal de estimação - é o que nos estima, que está connosco por amor, se tem de estar preso é um brinquedo, é um escravo. Ná! Para mim não. Gaiolas nunca.
Por acaso tenho uma na sala, como um objecto decorativo. Trouxe-a do oriente, é uma coisinha leve, decorada com graça, e com um pormenor que mostra que um passarinho até pode ser um animal de estimação. As gaiolas chinesas terminam na parte superior com um gancho. É para levar o passarinho a passear! O dono sai de casa com o seu jornal e a gaiola. Chega a um parque, senta-se a ler e pendura a gaiola por esse gancho num ramo de árvore. Já não é muito mau... Mas a minha é simplesmente decorativa, tem as portinhas abertas de par em par, e nenhum ser vivo a habita.
Há uns dias, quando estava na minha casinha de aldeia, disse a um amigo «Olha, comprei o oposto de uma gaiola!»

Ele não atinou com o que era essa compra. O espaço aberto não se compra... mas que raio....?
Tinha comprado um ninho.

Há por lá uma quinta que vende plantas, onde vou passear por vezes só para saborear a vista e o cheiro e de vez em quando lá compro um vasinho. Desta vez reparei que num canto tinham 'ninhos'. Iguais ao feitos pelas aves. De palhinhas, troncos, mesmo iguais. A senhora de lá que costuma dar-me conversa, riu-se dizendo que num deles tiveram uma 'ocupação selvagem', tinham visto que tinha ficado habitado sem eles repararem.

Bom, trouxe um ninho! Está escondido debaixo do alpendre, há espera de vir a ser habitado.
Então não é o oposto de uma gaiola?!



Cereja

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