terça-feira, 25 de novembro de 2014

Confusão e neblina

Os últimos tempos dias têm vindo a baralhar muito a minha capacidade de ver claro.
Li, num post de O Jumento esta frase: «Dizem-nos para não confiar nos políticos e confiarmos nos magistrados, os primeiros devem ter o estatuto de tendencialmente corruptos enquanto os segundos são umas prima donas da democracia, os sacerdotes que rezam no altar da democracia. Mas o facto é que não é aos juízes formados nos tribunais plenários que devemos os bons princípios da nossa justiça e da Constituição, é aos políticos e aos militares, não foram os juízes que construíram a democracia ainda que hoje se considerem os seus donos e protectores.»
Pois é.

Detesto generalizar. Detesto ainda mais generalizar sobre uma profissão porque dá sempre asneira, somos inevitavelmente afectados pela nossa experiência pessoal no que a essa profissão diz respeito.
Mas...
Felizmente vivi a maior parte, quase a totalidade, da minha vida sem entrar num tribunal.
Fi-lo umas 3 ou 4 vezes.
E dessas, 3 vezes a sentença final do juiz pareceu-me profundamente injusta. Profundamente. Fazendo num caso tábua rasa de pareceres técnicos de peritos com uma longa experiência na matéria, e noutro repescando um pormenor técnico que o advogado deveria ter rebatido se o pudesse ter feito (não sei como isso se processa) Ou seja, a imagem que tenho dos juízes, não é que estejam acima dos graves erros dos comuns mortais. Pelo contrário, pela minha experiência, até erram mesmo muito.
Por isso os últimos acontecimentos me deixam muito confusa e embaraçada.
Não quero fazer juízos de valor, mas que a nossa justiça não tem a venda bem posta, não tenho nenhuma dúvida.


Cereja

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