quinta-feira, 5 de abril de 2018

CR7

Aceito que o que é demais é demais portanto qualquer coisa que seja muito exagerada atinge o efeito oposto do que se pretende, e a nossa comunicação social é especialista nisso. Eu na televisão só vejo os noticiários e muitas vezes nem isso, continuo a preferir a rádio mais concisa e objectiva. Portanto não sei, mas imagino que tenham feito um grande espalhafato com o tal golo fabuloso do Cristiano Ronaldo. Também o vi, como toda a gente, e como toda a gente fiquei de boca aberta. E encantada. E contente que tivesse sido ele a fazer aquele feito.
Entretanto nas redes sociais houve repercussão. Normal. Muita gente a «partilhar» e a comentar, mesmo pessoas daquelas que nunca falam de futebol. Também normal, e agradável. Mas, de súbito, começo a ver uma forte reacção, quase uma onda, de ultracríticos batendo na mesma tecla até enjoar: e-o-que-é-que-tem-demais-ele-é-pago-para-aquilo, ou então e-este-aquele-e-aqueloutro-atleta-não-merecem-aplauso? e, tanto quanto tenho confirmado muitos desses ultras colocam-se numa postura de esquerda, acentuando o privilegiado que ele é porque ganha balúrdios enquanto tantos vivem com o smn... Fico abismada. E revolve-se a sua vida privada, os filhos, a namorada, tudo e mais alguma coisa. Que mesquinhice. E essa de ser a sua obrigação por ser a sua profissão, é incrível! Um pintor tem de pintar obras primas, porque é a sua profissão, um actor não deve ganhar um Óscar, porque é a sua profissão...
Ora bem, já agora aproveito para dizer porque gosto daquele rapaz. E não tem a ver com pontapés de bicicleta.
Uma das coisas que aprecio imenso na sua personalidade é a sua relação com as crianças. Não é uma vez ou duas para-a-fotografia como muitas vedetas fazem, no caso dele é constante. Como neste caso, ou neste do invasor(zinho) de campo, ou neste! Aquilo tem de ser sincero, espontâneo, verdadeiro, é impossível ser tão bom actor 😊
Outro ponto interessante: ele não tem tatuagens, porque é dador de sangue e é desaconselhável. Entre a moda e o dar sangue, escolheu a segunda.
E depois, uma figura como a dele permanentemente debaixo de holofotes, tem de ter cuidado em não tomar posições que ofendam alguns sectores, como se calcula. Mas mesmo assim veja-se como ele reage quando apoia as crianças da Síria, por exemplo. E, sobretudo não me esqueço de uma história já com algum tempo, creio que em 2013. Fixei-a por me ter feito impressão: depois de um jogo em Israel numa altura onde, mais uma vez, eles tinham atacado palestinianos incluindo crianças, quando alguns jogadores trocaram de camisolas ele recusou dizendo  «não troco camisas com assassinos». E na mesma reportagem refere-se que ele tinha leiloado as botas para oferecer a quantia às entidades de educação palestinianas. Não me esqueci. 
E, sim, gosto do Cristiano Ronaldo!

Cereja

2 comentários:

FJ disse...

Também o admiro o como jogador e cidadão.

FJ disse...

Muito bom os links para as histórias.