sábado, 14 de abril de 2018

Polícias do Mundo

Antes de mais nada, este problema da Síria deixa-me muito confusa, não sei quem são «os bons» ou quem são «os maus» e até me parece que são todos maus. Portanto, não será disso que se trata não tenho motivos para defender uma opinião, apenas tenho uma pena imensa de quem lá  (ainda) vive.
Mas...
Dizem que foi um triunvirato, Inglaterra, França e Estados Unidos, que tomou hoje uma decisão gravíssima.  Quando invadiram o Iraque também eram (?) 3, mas a França substitui hoje a Espanha. Deve ser o «Conselho de Segurança» em versão simplificada, parece que o verdadeiro tem 15 membros, o Conselho Permanente com direito a veto são 5, portanto estes 3 têm um super-veto porque vetam os outros 2. A minha ideia é que existe ainda um super-super-conselho de segurança, conselho de um membro só, e que são os EUA.
Sou sincera quando digo que não sei quem são os bons ou os maus no conflito da Síria. A utilização das armas químicas é tão horroroso que faz inevitavelmente cair quem as usou para o lado dos «muitíssimo maus». Contudo entre o primeiro alarme e hoje passaram muitos dias, mesmo muitos, e ficamos a especular porque foi exactamente hoje, no dia em que os investigadores internacionais iam começar a investigar os factos, que o ataque se consumou destruindo o alvo da investigação. Parece que já não deve haver nada a investigar, se foi tudo bombardeado....
A indústria cinematográfica americana fornece-nos até ao enjoo imensos filmes e séries com os heróicos soldados norte-americanos a combater e até a morrer na defesa da pátria. Contudo, sem desmerecer, mas a verdade é que a sua pátria só foi atacada em Pearl Harbor no final de 1941.  Houve o ataque às Torres Gémeas, com mais mortos do que em Pearl Harbor, mas de resto o seu território nunca foi beliscado. Eles iam «defender a pátria» na terra dos outros, na Coreia, no Vietnam, no Médio Oriente. 
Eram, foram, e continuam a ser os Polícias. Não defendem nada a sua pátria, defendem a sua ideologia. É um pouco muito diferente. Defendem fisicamente a sua ideologia, atacando também fisicamente quem tem uma ideologia diferente. Sempre assim foi, e continua a ser. E o mexilhão que se lixa, quero eu dizer o povo desgraçado que é «defendido» ou «atacado» por estes samaritanos lá se tem de aguentar no meio de todos os horrores. Como a piada do escuteiro que se atrasou porque tinha estado a a ajudar uma velhinha a atravessar a rua, e quando estranharam ter demorado tanto, explicou «é que ela não queria vir!». Muitos dos povos «ajudados» pelos EUA nem queriam tal ajuda, mas teve de ser.
Mas se assim fosse como raio escoavam as armas? Com a indústria de armamento não se brinca. É certo que o «consumo interno» naquele país já é alguma coisa, mas é uma gota de água, em relação ao que é necessário.
Para isso é preciso fiscalizar como se portam todos os países do Mundo (pelo menos os do segundo mundo)  e intervir como bons polícias. Sempre assim fizeram e resulta muito bem.



Cereja

3 comentários:

FJ disse...

Apoio inteiramente, até no " nem saber se há bons"

cereja disse...

É tudo estranho e difícil, afinal na aquilo é uma «guerra civil» - os rebeldes teoricamente são sírios. E os «polícias» tão interessados no que se passa aqui não reparam no que se passa, por exemplo, em países africanos com governos que não se importam de exterminar metade dos seus «governados». Muito provavelmente esses países miseráveis de África não dão nenhum lucro económico....

cereja disse...

Olha, FJ encontrei esta imagem, tem graça porque até é verdade (tens de abrir o link todo, foi tirado do twitter)

https://twitter.com/carneiro_andre/status/985474496588075008