segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Má educação

Quando eu era criança e interrompia quem estava a falar era repreendida com alguma severidade. Não se faz! diziam-me. Claro que as crianças que ainda não aprenderam as normas sociais o costumam fazer com frequência, e por isso mesmo são ensinadas. Mantendo ainda a recordação de infância, o que então se passava é que quando a conversa era entre nós, miúdos, se um interrompia o outro falava mais alto, e o primeiro falava ainda mais alto, até que se chegava a gritar uns com os outros. Então se estava algum adulto por perto vinha logo meter-nos na ordem ralhando.
Mas, na hierarquia familiar (coisa desaparecida hoje em dia, e mal segundo o meu ponto de vista) um pirralho não devia interromper quando um grande falava. Questão de educação.
Talvez por isso, por ter sido educada noutros tempos, me choca assistir muitas vezes na comunicação social não-escrita - na escrita creio ainda isso não ser possível - a debates ou até mesmo simples conversas onde cada um fala por cima do outro, aumentando o tom de voz, naquilo que no meu tempo seria uma grande falta de educação!!!
Mas há uma «moda» (??) em quem pratica jornalismo na actualidade que me irrita. Aliás são duas atitudes qual delas mais irritante: 
a) fazer uma pergunta (ou colocar uma questão como agora se tem de dizer...) com a resposta já implícita. Mas que raio....! Perguntarem «o que pensa de ****? Não é porque **** e mais*** levam a que ****?» faz com que o protagonismo recaia sobre quem faz a pergunta, que se calhar é o que querem... 
b) Interromper o que alguém diz desviando a conversa para fazer uma pergunta.
Ontem assisti a uma dessas cenas tristes na nossa tv. Estava uma pessoa a falar e ouve-se uma voz feminina a interromper para lhe perguntar uma coisa. Era feio, fosse quem fosse. Mas, ainda por cima, voltando à questão do respeito e hierarquia, quem estava a falar era o Primeiro Ministro...! E a badameca de uma jornalista senhora com um microfone sente-se autorizada a interromper para lhe perguntar qualquer coisa. Que, aliás se não tivesse sido malcriada ele iria referir já adiante.
É por estas e por outras que cada vez vejo menos tv. Prefiro ler notícias, por enquanto estas cenas são impossíveis na palavra escrita.




Cereja

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